segunda-feira, 13 de junho de 2011

DÉFICIT DEMOCRÁTICO NA SAÚDE

        O título do presente assunto traz a reflexão consciente do Dr. Hilton Sarcinelli Luz em defesa da Homeopatia como opção terapêutica para a população, conforme publicado no site http://www.ecomedicina.com.br/site/conteudo/tema8.asp.
        Considero extremamente importante essa lúcida manifetação pois constatamos na prática que desde sua criação a homeopatia luta contra todas as forças que desejam extingui-la. A população que seria sua maior benificiaria a desconhece em sua grande maioria e não raro a confunde com outras práticas.
        As universidades que deveriam preservar o pensamento livre se omitem no ensino, os governos fecham os olhos e optam pelos sistemas mais caros de atenção á saúde. A indústria farmacêutica utiliza o enorme peso de seu poder financeiro para desacreditar a ação dos medicamentos homeopáticos.
       Apenas os guerreiros homeopatas, fiéis á sua convicção e ao juramento hipocrático de oferecer ao ser humano uma alternativa digna e menos agressiva de tratamento debatem-se na tentativa de fazer valer o princípio democrático que o cidadão dever ter de buscar sua forma de tratamento.
       Vejo portanto na manifestação do Dr. Hilton Sarcinelli o clamor legítimo de todos os homeopatas desse país, ao qual faço coro. Transcrevo abaixo a publicação:
                                     
         DÉFICIT DEMOCRÁTICO NA SAÚDE

No Brasil é unânime a percepção de que vivemos em um regime democrático e na plenitude do Estado de Direito. Para a grande maioria dos cidadãos, não há dúvida acerca dos progressos vigentes, especialmente nas garantias para o exercício dos direitos individuais.
No entanto quando observamos o campo da saúde, especificamente na área das Práticas Integrativas – sendo Acupuntura, Fitoterapia e Homeopatia as mais conhecidas e praticadas – encontramos fatos que colocam em dúvida o caráter pleno da liberdade e o compromisso de garanti-la de forma igualitária e universal.
Tais dúvidas não decorrem do texto de nossa Constituição. Lá está claro o compromisso do Estado em assegurar e prover, a todos os cidadãos brasileiros, os direitos de acesso à saúde e de exercer a liberdade em suas escolhas individuais.
Muitos são os exemplos da vigência de garantias para o exercício da liberdade nas escolhas individuais seja na política, na religião, na profissão, na expressão das ideias, na opção sexual etc. Mas se consideramos as Práticas Integrativas, em seus diversos cenários, constatamos desigualdades de direitos, entre os cidadãos brasileiros, que maculam a plenitude da nossa democracia.
Na Educação, na área da habilitação profissional, os estudantes das diversas profissões da saúde, não têm acesso, de forma universal e igualitária, a conhecimentos básicos sobre as Práticas Integrativas. Informações que lhes faculte formar juízo acerca do que são, quais os seus fundamentos, como funcionam, quando são úteis e como aplicá-las.
A maior parte da pesquisa realizada no país ocorre no âmbito das Universidades ou em instituições com fortes vínculos na academia. Ausentes das universidades, quem pode duvidar do impacto desta discriminação na geração de conhecimentos e para a produção de pesquisas na área das Práticas Integrativas?
Nestas condições é duvidoso afirmar sobre a existência de garantias à Liberdade de Escolha e ao Direito à Informação no âmbito da formação de recursos humanos na saúde. Por outro lado é bem possível intuir sobre a origem de preconceitos.
No acesso à assistência à saúde, tomaremos como referência a Homeopatia. Dentre as Práticas Integrativas foi reconhecida como especialidade médica em 1980, enquanto a Acupuntura o foi em 1995 e a Fitoterapia não é reconhecida como tal.
Segundo dados do Ministério da Saúde, entre os 5.563 municípios do país, apenas 157 oferecem a homeopatia na assistência pública e há 380 médicos homeopatas trabalhando neste segmento, embora referências da Associação Médica Homeopática Brasileira indiquem a existência de 15.000 médicos homeopatas formados no país.
Vale ressaltar que não nos referenciamos em uma prática exótica e rara no país, mas a uma especialidade médica, com um número expressivo de profissionais habilitados e com 30 anos de reconhecimento pelos órgãos normativos do Estado.
Se a Constituição Brasileira assegura a toda população o direito de escolha, na assistência pública de saúde é duvidoso afirmar que o Estado esteja cumprindo nossa Carta Magna. Pelo contrário, é adequado dizer que a maioria da população está privada do seu direito de escolha terapêutica.
No âmbito do exercício profissional, todos aqueles que escolhem qualquer uma das Práticas Integrativas encontrará limites notáveis, ou mesmo insuperáveis, para exercê-la, tanto no âmbito público, quanto no âmbito privado. Barreiras limitam o acesso ao trabalho e, consequentemente, ao exercício da profissão no campo da educação, pesquisa e da assistência à saúde.
Podemos afirmar estar assegurado o Direito ao Trabalho e à liberdade de escolha profissional quando encontramos tal grau de discriminação em uma área de competência do Estado, como a prestação de serviços públicos de saúde?
Ainda que estes aspectos sejam relevantes para apontar sobre a vigência de um déficit democrático, de uma limitação de direitos para amplos contingentes da população, o fato mais grave e constrangedor desta deficiência republicana, é a intolerância à diferença.
Intolerância que é consequência direta da invisibilidade que paira sobre o tema, uma obscuridade que mantém a sociedade apartada e sem direito a refletir, formar opinião e se manifestar.
Não é suficiente garantir a liberdade de escolha terapêutica. É necessário garantir o respeito à diferença.
Se hoje é raro encontrar quem se arvore a emitir opiniões e formular comentários públicos para desqualificar escolhas religiosas, políticas ou sexuais de qualquer cidadão, quando se trata das escolhas terapêuticas é comum encontrar quem o faça. Basta portar algum dado, científico ou estatístico, para que surjam nos meios de comunicação de massa paladinos da verdade dispostos a eliminar o direito de escolha dos demais.
Precisamos exigir a garantia do respeito à diferença para os usuários das Práticas Integrativas. Necessitamos reclamar nosso Direito à Diferença e cobrar nosso Direito de Minoria. O fato de existirem escolhas hegemônicas e majoritárias, não elimina os direitos à livre escolha e ao respeito que lhe é devido.
Existem sanções judiciais para limitar abusos e ofensas públicos, em especial quando há o concurso de meios de comunicação de massa. Porque nunca assistimos a nenhuma retratação das ofensas e difamações proferidas contra a Homeopatia, ou a outras Práticas Integrativas?
Será que uma parte da crise mundial da saúde, decorrente da falta de recursos para atender a maioria, razão da hegemonia da racionalidade médica biotecnológica e seus elevadíssimos gastos, também não é um sintoma da falta de democracia na saúde?

