domingo, 29 de setembro de 2013

TERAPIA FLORAL PODE SER UM BOM AUXILIAR NO TRATAMENTO DA ENURESE NOTURNA (XIXI NA CAMA)

XIXI NA CAMA, ATÉ QUANDO?



Enurese noturna, xixi na cama,  é um distúrbio que afeta muitas crianças e traz sérios incômodos aos pais.
Precisa ser devidamente avaliada pelo médico pediatra ou clínico, observado que o controle dos esfíncteres deve ocorrer por volta dos dois aos quatro anos de idade.
Algumas situações podem contribuir para a manutenção da micção noturna após o dormir, devendo avaliar-se aspectos neurológicos, condições funcionais dos esfíncteres da bexiga, algumas doenças como o diabetes, alterações na secreção do hormônio antidiurético, alterações do sono, aspectos psicoemocionais, entre outras.
Existe uma distinção entre enurese primária e secundária. A enurese noturna pode ser classificada como primária quando a criança nunca chegou a estabelecer completo controle urinário durante a noite (bem mais frequente em meninos); e secundária, quando surge após um período significativo (6 a 12 meses) de controle completo. A enurese secundária geralmente implica perda do mecanismo normal de continência, sugerindo doença de base.
Uma outra classificação sugere a presença de enurese noturna associada a presença ou  ausência de outros sintomas da bexiga. A enurese polissintomática seria o urinar na cama em associação com urgência urinária, aumento de frequência ou outros sintomas de bexiga instável. Aproximadamente 15 a 20% dos pacientes com enurese noturna apresentam incontinência urinária diurna, sendo classificados como casos de enurese noturna primária polissintomática.
O mais comum é a forma monossintomática quando não existem a associação de outros sintomas diurnos que indiquem disfunção miccional, ou seja, a criança não apresenta urgência de urinar, micções interrompidas ou incontinência  diurna.
A forma monossintomática, pelo fato de estar associada com a urina normal durante o dia é de mais fácil tratamento, quando comparada com a forma secundária.
Tabela 1. Prevalência de enurese noturna em crianças de acordo com a idade
Idade
% de enuréticos
5 anos
16%
6 anos
13%
7 anos
10%
8 anos
7%
10 anos
5%
12 a 14 anos
2 a 3%
= 15 anos
1 a 2%
A enurese noturna é mais comum em meninos que em meninas (60% dos que urinam na cama e 90% dos que urinam na cama à noite), sendo duas vezes mais comum em meninos até os 11 anos, quando a incidência torna-se comum aos dois sexos.
A enurese noturna deve ser considerada um atraso no desenvolvimento com base genética (familiar), cuja equação básica é: o volume urinário noturno supera a capacidade da bexiga de retê-lo e a criança não acorda para urinar.
Embora os conhecimentos tenham se avolumado nos últimos anos, para um problema aparentemente simples, ainda não se conseguiu encontrar uma solução.
O conceito atual é que a patogênese da enurese noturna é multifatorial. Trata-se de um atraso do desenvolvimento com base genética poligênica, em que estão envolvidos, em proporções variáveis, três fatores:
1. Poliúria noturna por insuficiência de vasopressina, ADH (hormônio anti-diurético).
2.Bexiga instável, decorrente de hiperirritabilidade do músculo detrusor da bexiga, acarretando seu esvaziamento súbito, antes de sua repleção.
3. Distúrbio do despertar, associada a deficiência relativa de vasopressina e instabilidade da bexiga. Como pano de fundo encontra-se a hereditariedade.
Causas Psicológicas
O fator psicológico é um dos principais aspectos a serem considerados na gênese da enurese noturna, ao lado de fatores biológicos e do meio ambiente, que também podem influenciar.
A enurese noturna é comum em famílias de pais que estão desempregados, distúrbios matrimoniais, dificuldades financeiras e morte recente na família, onde prevalece um ambiente de estresse.
Sabe-se também que a enurese noturna monossintomática primária é causa de problemas psicológicos em crianças, com risco relativo 1,3 a 4,5 vezes maiores do que as crianças não enuréticas.
Estudos mostraram, por exemplo, que 35% das enuréticas dizem que são muito infelizes, e outro trabalho relacionado aos aspectos psicológicos mostrou que 70% das crianças de 5 a 11 anos de idade indicavam claramente que molhar a cama era uma grande desvantagem em relação aos seus colegas, do ponto de vista social e afetivo, denotando um sentimento de isolamento e sensação de frio e umidade em relação ao seu corpo.
O impacto dos problemas psicológicos se manifesta, no geral, pela má adaptação ao tratamento. Por outro lado, a enurese pode, por si só, ser acompanhada de baixa autoestima e problemas psicológicos secundários.
