quarta-feira, 8 de junho de 2011

TRATAMENTO DA POLINEUROPATIA DOLOROSA DIABÉTICA

       A dor é o principal sinal de alarme do organismo e funciona como um alerta de algo que não vai bem. 
      O diabetes em suas apresentações pode levar o indivíduo quando não tratado, a uma série de complicações que podem inclusive colocar em risco a sua vida.
      Entre essas complicações a polineuropatia dibética dolorosa é uma constatação que muito interfere na qualidade de vida do paciente devido a intensidade da dor, redução da sensibilidade e perda de reflexos tendinosos.
     Estudos recentes do Departamento de Neurologia da Universidade da Califórnia em San Francisco /EUA, coordenados pelo Dr. Andrew S. Josephson-MD, publicado no site especializado MSD-ONLINE, em 12 de maio de 2011, dão conta de uma revisão sistemática da literatura médica sobre o assunto, de 1960 a 2008, onde são avaliados níveis de controle de dor na polineuropatia diabética e os medicamentos mais indicados no momento. 
Abaixo transcrição do estudo conforme publicado.  

DIRETRIZES BASEADAS EM EVIDÊNCIAS  PARA TRATAR NEUROPATIA DIABÉTICA DOLOROSA.

Andrew S. Josephson
MD, do Departamento de Neurologia da Universidade da Califórnia em San Francisco, San Francisco, EUA
Relacionado com: Capítulo 379. Neuropatia periférica.

Uma das complicações mais importante e potencialmente incapacitante do diabetes é o desenvolvimento de uma polineuropatia, simétrica comprimento-dependente. Cerca de 16% dos pacientes com diabetes sofrem de uma forma dolorosa de neuropatia, que pode ser difícil de tratar. Muitas opções farmacológicas e não farmacológicas existem para que os médicos cuidem desses pacientes, e uma recente diretriz baseada em evidência (Bril et al, 2011) publicado pela Academia Americana de Neurologia (AAN) ajuda a orientar os médicos quanto à força da evidência para estas terapias diversas.
A diretriz envolveu uma revisão sistemática da literatura 1960-2008. Um total de 79 artigos relevantes foram identificados e avaliados, por membros de um painel, usando critérios padronizados de avaliação da qualidade das provas. Como havia uma grande variabilidade nas medidas usadas para quantificar a redução na dor, os autores preferiram a medidas de resultado, em ordem de preferência: (1) a diferença na proporção de pacientes que relataram uma mudança> 30-50% na dor da linha de base um Likert ou escala visual analógica de dor, comparado com placebo ou nenhum tratamento, (2) a variação percentual da linha de base em um Likert, ou escala analógica visual em comparação com nenhum tratamento ou tratamento comparativo, e (3) outras medidas quantitativas de redução da dor.
No nível A de recomendação de toda revisão efetuada prevaleceu a pregabalina, anticonvulsivante,
sugerindo que deve ser oferecido como uma terapia de primeira linha. A dosagem necessária para
tratar uma redução de dor de 50% correspondeu a 600g /d/ como recomendação de tratamento.
No nível B, entre os anticonvulsivantes, foram incluídos a gabapentina e valproato de sódio. Entre os anticonvulsivantes de nível B encontram-se a oxcarbamazepina, lamotrigina e lacosamida, cuja recomendação é para não serem utilizados devido baixa eficácia.
Entre os antidepressivos de nivel B, amitriptilina, venlafaxina e duloxetina, não foram encontradas evidências para apoiar as escolha de um sobre outro.
Medicamentos opióides que recebram um grau de recomendação B, incluindo o sulfato de morfina, dextrometorfano, tramadol, morfina e oxicodona, dados recentes sugerem que estes fármacos são eficazes no tratamento da dor neuropática, isoladamente ou em combinação com outros agentes.
Na categoria de agentes farmacológicos alternativos, com recomendação de nível B, foram indicados a capsaicina e spray de dinitrato de isossorbida. Existe uma recomendação a nível B para NÃO SE USAR a clonidina, pentoxifilina ou mexiletina.
Finalmente foram examinados os métodos não farmacológicos no tratamento da dor, como estimulação elétrica nervosa percutânea que deve ser considerada para uma recomendação de nível B.
Outros tratamentos foram considerados ineficazes e provavelmente não devem ser considerados (recomendação nível B), incluindo o tratamento do campo eletromagnético, tratamento de laser de baixa intensidade e terapia Reiki (definida como a transferência de energia do médico ao paciente para ajudar o corpo curar).
Os autores observaram que o efeito placebo variou até 50% nos estudos examinados. Uma consideração importante na avaliação de diversos estudos que possam ter concebido diferentes tipos de placebos com resultados variáveis. Tomado como um todo, este trabalho global é útil para os muitos profissionais que cuidam de pacientes com este distúrbio comum e separa os tratamentos que têm evidência para apoiar seu uso daqueles que não.

REFERENCE
Bril V, England J, Franklin GM, et al. Evidence-based guideline: treatment of painful diabetic neuropathy: report of the American Academy of Neurology, the American Association of Neuromuscular and Electrodiagnostic Medicine, and the American Academy of Physical Medicine and Rehabilitation. Neurology [Epub ahead of print] April 11, 2011.

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