Hylton Sarcinelli Luz, presidente da Ação pelo Semelhante

domingo, 12 de junho de 2011

Astrônomos tentam explicar planetas extrassolares com órbita retrógrada

Astrônomos tentam explicar planetas extrassolares com órbita retrógrada: "A vantagem do novo modelo é que ele salva a teoria de formação planetária atual, uma vez que os planetas poderiam se formar do disco protoplanetário, girando no mesmo sentido da estrela e, só mais tarde, inverterem sua órbita."

quarta-feira, 8 de junho de 2011

EPILEPSIA E DEPRESSÃO - RECOMENDAÇÕES DE TRATAMENTO.

TRATAMENTO DA DEPRESSÃO EM PACIENTES COM EPILEPSIA.


Noe KH, Locke DE, Sirven JL, Atual - Opções de Tratamento em Neurologia (abril-2011).
Publicado : Fonte : DOCGUIDE WEECKLY (GENERAL PRATICE MEDICINE) –USA.   20/ABRIL/2011.

O artigo avalia as evidências atuais para uma melhor abordagem de tratamento dos pacientes epilépticos com depressão como comorbidade.
O passo mais importante na adequada gestão de transtornos do humor nessa população é fazer o diagnóstico. Uma boa vigilância clínica e o uso rotineiro de uma boa ferramenta de triagem podem melhorar a detecção do problema e os cuidados.
Como acontece com a população em geral, as pessoas com epilepsia são freqüentemente interessadas em explorar as terapias alternativas para doenças crônicas, incluindo a depressão.  Infelizmente os benefícios das terapias alternativas e complementares para pacientes com depressão não são totalmente conhecidos e no caso de pacientes com epilepsia e depressão não existe referencia de resultados, embora um estudo inicial de exercícios mostrou algum benefício para depressão leve.
As preocupações com efeitos colaterais, interações medicamentosas e os custos dos medicamentos e tratamento, podem constituir barreira á prescrição de medicamento antidepressivo para pacientes crônicos que fazem uso continuado de drogas antiepilépticas DAE na terapia. Por essa razão o uso de um DAE com propriedades estabilizadoras do humor pode ser apropriado para indivíduos selecionados com sintomas depressivos leves.
O medo indevido de baixar o limiar convulsivo não deve impedir a utilização do medicamento antidepressivo não se superestimando os riscos e com isso deixar a depressão sem tratamento.
As atuais evidências indicam uma melhor eficácia de apoio e segurança no início do tratamento com drogas como citalopram, sertralina, mirtazapina, como farmacoterapia inicial, enquanto a bupropiona deve ser evitada. Recomenda-se começar de baixo, ir devagar e utilizar-se a menor dose eficaz.
A Terapia Cognitiva Comportamental é um precioso auxiliar para a terapia antidepressiva nessa população.
Para pessoas com epilepsia parcial refratária e depressão refratária, a estimulação do nervo vago tem algum recurso, na medida em que pode beneficiar ambas condições, mas a terapia de estimulação do nervo vago ainda não apresenta claros resultados na melhora do humor em pacientes com epilepsia.

Fonte : DOCGUIDE WEECKLY (GENERAL PRATICE MEDICINE) –USA.   20/ABRIL/2011.

* CONSULTE SEU MÉDICO, NÃO PRATIQUE AUTOMEDICAÇÃO.

TRATAMENTO DA POLINEUROPATIA DOLOROSA DIABÉTICA

       A dor é o principal sinal de alarme do organismo e funciona como um alerta de algo que não vai bem. 
      O diabetes em suas apresentações pode levar o indivíduo quando não tratado, a uma série de complicações que podem inclusive colocar em risco a sua vida.
      Entre essas complicações a polineuropatia dibética dolorosa é uma constatação que muito interfere na qualidade de vida do paciente devido a intensidade da dor, redução da sensibilidade e perda de reflexos tendinosos.
     Estudos recentes do Departamento de Neurologia da Universidade da Califórnia em San Francisco /EUA, coordenados pelo Dr. Andrew S. Josephson-MD, publicado no site especializado MSD-ONLINE, em 12 de maio de 2011, dão conta de uma revisão sistemática da literatura médica sobre o assunto, de 1960 a 2008, onde são avaliados níveis de controle de dor na polineuropatia diabética e os medicamentos mais indicados no momento. 
Abaixo transcrição do estudo conforme publicado.  

DIRETRIZES BASEADAS EM EVIDÊNCIAS  PARA TRATAR NEUROPATIA DIABÉTICA DOLOROSA.

Andrew S. Josephson
MD, do Departamento de Neurologia da Universidade da Califórnia em San Francisco, San Francisco, EUA
Relacionado com: Capítulo 379. Neuropatia periférica.

