quarta-feira, 6 de julho de 2011

Filtro solar pode fazer engordar e produzir celulite? Devemos usar sempre protetor solar? Qual tipo?

            Essas perguntas estão sempre presente quando o assunto é a proteção solar. Para nós Cirugiões Dentistas e Terapeutas Naturais, o melanoma, o carcinoma basocelulr e o espinocelular, são motivos de preocupação quando da incidencia de radiação solar sobre a face produzindo lesões nos lábios, base do nariz, entre outras áreas,  muitas vezes percebidas inicialmente no consultório odontológico.
           Como existem aluns questionamentos sobre o assunto da exposição solar, inclusive sobre o uso dos protetores, apresento abaixo um resumo baseado principalmente em dois textos: uma entrevista do Dr. Lair Ribeiro á Arrase e matéria publicada no Site www.umaoutravisao.com.br, de autoria do Dr. José Carlos Brasil Peixoto - Médico.

Uma das grandes preocupações que as pessoas têm hoje, especialmente quando estão expostas ao sol em praias, piscinas, parques aquáticos, caminhadas, etc., é com relação á proteção da pele de forma a prevenir a incidência do câncer de pele.
Nesse aspecto a mídia tem proporcionado enorme contribuição divulgando os mecanismos de prevenção e promovendo debates com profissionais da área médica, em especial dermatologistas, buscando dirimir as dúvidas do público.
A abordagem clássica traz sempre a recomendação da utilização dos protetores solares e sua indicação para cada tipo de pele, chegando algumas delas a sugerir o uso dos protetores mesmo em ambientes sem luz solar direta.
Apesar da correta indicação da proteção o que pauta a conduta é evitar o excessivo tempo de permanência ao sol. Alguns fatores necessitam ser considerados, inclusive que a luz solar é benéfica ao organismo e que este dela necessita para o processamento da vitamina D, mais especificamente a vitamina D3, importante para a fixação do cálcio nos ossos.
A primeira coisa que devemos buscar identificar é o que é a radiação ultravioleta (UV ) que divide-se em três tipos de acordo com o comprimento de onda:
1) UV-A: emissões de 315-400 nm, constituem 98,7% da radiação ultra violeta que chega na superfície da Terra, não é perigosa pois normalmente não causa queimaduras embora possa estar relacionada com o envelhecimento da pele, não é afetada pela atmosfera, nem mesmo pelas alterações de espessura da camada de ozônio;
2) UV-B: emissões de 280-315 nm, é filtrada pela camada de ozônio, mas também depende do ângulo do sol e da cobertura de nuvens. Quando mais fina a camada de ozônio maior a passagem de UV-B. Normalmente a camada de ozônio é mais fina no nível do equador e mais espessa nos pólos. (O buraco na camada de ozônio, na realidade não é um orifício na ozonosfera, mas sim uma diminuição na espessura dessa porção da estratosfera. O local mais atingido é a Antártica, e sua redução é sazonal geralmente entre agosto e início de novembro. Recentemente a camada de ozônio tem sofrido discreta regeneração.)
3) UV-C: emissões de 200-280 nm, considerada letal, é normalmente absorvida de forma completa pelo oxigênio e pelo ozônio, mesmo quando a camada de ozônio está na sua menor espessura. 