É fundamental relembrar que a enurese é involuntária, pelo que a criança não deve ser castigada ou culpabilizada. Um ambiente de ansiedade ou rigor excessivos em relação a este problema podem tornar-se nocivos e adiar a solução.
TRATAMENTO
Na atualidade, o tratamento é multidisciplinar, conduzindo a diferentes resultados de acordo com a técnica abordada, como treinamento vesical, condicionamento do comportamento, uso de medicação para aumento da capacidade funcional da bexiga, antidiuréticos, alarmes e mesmo antiinflamatórios.  
O envolvimento da família, principalmente da mãe, é de crucial importância para o sucesso do tratamento. É igualmente importante a criança sentir-se parte do tratamento. Deve-se, sempre que possível, recompensar a criança, incentivando e valorizando seus acertos, ou seja, os dias que não urinou durante o sono.
As falhas terapêuticas parecem decorrer sobretudo da falta de cooperação da mãe ou, ainda, da superproteção da criança.
Qualquer possibilidade terapêutica develevar em conta os sentimentos da criança e a dinâmica da família. Em nossa cultura, frequentemente, a enurese causa distúrbios emocionais que são consequência, e não causas, da enurese e funcionam como estressor crônico, com efeitos negativos na personalidade. A autoestima costuma melhorar com o tratamento e, geralmente, não há substituição por outro sintoma.
O tratamento da enurese noturna primária pode ser dividido em duas categorias maiores: tratamento farmacológico e não farmacológico.
Método não farmacológico
Inclui nessa alternativa a terapia motivacional, programas de acordar, correção do hábito miccional (Uroterapia), treinamento vesical (da bexiga), sistema de alarme, hipnoterapia, psicoterapia  e dietoterapia.
Métodos Farmacológicos
Nenhum agente farmacológico possui, até o momento, a condição de resolver integralmente, curando, o problema da enurese. Atuam auxiliando e aliviando situações concomitantes, como ansiedade, por exemplo, e proporcionando um intervalo sem enurese, até que a criança atinja a maturidade par acordar á noite e urinar.
Normalmente a terapia farmacológica será utilizada naqueles casos em que os métodos não farmacológicos não obtiveram sucesso.
Principais fármacos de uso:
Antidepressivos tricíclicos, como amitripitilina e imipramina.
Acetato de Desmopressina (DDAVP) – que apresenta um efeito antidiurético.
Drogas aceticolinérgicas, como a oxibutina e a hioscinamida.
Indometacina, que apresentou um resultado maior que placebo em crianças acima de 6 anos, com uso de um supositório, na manutenção de maior tempo sem enurese noturna.
Alguns estudos demonstraram que alternativas terapêuticas como a hipnose, psicoterapia e acupuntura , apresentaram resultados limitados no tratamento da enurese noturna.
Enurese noturna e Terapia floral  
A Terapia floral é outra possibilidade terapêutica auxiliar no controle da enurese noturna, em especial por sua atuação sobre os componentes emocionais que podem estar subjacentes ao processo.
Sendo assim, podemos sugerir:
Florais de Bach: Mimulus, Heather, Horbeam, Cherry Plum, quando a causa do problema é o medo.
Chicory, Heather, Cherry Plum, Holly, quando a enurese se manifesta como uma forma de manipular os pais, por carência ou necessidade de atenção.
Star-of-Bethelehem pode ser acrescentado em todas as situações onde houver trauma físico ou psíquico.
Florais de Minas: Gutagnello, Piperita, agem sobre a letargia sensorial, a insegurança e o mendo, promovendo o controle físico e psíquico. Podem ainda ser acrescido do Sinapsis, e anil, para melhorar as condições sensoriais e fortalecer a parte neurológica.
Florais da Califórnia: Saint john’s Wort, Angélica, Garlic, dissipam o medo e a sensação de falta de proteção que se intensifica à noite.
Bush Australiano: Dog Rose, Red Helmut Orchid, dissolvem o medo e o conflito com a autoridade, representada pelo pai ou mãe.
Florais de Saint Germain: goiaba, Limão, Allium, protegem e incentivam o autocontrole.
Fórmula composta: Sunflower, da califórina, com Mimulus,Larch, gentian,  de Bach para o medo da autoridade paterna e estimulo à autoconfiança.
Bibliografia:
1. PAIVA, Márcia R.de S.A.Q. ENURESE NOTURNA. Trabalho publicado no site Medicina Net. Revisão de 03/03/2011. Médica Assistente do Departamento de Pediatria e Puericultura da ISCMSP.acessado em 28/09/2013 em http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/4004/enurese_noturna.htm
2. SILVA, Helena. Assistente de Pediatria do Hospital de Braga – Portugal. Publicado no portal educação, Educare.pt, em 24/08/2011. Acessado em 28/09/2013 em: http://www.educare.pt/educare/Opiniao.Artigo.aspx?contentid=1037623118F23A1FE0440003BA2C8E70&opsel=2&channelid=0
3. BISSOLOTI,  Marilene Spalato. A HORA DA VIRADA – CRIANÇAS. Revista Brasileira de Terapia floral, Ano III, nº 13, P. 29.