Uma das complicações mais importante e potencialmente incapacitante do diabetes é o desenvolvimento de uma polineuropatia, simétrica comprimento-dependente. Cerca de 16% dos pacientes com diabetes sofrem de uma forma dolorosa de neuropatia, que pode ser difícil de tratar. Muitas opções farmacológicas e não farmacológicas existem para que os médicos cuidem desses pacientes, e uma recente diretriz baseada em evidência (Bril et al, 2011) publicado pela Academia Americana de Neurologia (AAN) ajuda a orientar os médicos quanto à força da evidência para estas terapias diversas.
A diretriz envolveu uma revisão sistemática da literatura 1960-2008. Um total de 79 artigos relevantes foram identificados e avaliados, por membros de um painel, usando critérios padronizados de avaliação da qualidade das provas. Como havia uma grande variabilidade nas medidas usadas para quantificar a redução na dor, os autores preferiram a medidas de resultado, em ordem de preferência: (1) a diferença na proporção de pacientes que relataram uma mudança> 30-50% na dor da linha de base um Likert ou escala visual analógica de dor, comparado com placebo ou nenhum tratamento, (2) a variação percentual da linha de base em um Likert, ou escala analógica visual em comparação com nenhum tratamento ou tratamento comparativo, e (3) outras medidas quantitativas de redução da dor.
No nível A de recomendação de toda revisão efetuada prevaleceu a pregabalina, anticonvulsivante,
sugerindo que deve ser oferecido como uma terapia de primeira linha. A dosagem necessária para
tratar uma redução de dor de 50% correspondeu a 600g /d/ como recomendação de tratamento.
No nível B, entre os anticonvulsivantes, foram incluídos a gabapentina e valproato de sódio. Entre os anticonvulsivantes de nível B encontram-se a oxcarbamazepina, lamotrigina e lacosamida, cuja recomendação é para não serem utilizados devido baixa eficácia.
Entre os antidepressivos de nivel B, amitriptilina, venlafaxina e duloxetina, não foram encontradas evidências para apoiar as escolha de um sobre outro.
Medicamentos opióides que recebram um grau de recomendação B, incluindo o sulfato de morfina, dextrometorfano, tramadol, morfina e oxicodona, dados recentes sugerem que estes fármacos são eficazes no tratamento da dor neuropática, isoladamente ou em combinação com outros agentes.
Na categoria de agentes farmacológicos alternativos, com recomendação de nível B, foram indicados a capsaicina e spray de dinitrato de isossorbida. Existe uma recomendação a nível B para NÃO SE USAR a clonidina, pentoxifilina ou mexiletina.
Finalmente foram examinados os métodos não farmacológicos no tratamento da dor, como estimulação elétrica nervosa percutânea que deve ser considerada para uma recomendação de nível B.
Outros tratamentos foram considerados ineficazes e provavelmente não devem ser considerados (recomendação nível B), incluindo o tratamento do campo eletromagnético, tratamento de laser de baixa intensidade e terapia Reiki (definida como a transferência de energia do médico ao paciente para ajudar o corpo curar).
Os autores observaram que o efeito placebo variou até 50% nos estudos examinados. Uma consideração importante na avaliação de diversos estudos que possam ter concebido diferentes tipos de placebos com resultados variáveis. Tomado como um todo, este trabalho global é útil para os muitos profissionais que cuidam de pacientes com este distúrbio comum e separa os tratamentos que têm evidência para apoiar seu uso daqueles que não.

REFERENCE
Bril V, England J, Franklin GM, et al. Evidence-based guideline: treatment of painful diabetic neuropathy: report of the American Academy of Neurology, the American Association of Neuromuscular and Electrodiagnostic Medicine, and the American Academy of Physical Medicine and Rehabilitation. Neurology [Epub ahead of print] April 11, 2011.

PERFIL ATUAL DOS CIRURGIÕES-DENTISTAS BRASILEIROS

          Últimos estudos divulgados em 2009 patrocinados pelo Govêrno Federal através do Departamento de Gestão da Educação na Saúde do Ministério da Saude, pela Organização Panamericana da Saúde - OPAS e pelo Observatório de Recursos Humanos em Odontologia da Faculdade de Odontologia da USP, contando ainda com a colaboração direta do Conselho Federal de Odontologia - CRO, Associação Brasileira de Odontologia -ABO-Nacional, Associação Brasileira de Ensino Odontológico - ABENO, Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas - APCD, CAPES - Representação da Área de Odontologia e Ministério da Saúde - DEGES e Coordenação Nacional de Saúde Bucal, traçaram um perfil da situação dos cirurgiões-dentistas existentes hoje no Brasil, sua distribuição, características profissionais, distribuição e expectativas para implementação de políticas de formação e inserção profissional no campo da saúde bucal. Traz uma quantidde de dados interessantes tanto para os profissionais da área quanto para o público em geral mas especialmente para os gestores de saúde. Vejam texto abaixo:

 
PERFIL ATUAL E TENDÊNCIAS DO CIRURGIÃO-DENTISTA BRASILEIRO

Foram apresentados na última quinta-feira (15/10/2009), na Faculdade de Odontologia (FO) da USP, os resultados da pesquisa Perfil Atual e Tendências do Cirurgião-dentista Brasileiro, que levantou dados como o número de cirurgiões-dentistas em atividade no Brasil, sua distribuição geográfica, formação educacional e renda, entre outros indicadores. A expectativa é que essas informações contribuam para o planejamento e implementação de políticas de formação e inserção profissional no campo da saúde bucal.
A pesquisa foi promovida pelo Departamento de Gestão da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Organização Pan-americana de Saúde (Opas) e Observatório de Recursos Humanos em Odontologia da FO/USP. A ABO Nacional participou do levantamento fornecendo informações e apoiando sua realização, assim como o Conselho Federal de Odontologia (CFO) e a Associação Brasileira de Ensino Odontológico (Abeno).
Documento apresentado

A Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo – FO/USP criou, em 2006, o OBSERVATÓRIO DE RECURSOS HUMANOS ODONTOLÓGICOS DA FO/USP - OBSERVARHODONTO e sua ESTAÇÃO DE PESQUISA DE RECURSOS HUMANOS EM SAÚDE BUCAL , integrando a ROREHS e sendo a única, da América Latina, voltada especificamente para os estudos sobre Recursos Humanos em Odontologia.