Uma questão relevante nesse assunto vai na contramão de tudo quanto é mencionado sobre a proteção dos filtros solares, uma vez que segundo o Dr. Ralph Moss, boa parte da pesquisa que sustenta a relação sol/melanoma (que é o principal câncer de pele), é mantida pela SCF- Skin Center Foudation, com forte influência sobre os dermatologistas mas pesadamente patrocinada pela indústria de protetores solares. Essa indústria deu um salto em seus lucros de 18 milhões de dólares em 1972 para meio bilhão atualmente. Esse aumento imensamente superior ao crescimento populacional teria uma relação marcante com as preocupações com os efeitos negativos da luz solar, devidamente amplificados pelos meios de comunicação, que naturalmente costumam ser bastante solidários com as campanhas que envolvem os lucros de grandes corporações internacionais.
Ainda com relação a natureza do melanoma ocorre um paradoxo, pois comprova-se maior incidência do mesmo quanto mais se afasta da linha do equador, situação inversamente relacionada á lógica desse câncer.
Outro fator ainda relevante diz respeito a que muitas dessas lesões de melanoma ocorrem em locais fora da área de exposição solar, ou muito pouco expostas, como axilas, espaço entre os dedos, mucosas, entre outras ainda mais distantes dos raios solares.
Existe uma relação entre o câncer e pele tipo não melanoma  (basocelular e espinocelular) e a exposição indevida a UVB, mas geralmente não é essa a única causa desse tipo de câncer. Aspectos alimentares como uma ingesta pobre em frutas e verduras, entre outros, tabagismo, tipo de pele e sinais, compõem uma gama de premissas para esse tipo de doença.
O Dr. A. Bernard Akerman, um dos maiores especialistas em dermatologia e em câncer de pele, chefe de um dos mais renomados centros de pesquisa e tratamento em dermatologia, considerado personalidade do ano pelo American Academy of Dermatology, contradiz alguns pontos rotineiramente aceitos por médicos e o público em geral:
1)      Não há ligação entre luz solar e melanoma;
2)      Não acredita que as queimaduras solares necessariamente causem câncer de pele;
3)      Não acredita que o protetor solar possa proteger a pele contra o câncer de pele, especialmente o melanoma.
Precisamos então saber o que ocorre com os protetores solares utilizados especialmente no Brasil. Um dos problemas importantes que o consumidor brasileiro necessita saber é que uma das substâncias químicas mais utilizadas como filtro solar é proibida na Europa. Trata-se do 4-MBC (4-Metilbenzilideno Cânfora), (também conhecida com os nomes de  Eusolex 6300 (lab. Merck) Parsol 5000 (Givaudan-Roure) e Neo Heliopan (Galena). Varios estudos apontam essa substância como uma das substâncias do grupo dos disruptores hormonais, com potencial ação estrogênica. Dessa forma o 4-MBC poder ter influência altamente negativa no câncer e mama. Pode apresentar ainda influência negativa sobre a glândula tireóide, afetando os níveis de TSH (Hormônio da Hipófise Estimulante da Tireóide), alterando as taxas dos próprios hormônios tireoidianos, T3, T4, induzindo a quadro de hipotireóidismo. Apresenta ainda outra ação negativa importante relacionada a ação uterotrófica, mostrando ação semelhante aos estrogênios (hormônio de ação proliferativa do endométrio).
Outro fator relevante ao 4-MBC é sua propriedade acumulativa nos tecidos (bioacumulação), sem perder suas propriedades de interferir em seus sistemas endócrinos, reprodutivos e imunológicos. (Um exemplo clássico de poluente que se acumula no meio ambiente é o desastroso agro-tóxico DDT). Por esse motivo o The Scientific Committee on Cosmetic Products, SCCP, se reuniu em Bruxelas em 2005 e recomendou a proibição do uso do 4-MBC nos cosméticos na Europa.
Outra substância muito comum nos protetores solares é o Octyl methoxycinnamate (OMC), um produto que funciona como filtro ultra-violeta, de uso muito difundido, teve reconhecida ação tóxica celular, principalmente quando... exposto à luz solar! Ou seja, essa substância é química perigosa por si só, e multiplica sua toxicidade ao entrar em contato com a luz solar. Essas pesquisas foram feitas por pesquisadores noruegueses.
Adicionalmente poderíamos ainda considerar que na formulação de quase todos os protetores solares, mesmo aqueles que parecem não conter essas substâncias, encontraremos metilparabenos e metilbenzenos, substâncias que também se encontram catalogadas como disruptores hormonais e poluentes ambientais.