8 comentários:

  1. Qual floral devo indicar para minha filha, ela tem 8 anos e não percebe que faz enquanto dorme. Faz umas 3 x na noite. Já fiz o método de acordar e ir ao banheiro, mas se ela pegar no sono pesado ela não percebe e faz novamente. Ela tem medo do escuro, de ir sozinha no banheiro, é ansiosa, impaciente e indecisa.

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    1. Uma coisa importante é reduzir o consumo de líquido pela criança nas horas que antecedem o horário de dormir, fazendo ainda com que ela esvazie bem a bexiga antes de deitar. No mais reproduzo a resposta abaixo, apenas levando me conta que no caso dela, além do Guatagnello, dos florais de Minas, faria uma fórmula composta onde entrassem: mimulus, gentian, larch, impatiens, anil e sonchus, fazendo uma experiência por 60a 90 dias. O componente ansioso e medo podem representar aspectos importantes do seu quadro.

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  2. Parabéns pela publicação! Meu filho tem 7 anos e ainda não consegue passar 1 noite sem urinar na cama, as vezes até mais que uma vez. O pediatra nos tranquiliza, mas não sugere intervenção alguma além de paciência e enfatizar as noites secas (que quase nunca ocorrem). Sinto que deve haver mais alguma coisa a ser feita e seu artigo me apontou um caminho. Tudo de bom e continue a se iluminar e iluminar a vida dos outros com a Luz da Sua Verdade! Grata, Vanessa

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    1. A enurese noturna (xixi na cama) não é uma coisa tão incomum, sendo suas causas nem sempre bem definidas. Deve-se avaliar condições sistêmicas, bem como a possibilidade de algum problema de funcionamento dos esfíncteres da bexiga, bem como musculatura, problemas neurológicos, diabetes, entre outros. Aspectos psicológicos e emocionais pode apresentar influencia importante, quando como a criança sofre algum trauma, separações, lares conflituosos, perdas, etc. O fator ansiedade é muito importante, da mesma forma que algum condicionamento equivocado nos períodos mais precoces, próximo à retirada da fralda, também podem contribuir para a manutenção da enurese. Existem várias opções que podem ser tentadas, sendo que a criança deve ser estimulada sem críticas ou comentários negativos à sua situação. Um pediatra pode conduzir bem as avaliações iniciais para descartar fatores de ordem orgânica. É preciso paciência para esperar o amadurecimento cerebral de algumas crianças. Na terapia floral, inicialmente sugiro como uma base de início de trabalho, o Gutagnello dos Florais de Minas, Associado ao Mimulus,Gentian, Anil e Piperita. Maiores informações podem ser feitas em contato com o meu email: drsluiz.floraisterapia@gmail.com

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  3. Uma publicação muito bem escrita e esclarecedora.
    Estou também escrevendo para pedir ajuda. Minha filha tem 6 anos e não urinava na cama durante à noite há no mínimo dois anos.
    Agora, de uma hora para a outra, acordou totalmente molhada duas noites seguidas e sem que tenha acontecido nada de diferente em nosso lar.
    Quais os florais eu poderia dar a ela?
    Agradeço de coração toda a ajuda, porque estou muito preocupada.
    Abs, Marcia.

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  4. Tenho um filho que nasceu prematuro de 32 semanas, ficou hospitalizado 120 dias, fez cirurgia de hérnia com 40 dias de vida e cirurgia cardíaca com 90dias de vida. Teve intolerância a lactose no primeiro ano de vida e aos 3 anos retirou amidalas e adenoides.
    Após deixar as fraldas sempre tinham escapadas de xixi durante o dia e a noite tivemos que continuar a usar as fraldas, após os 6 anos de idade, as espadas de xixi durante o dia acabaram, mas a noite não.
    Hoje aos 12 anos permanece com a enurese noturna.
    Gostaria de ter um tratamento alternativo com florais. o que posso utilizar ?

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  5. Meu filho tem 6 anos e faz xixi na cama todas as noites, mais de uma vez por noite até. Ele é bastante agitado, nervoso e agressivo conosco. O pai dele o cobra bastante e o trata com rispidez e gritos. Gostaria muito de uma indicação de floral que pudesse contemplar todos esses fatores. Aliviaria muito meu coração... Agradeço desde já!

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  6. COMPLEXO HOMEOPÁTICO ALMEIDA PRADO ARSENICUM N° 34 - ENURESE NOTURNA
    R$ 20,75

    Muito útil nas crianças que molham a cama. Incontinência noturna de urina. Paralisia da bexiga. A urina é retida ou paralisia do esfincter vesical e, nesse caso, a urina sai involuntariamente. O paciente urina tão facilmente que chega ao ponto de não perceber sua saída. A urina sai involuntariamente ao tossir.

    APRESENTAÇÃO: 60 comprimidos

    Código: 05020353

    Para maiores informações sobre este produto, acesse:
    http://www.anaterrashop.com/homeopatia/complexo-homeopatico-almeida-prado-arsenicum-n-34-enurese-noturna.html

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