A Rede Observatório de Recursos Humanos em Saúde do Brasil (ROREHS) é uma iniciativa do Ministério da Saúde em conjunto com a OPAS/OMS. Compõe um projeto de âmbito continental da OPAS, já implantado em diversos países das Américas. O propósito geral da Rede é propiciar o mais amplo acesso a informações e análises sobre recursos humanos de saúde no País, facilitando a melhor formulação, acompanhamento e avaliação de políticas e programas setoriais, bem como regulação social dos sistemas de educação e trabalho no campo da saúde. O propósito geral da rede é produzir estudos e pesquisas na área de recursos humanos em saúde, a fim de contribuir para o desenvolvimento da área. É composta por Estações de Trabalho formadas por Instituições de Ensino, pesquisa e serviço, sendo interligadas pela OPAS/OMS.
O objetivo do OBSERVARHODONTO é realizar pesquisas sobre aos recursos humanos odontológicos no campo da gestão, formação e regulação das profissões e ocupações de saúde bucal no Brasil, por meio do:
•Monitoramento dos aspectos demográficos, políticos e sociais da oferta e da demanda da força de trabalho do setor da Odontologia, acompanhando e analisando as relações de trabalho e emprego no setor da saúde bucal;
•Acompanhamento, análise e orientação do desenvolvimento das estratégias e metodologias de formação e capacitação de recursos humanos de saúde bucal;
•Desenvolvimento de estudos, metodologias e indicadores que possibilitem a avaliação da eficiência, eficácia e efetividade do trabalho em saúde bucal;
•Acompanhamento das demandas da regulação do exercício profissional e das ocupações na área da saúde bucal, em especial dos Técnicos em Higiene Bucal (THD) e dos Atendentes de Consultório Odontológico (ACD).
Nome do projeto em divulgação: “Perfil Atual e Tendências do Cirurgião-Dentista brasileiro”.
Data de desenvolvimento da primeira etapa: Agosto de 2008 a Dezembro de 2009.
Divulgação dos dados finais na primeira etapa da pesquisa com a publicação do livro em janeiro de 2010.
Entidades promotoras:
• Ministério da Saúde (MS) - Departamento de Gestão da Educação na Saúde;
• Organização Pan Americana de Saúde (OPAS);
• Observatório de Recursos Humanos em Odontologia (OBSERVARHODONTO)- FO/USP.
Entidades participantes:
• Conselho Federal de Odontologia -CFO;
• Associação Brasileira de Odontologia – ABO Nacional;
• Associação Brasileira de Ensino Odontológico - ABENO;
• Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas - APCD;
• CAPES/Representação da área de Odontologia;
• Ministério da Saúde/DEGES e Coordenação Nacional de Saúde Bucal.
Resumo