Essa formulação estrogênica pode portanto levar ao aumento de peso, retenção de líquidos e celulite. Nos homens que usam filtro solar, ocorre o aumento do tecido mamário e o arredondamento dos glúteos, dando-lhes uma forma típica do corpo feminino. O homem fica com ‘peito e bunda’.
O grande problemas dos protetores solares é que eles embora forneçam proteção contra os raios UVB, não protegem contra os raios UVA que são os raios que realmente produzem estragos na pele. Os protetores que utilizam como filtro solar o Tinosorb como princípio ativo, que não é tóxico ao organismo, protegem contra os raios UVA, não engordam e não possuem atividade cancerígena.
O sol é fundamental para a vida no planeta e não é diferente para seres humanos. Todo excesso faz mal, assim como toda falta. Os raios solares exercem importante papel na cura de várias doenças e na estimulação do organismo. O que acontece hoje em dia é que as pessoas quase não possuem contato com o sol e quando se expõem ficam por tempo muito prolongado.
As pessoas têm medo de ficar com melanoma (câncer de pele) se tomarem sol, mas paradoxalmente, quanto menos as pessoas tomam sol no mundo, mais cresce a incidência de melanoma e de cânceres diversos como de pulmão, próstata, colo, e de doenças como o diabetes, o raquitismo, doenças cardíacas, perda de dentes.
Se você vai usar um protetor com filtro solar, FPS, que proteja contra os raios UVA, deve saber que escolher índices altos de FPS pode ser simples desperdício de dinheiro. Por exemplo, se alguém pega sol por vinte minutos e esse é o tempo para sua pele começar a ficar vermelha, escolhendo um protetor com FPS-15, significa que ele estaria protegido da seguinte maneira: 20 minutos x 15 = 300 minutos ou cinco horas. Isso resulta que com esse FPS a pessoa poderia ficar ao sol por cinco horas sem ficar vermelha. Se você utilizar um FPS 70, poderia no mesmo exemplo, ficar ao sol por 1.400 minutos, ultrapassando 23 horas, dessa forma está pagando mais caro por uma proteção que não irá usar já que o sol não dura todo esse tempo.
O índice FPS indica quanto o produto protege contra a radiação UVB.
O índice PPD indica quanto o produto protege contra a radiação UVA.
Estudos feitos no Brasil pela PRO TESTE, revista da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, nº 87 de dezembro de 2009, avaliou dez marcas de protetores solares mais utilizados, constatou: Metade dos produtos testados oferece baixa proteção contra UVA. Um apresentou classificação ruim para o  quesito proteção-UVA. Dos dez protetores FPS 30 testados apenas dois foram considerados eficazes. Metade dos produtos são fotossensíveis, ou seja, perdem sua eficácia quando expostos ao calor ou praticamente não oferecem proteção UVA. Sete dos dez produtos apresentaram resultados ruim quanto á sua composição,  pela presença de produtos cancerígenos proibidos em muitos países mas utilizados no Brasil. Apenas dois produtos dos dez foram considerados aceitáveis.
A melhor forma de proteção contra as queimaduras solares é a exposição em horários adequados, antes das 10 horas e após as 16, usar roupas, chapéu, guarda-sol e sombrinhas, evitando-se os horários de maior incidência da radiação UVA.
Os especialistas argumentam que não se pode comparar um indivíduo acostumado a pegar sol por anos a fio com pessoas que costumam encarar o sol apenas em breves momentos do dia durante o ano. O estilo de vida artificial vivido pelas sociedades urbanas tem afastado o homem do contato com a natureza, dificultando sua relação com o meio ambiente.
O medo que o homem urbano vem sentindo do contato com o sol relaciona-se diretamente com sua atitude antinatural de postar-se frente ao meio ambiente. Quanto mais distante da natureza mais doente fica o homem e não surpreende que quem defenda seu afastamento do sol promove a enfermidade e agrava o sofrimento.
O cuidado necessário não deve ser negligenciado, porém como diz a máxima Budista o melhor caminho será sempre o caminho do meio.
Dr. Sebastião Luiz R. Moreira
Cirurgião Dentista - Homeopata
Terapeuta Natural
Referencias:
Dermatologia, Diagnóstico e tratamento – Bondi, Jegasothy & Lazarus – Artes Médicas -1993
Revista Proteste – nº 87/dezembro de 2009.






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