A pesquisa teve como objetivo levantar e articular a informações existentes em bancos de dados isolados de diversas fontes, traçando uma linha de base com um conjunto de informações sobre o Cirurgião-Dentista (CD) brasileiro. Pretende saber quantos são, onde estão, qual o grau de formação, qual a renda e tipo de exercício profissional desenvolvido pelos CD no país. Além disto, foi elaborada uma análise das tendências no perfil sociodemográfico, da formação técnico-científica e do mercado de trabalho. Os dados vão contribuir para o planejamento e a implementação das políticas de formação e inserção profissional no campo da saúde bucal nas suas múltiplas áreas de atuação.
Estratégia de trabalho
As reuniões de trabalho das entidades foram realizadas por meio de vídeo conferências, conectando mensalmente, desde set de 2008, pontos em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Londrina. Além disso, ocorreram reuniões presenciais para a elaboração inicial e final do projeto.
Sobre a estratégia de trabalho adotada:
1.    O uso de Vídeo Conferência como estratégia de trabalho reduz substancialmente os custos de obtenção das informações.
2.    A utilização de dados já obtidos pelas entidades acelera a produção da informação.
Esta é a primeira etapa de uma grande pesquisa.
3. O trabalho colaborativo e articulado das entidades permitiu a identificação de lacunas no processo de coleta e o aperfeiçoamento do conjunto de informações dos bancos de dados.
Mensagem chave:
Os dentistas, em conjunto com médicos e enfermeiros, constituem o núcleo básico de profissionais de nível superior das equipes de saúde da família. Estudos anteriores traçaram informações sobre médicos e enfermeiros. A pesquisa envolveu bancos de dados que possuem informações sobre os cerca de 220.000 Cirurgiões-dentistas registrados no Conselho Federal de Odontologia. O Brasil tem um efetivo de dentistas entre os maiores do mundo, mas a distribuição interna é desigual. A fixação de profissionais no interior do país, e a formação voltada para atender o conjunto da população são os principais desafios. O estudo deverá construir e analisar um banco de dados entre os maiores existentes na área no mundo. A etapa subsequente aprofunda o detalhamento das questões levantadas e expande as informações aos profissionais de nível técnico e médio na área.
Fontes de consulta:
Cadastro do CFO, Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde- DATASUS, Censo da Educação Superior-MEC, DATACAPES-MEC, Cadastro da Receita Federal-MF, dados populacionais do IBGE, CEP-Correios, Cadastro da ABO, APCD e ABENO.
Data do briefing: 15/10/2009.
Participaram da elaboração deste documento:
Ana Estela Haddad - Diretora do DEGES- MS
Maria Ercília de Araújo - Coordenadora do OBRHS-USP
Maria Celeste Morita- Pesquisadora Responsável- Universidade Estadual de Londrina
Grupo de trabalho:
Ana Estela Haddad - Diretora do Depto de Gestão da Educação na Saúde/Ministério da Saúde
Isabela A. Pordeus - Representante da área Odontologia/CAPES
Gilberto Pucca Junior - Representante do Depto de Atenção Básica/MS
João Humberto Antoniazzi – Representante da APCD
Luciano M.S. Barreto - Gerente de Tecnologia e Informação –CFO
Luiz R.Craveiro Campos-Vice-Presidente da ABO nacional
Maria Celeste Morita - Pesquisadora Responsável do estudo -UEL
Maria Ercília de Araújo - Coordenadora do OBRHO-USP
Miguel A. S. Nobre - Presidente do CFO
Silvio J. Cecchetto - Presidente da APCD
Orlando Ayrton de Toledo - Presidente da ABENO
Perfil atual e tendências do cirurgião-dentista brasileiro
•Antecedentes:
1º curso de Odontologia no Brasil: criado em 25 de outubro de 1884 no Rio de Janeiro e Bahia.
Lei que regulamenta a profissão: LEI 5.081 DE 24/08/1966
Total de profissionais: 219.575 Cirurgiões-Dentistas, em 10/2008
Contexto: cerca de 20% do total mundial de CD
•Idade dos CDs brasileiros
- A maior parte (55%) dos CDs no Brasil tem menos de 40 anos de idade, ¼ tem menos de 30 anos.
•Sexo
- Mulheres são maioria na profissão em 25/27 estados brasileiros. Há 40 anos eram 10% do total, hoje esse percentual é de 56%.
•Renda
- Renda média cresce de 2003 a 2007. Maior crescimento se dá na faixa que possui renda entre 48.000-60.000 reais/ano.(4.000-5.000 reais/Mês).
- Mais de 60% declaram renda superior a 24.000/ano (2.000 reais/ Mês).
- Renda é maior nos estados do Norte do país.
•Mercado
Autônomos – 2/3 são autônomos – cerca de 140.000
Emprego em Serviços Públicos de Saúde, em expansão:
Equipes de Saúde Bucal no PSF: em 2003, 6.170 e em 2008, 18.482
- 1/3 do total de profissionais estão cadastrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
com algum vínculo em serviço público – cerca de 70.000
- Aumento do número de registros no CFO em 2007 em relação aos concluintes do curso de Odontologia,
revela re-aquecimento da profissão
•Distribuição Regional
- ¾ dos Cirurgiões-Dentistas estão concentrados no Sudeste e Sul do país. O estado de São Paulo tem 1/3 do total de CDs brasileiros.
- A proporção de população por profissional está entre as menores do mundo (1 cirurgião-dentista para cada 838 habitantes), mas as disparidades regionais são enormes. Há municípios onde essa relação é de 1 CD para 65.000 habitantes e outros com menos de 1 cirurgião-dentista para 171;
• Local de graduação e migração interna
- Estados como Roraima, Acre e Amapá são considerados receptores de profissionais;
- O local de graduação tem forte relação com o local de exercício profissional (86% se inscrevem no mesmo estado).
- 12% migraram para outro estado depois de iniciada a atividade profissional.
•Estrangeiros
- Há 3.245 profissionais estrangeiros legalmente registrados no país em 2008.
- 1/3 vem da América do Sul e destes, a nacionalidade mais frequente é a boliviana
•Graduação:
Número de cursos de Odontologia: 197
De 1991 a 2008: crescimento de 137%
Taxa de Ocupação de vagas em 2008: 69 %

Matrículas em 2008 (alunos cursando): 48.752 sendo 65% em IES privadas

Sudeste concentra : 52 % dos cursos
Fonte: CES/MEC
•Pós-Graduação
19 especialidades reconhecidas pelo CFO
Novas especialidades (reconhecidas em 2002): RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA E IMAGINOLOGIA, DISFUNÇÃO TÊMPORO-MANDIBULAR E DOR-OROFACIAL, ODONTOLOGIA DO TRABALHO, ODONTOLOGIA P/ PACIENTES C/ NECESSIDADES ESPECIAIS, ODONTOGERIATRIA, ORTOPEDIA FUNCIONAL DOS MAXILARES
Total de especialistas: 53.679 (25% do total de CDs)
•Distribuição Geográfica:
- 49% nas capitais. Em 18 estados a concentração nas capitais é superior a 60%.
- Sudeste concentra 56% do total de especialistas do país
•Especialidades que possuem o maior número de profissionais:
- Ortodontia: 11.778 profissionais registrados
- Endodontia: 9.120 profissionais registrados
•Menor número de especialistas entre as dez especialidades mais frequentes:
- Saúde Coletiva: 1.430 profissionais registrados
•Mestres e doutores na área de Odontologia
Número de programas: 84
Saúde coletiva como programa ou área de concentração: 13
•Localização:
SP, MG e RJ juntos possuem 75% dos programas de Mestrado e Doutorado. Estado de São Paulo, 62%
Fonte: CAPES-MEC, Perfil atual e tendências do Dentista brasileiro, 2009.

APARELHO DENTÁRIO AJUDA NO TRATAMENTO DA OBESIDADE.

Notícia interessante publicada no site d CFO - Conselho Federal de Odontologia relata estudo desenvolvido por cirurgiões-dentistas do Rio Grande do Sul que desenvolveram aparelho intra-oral que auxilia no processo de educação alimentar e pode ser auxiliar no combate á obesidade por alimentação compulsiva. Vale conferir.

Aiosa: Conheça o aparelho dentário que ajuda a emagrecer
Um aparelho dentário que emagrece pela reeducação alimentar. Essa é a promessa do Aparelho Intra-Oral de Saciedade Alimentar, batizado de Aiosa, criado pelos gaúchos Alexandre Conde, cirurgião-dentista, e por Simara Ruffato Conde, nutricionista. Estudiosos dos métodos de educação alimentar, os especialistas garantem que a invenção sacia a fome.
— Passamos cerca de cinco anos estudando o porquê da constatação, no meio odontológico, de que certos aparelhos trazem mudanças significativas do comportamento alimentar nos pacientes. Quando há a utilização de algum tipo de contensor, verificamos, em muitos casos, a melhoria da forma que as pessoas comem — afirma Conde.
O aparelho é feito a partir de um material de moldagem, fio ortodôntico de aço inoxidável e acrílico, que recobre uma área no céu da boca. O indicado é que ele seja usado durante as principais refeições, sem risco nenhum à mastigação. Por ser feito num molde personalizado à boca de cada paciente, o Aiosa permitindo a perfeita mastigação e deglutição. Segundo os criadores da novidade, ele não foi desenvolvido para substituir qualquer outro método de emagrecimento ou reeducação alimentar, e sim atuar como um coadjuvante desses processos.
— O Aiosa auxilia na perda de peso e na sua manutenção através do estímulo mais precoce e prolongado da saciedade, que o indivíduo atinge por estímulos não farmacológicos e não cirúrgicos, mas sim por estímulos fisiológicos. Sua vantagem está no fato de ser um recurso unicamente desencadeado por um dispositivo de contato oral, promovendo reações do próprio sistema nervoso — explica o dentista.
Alexandre e Simara, que testaram o aparelho em 60 pacientes, colheram dados significativos de emagrecimento, sobretudo quando o aparelho foi utilizado em conjunto com um acompanhamento nutricional. A indicação do Aiosa é feita, sobretudo, para pacientes que apresentam problemas de excesso de peso por compulsão alimentar, dificuldade de reeducação alimentar e demais pessoas que não tiveram sucesso apenas com orientação nutricional.
O tratamento do Aiosa, porém, nunca começa por um dentista, segundo os pesquisadores. Trata-se de um método multidisciplinar: nutricionistas, endocrinologistas, psicólogos, cardiologistas e cirurgiões plásticos, entre outros profissionais capacitados, poderão indicar o aparelho, caso não haja nenhuma contraindicação.
Embora seja mais uma alternativa para ajudar a perder peso quando nada mais resta, é o bom senso, mais uma vez, que surge como a melhor tática para perder alguns quilos sem comprometer a saúde. Nesse quesito, os médicos são unânimes em afirmar: o processo de emagrecimento inicia muito mais pela cabeça, com a mudança de hábitos, do que pela boca.
Fonte: Clic RBS – 25/05/2011

CÂNCER DE BOCA E SEXO ORAL

          A matéria abaixo reproduzida foi publicada no site do CFO - Conselho Federal de Odontologia e reflete a preocupação das autoridades de saúde com o crescimento do número de câncer da boca e orofaringe, relacionados á infecção por papilomavirus humano e transmitido por sexo oral.

          Câncer de boca causado por sexo oral avança no Brasil
Em uma década, dispararam no país os casos de câncer de boca e orofaringe relacionados à infecção por HPV (papilomavírus humano), transmitidos por sexo oral.
O índice de tumores provocados pelo vírus é três vezes superior ao registrado no fim da década de 1990. Não há um aumento do número total de casos, mas sim uma mudança no perfil da doença.
Antes, cânceres de boca e da orofaringe (região atrás da língua, o palato e as amígdalas) afetavam homens acima de 50 anos, tabagistas e/ou alcoólatras.
Hoje, atingem os mais jovens (entre 30 e 45 anos), que não fumam e nem bebem em excesso, mas praticam sexo oral desprotegido.
Uma recente análise publicada no periódico “International Journal of Epidemiology” mostra que, quanto maior o número de parceiras com as quais pratica sexo oral e quanto mais precoce for o início da vida sexual, mais risco o homem terá de desenvolver câncer causado pelo HPV.
MAIS CASOS
No Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, 80% dos tumores de orofaringe têm associação com o papilomavírus. Há dez anos, essa associação existia em 25% dos casos.
O HPV já está presente em 32% dos tumores de boca em pacientes abaixo dos 45 anos “”antes, o índice era de 5%. Por ano, o hospital atende 160 casos desses tumores.
“O aumento dos tumores por HPV é real, e não porque houve melhora do diagnóstico. Os casos relacionados ao tabaco vêm caindo, mas o HPV está ocupando o lugar”, diz o cirurgião Luiz Paulo Kowalski, do A.C. Camargo.
No Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), 60% dos 96 casos de câncer de orofaringe atendidos em 2010 tinham relação com o HPV. As mulheres respondem por 20% dos casos.
“Começa-se a notar um maior número de mulheres com esse câncer, por causa do sexo oral desprotegido”, diz o oncologista Gilberto de Castro Júnior, do Icesp.
No Hospital de Câncer de Barretos, no interior paulista, casos ligados ao HPV respondem por 30% dos cânceres da orofaringe, um aumento de 50% em relação à década passada, segundo o cirurgião André Lopes Carvalho.
“A maioria dos nossos pacientes tem o perfil clássico, de homens mais velhos que bebem e fumam. Mas estamos percebendo uma virada.” O Inca (Instituto Nacional de Câncer) desenvolve seu primeiro estudo sobre o impacto do HPV nos tumores orais. Segundo o cirurgião Fernando Dias, coordenador da área de cabeça e pescoço do instituto, o HPV de subtipo 16 é o que mais provoca câncer da orofaringe.
“O HPV está criando um novo grupo de pacientes. Por isso, é preciso reforçar a necessidade de fazer sexo oral com preservativo.” O Inca estima que, por ano, o país registre 14 mil novos casos de câncer de boca.
Segundo os especialistas, a boa notícia é que os tumores de orofaringe relacionados ao HPV têm um melhor prognóstico em relação àqueles provocados pelo fumo.
Paulo Kowalski afirma que eles respondem melhor à quimioterapia e à radioterapia e, muitas vezes, não há necessidade de cirurgia.
VACINA
A vacina contra o HPV não é aprovada para homens no Brasil. Nos EUA, onde foi liberada, a imunização masculina não protege contra o HPV 16, o tipo que mais causa câncer de boca e de orofaringe.
No Brasil, só mulheres entre 9 e 26 anos têm indicação para a vacina contra quatro tipos de HPV, entre eles o 16. Mas a imunização só existe na rede privada, ao custo médio de R$ 900.
Fonte: Folha de São Paulo – 25/05/2011

* Consulte regularmente o seu cirurgião-dentista. Prevenir é a melhor atitude!


sábado, 4 de junho de 2011

MEDITAÇÃO SHINSOKAN

>> Na vida turbulenta das grandes cidades o ser humano distanciou-se da centelha divina que existe dentro dele. Iludido pelos atrativos do mundo, corre em direção a todas as coisas, como um náufrago busca uma tábua de salvação, na espera de aí encontrar a felicidade. Não raramente, encontra mais dores que felicidade, pois essa muitas vezes é superficial e passageira. Corre de um lado a outro, embriaga-se nas tentações mundanas, muda de religião como muda de roupa, mas não encontra sossego. Não o encontra porque o mundo exterior representa exatamente aquela inquietação interna que não deseja enfrentar, fugindo de si busca amparo na impermanência do mundo e não encontrando porto seguro, desespera-se, deprime-se, angustia-se, torna-se agressivo e em geral, de alguma forma adoece.
Ao meditar o indivíduo internaliza-se, busca o seu eu superior, a sabedoria inata que existe em todos nós, mas que na maioria das vezes encontra-se adormecida. Ao meditar conectamo-nos com nossa criança interior, com a centelha Divina que nos sustenta; e ao permitirmos que essa criança dê a mão a essa divindade interna, tranquilizamos nossa mente, serenamos nosso espírito, conectamo-nos com as forças básicas da natureza e do cosmos,  tornamo-nos um como o todo e comungamos a expriência extasiante de estamos vivos e encarnados. 
Encontramo-nos em paz. Essa paz pode ser trazida para mundo, para nossa vida diária, tornando-nos assim melhores, mais amáveis, mais perceptivos, mais caridosos, mais compreensivos, mais humanos.
A meditação SHINSOKAN (SHIN = DEUS, SO = PENSAR, KAN = CONTEMPLAR), meditação para contemplar a Deus,  é uma poderosa ferramenta para trazer-nos tranquiliade e serenidade no dia-dia, uma poderosa forma de aliviar as tensões,  o estresse e atingir a paz.
Realize-a sem preconceitos, sem prejulgamentos, com calma, deixando fluir sua força por todo seu ser (físico,mental, emocional e espiritual),  aproveite seu resultado em sua vida pessoal, com seus familiares, no seu trabalho, onde quer que esteja.
  

RELAÇÃO ENTRE ESCOVAÇÃO DENTAL, DOENÇA PERIODONTAL E CORONARIOPATIAS.

 A doença periodontal sempre foimotivo de preocupação entre cirurgiões dentistas não só pelas sua implicações bucais, mas por caracterizar-se por um processo inflamatório crônico que por visa sistema pode afetar todo o organismo. Mais recentemente estudos realizados em todo mundo tem revelado as implicações e relação entre a doença periodontal crônica e as possibilidades de complicações cardiovasculares. Nesse sentido a escovação bucal parece exercer fator determinante, especialmente naquelas pessoas na faixa etária mais propensa ao aparecimento de doenças cardiovasculares. Com o aumento da qualidade de vida e por consequência da sobrevida que atinge hoje médias mais altas, no Brasil próximo aos 75 anos, a escovação bucal e a redução dos marcadores de inflamação, tornam-se aliados no combate a morte precoce por complicações coronarianas e o cirurgião dentista desempenha relevante papel no controle dessas alterações.
Abaixo reproduzo texto publicado pela Intra-Med News nº 617, de 16/setembro/2010, de autoria do Dr. Ricardo Ferrreira, por mim traduzido:

30 ago 10 | RISCOS DO BAIXO ÍNDICE DE HIGIENE ORAL.
ESCOVAÇÃO DENTAL, INFLAMAÇÃO E RISCO DE ENFERMIDADE CARDIOVASCULAR.
A MÁ HIGIENE ORAL ESTÁ ASSOCIADA A MAIOR RISCO CARDIOVACULAR E INFLAMAÇÃO LEVE.

Introdução
A inflamação desempenha um papel importante na patogênese da aterosclerose e  os marcadores de inflamação leve  têm sido associados invariavelmente com aumento do risco de doença cardiovascular.
Uma das infecções crônicas mais comum  é a doença periodontal, que é a infecção crônica dos tecidos ao redor dos dentes causada por má higiene oral. Está associada a uma resposta inflamatória sistêmica moderada, o que implica o aumento das concentrações de PCR (Proteía C Reativa)  e outros biomarcadores inflamatórios. A inflamação sistêmica pode ser o mecanismo subjacente que liga a saúde bucal com doença cardiovascular.
 Aproteína C-reativa e fibrinogênio são marcadores sensíveis que são utilizados para avaliar o estado inflamatório. Os resultados dos estudos longitudinais prospectivos indicam que estes marcadores podem ser úteis como preditores de eventos cardiovasculares futuros.
Estudos epidemiológicos anteriores em menor grau determinaram  a doença periodontal  por avaliações clínicas. Estas avaliações podem não ser possíveis em grandes estudos populacionais. As medidas de higiene oral relatada pelos pacientes  associado com a doença periodontal foi confirmado clinicamente. Este estudo investigou se a frequência de  escovação relatada pelos pacientes associou-se com o risco de eventos cardiovasculares em uma amostra de adultos do Departamento de Saúde Escocesa de Survey. Os autores também analisaram a associação entre a frequência de escovação e marcadores inflamatórios (proteína C reativa e fibrinogênio) em um subgrupo de participantes.
Métodos
A Scottish Health Survey é um estudo transversal (realizada a cada 3-5 anos) que leva uma amostra representativa da população geral da Escócia. Para este estudo combinou dados de 1995, 1998 e 2003, obtidos por adultos com 35 anos ou mais.
Os entrevistadores visitaram domicílios, e coletaram adequadas dados demográficos e comportamentais relacionados à saúde (tabagismo, atividade física e comportamentos relacionados à saúde bucal) e mensurou o peso e a altura.
O comportamento em relação a saúde bucal é determinado a partir dos dados relatados pelo paciente sobre a frequência de visitas ao dentista (pelo menos a cada seis meses, a cada 1-2 anos ou nunca) e da escovação (duas vezes por dia, uma vez por dia, menos de uma vez por dia). Em outra visita, enfermeiros  coletaram informações sobre a história pessoal e familiar de doença cardiovascular, pressão arterial e amostras de sangue.
Osa resusltados revelados  foram ligados prospectivamente com um banco de dados de internações  hospitalares e mortes em pacientes acompanhados até dezembro de 2007.
O critério principal de valorização foi  composto de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. Este último inclui as internações hospitalares relacionadas às doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio, revascularização do miocárdio, angioplastia coronariana percutânea, acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca.
Em um subgrupo de 4.830 participantes foram obtidos a partir de amostras de sangue periférico para determinação da proteína C-reativa e fibrinogênio.
Resultados
A amostra do estudo foi de 11.869 pessoas (46,1% homens, com idade média de 50,0) sem doença cardiovascular prévia.
Comportamento em relação à saúde bucal foi geralmente bem: cerca de 62% dos participantes visitaram o dentista regularmente (pelo menos a cada seis meses) e 71% tinham uma boa higiene oral (escovação duas vezes ao dia). Os participantes que escovavam os dentes menos de duas vezes por dia foram um pouco mais velhos, mais frequentemente homens e de menor status social e alta prevalência de fatores de risco como tabagismo, inatividade física, obesidade, hipertensão e diabetes.
Foram 555 episódios de doença cardiovascular, em média, 8,1 anos de acompanhamento, 170 dos quais foram fatais. Em cerca de 74% dos diagnósticos primários de patologia cardiovascular inidiu a doença arterial coronariana. A idade média dos sobreviventes sem eventos cardiovasculares foi de 49,6 anos e para aqueles que sofreram um evento cardiovascular foi de 57,0 anos, no início das avaliações. Na análise ajustada por idade e sexo, os participantes que relataram higiene dental pobre tiveram um maior risco de eventos cardiovasculares e morte por doença cardiovascular.
Os participantes que relataram menores índices de escovação tinham 70% maior risco de eventos cardiovasculares, em modelos ajustados,  em relação aos participantes que escovavam os dentes duas vezes por dia. Os outros preditores independentes de eventos cardiovasculares foram tabagismo (razão de risco 2,4, intervalo de confiança 1,9-2,9, 95%), hipertensão (1,7, 1,4-2,0 ) e diabetes (1,9, 1,4 a 2,7).
Não houve diferença aparente por sexo e idade nos resultados. Não houve diferença entre os fumantes e aqueles que nunca fumaram. Houve associações significativas entre a freqüência de escovação e leve marcadores inflamatórios sistêmicos. Os participantes que tinham escovado com menos freqüência apresentarm aumento das concentrações de PCR e fibrinogênio β.
Discussões
Escovação dentária está associada com doença cardiovascular, mesmo após ajuste para idade, sexo, grupo econômico, tabagismo, consultas odontológicas, índice de massa corporal, histórico familiar de doença cardiovascular, hipertensão arterial e diagnóstico diabetes.
Os resultados deste estudo confirmam os de estudos anteriores e  também sugerem que a qualidade da escovação dos dentes está associada a valores elevados de proteína C-reativa e fibrinogênio.
A participação da saúde bucal na doença cardiovascular, tem recebido considerável atenção. A doença periodontal é uma doença inflamatória crônica e complexa, o que provoca perda de tecido e osso que suporta os dentes. É uma das principais causas de perda dentária em adultos acima de 40 anos, segundo a OMS, a prevalência mundial é de 10-20% para formas mais graves.
A doença periodontal é muito comum, especialmente após a idade média de vida, quando também é mais comum  a doença cardíaca coronária e geralmente é causada por má higiene oral.
Os resultados deste estudo confirmam dados de estudos observacionais epidemiológicos,  também mostraram que uma pobre saúde periodontal está associada com risco aumentado de doença cardiovascular. Uma meta-análise chegou à mesma conclusão.
Este aumento de risco cardiovascular em pessoas com doença periodontal pode ter um profundo impacto na saúde pública.
A literatura médica mostra claramente que tanto na doença cardiovascular e doença periodontal ocorre um aumento  de citocinas pró-inflamatórias. Este estudo sugere o possível envolvimento de má higiene oral sobre o risco de doenças cardiovasculares através da inflamação sistémica. O aumento da resposta inflamatória ,  da hemostasia e da alteração do metabolismo lipídico, causados pela infecção periodontal pode ser as vias possíveis para essa associação entre doença periodontal e risco aumentado de doença cardiovascular.
Conclusões
A má higiene oral está associada com um risco aumentado de doença cardiovascular e  inflamação leve, mas ainda necessita-se determinar a natureza causal da associação.
Dada a alta prevalência de infecções bucais na população, os médicos devem estar atentos à origem oral possível aumento da carga inflamatória.
Revisão e resumo objetivo: Dr. Ricardo Ferreira
Fonte: intramed news -617 – 16/set/2010
Readaptado por: Dr. Sebastião Luiz R. Moreira.