terça-feira, 24 de julho de 2012

SINAIS DA TUBERCULOSE - ALERTA.


A TUBERCULOSE E SEUS PRINCIPAIS SINTOMAS.
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria conhecida como bacilo de Koch (BK). Apenas 10% dos indivíduos expostos ao bacilo de Koch desenvolverão sintomas da tuberculose. Nos 90% restantes, a bactéria é controlada pelo sistema imunológico, ficando inativada, incapaz de ser transmitida ou de provocar qualquer sinal de doença. Estes pacientes, porém, podem desenvolver tuberculose tempos depois se houver alguma queda nas suas defesas imunológicas, permitindo a proliferação da bactéria.

Nos pacientes que desenvolvem tuberculose ativa, a grande maioria o faz através da tuberculose pulmonar. Porém, o bacilo de Koch pode acometer outros órgãos do corpo que não os pulmões, como nos casos de tuberculose ganglionar, tuberculose óssea, tuberculose na pele, tuberculose intestinal, tuberculose cerebral etc.

A tuberculose apresenta-se em duas formas: 1 – a pulmonar e 2- a extrapulmonar.

A forma pulmonar é a mais comum e sua transmissão dá-se pela propagação do bacilo de Koch, entretanto, pode ocorrer também em outras áreas do organismo, fora do pulmão, como nos gânglios linfáticos, nos ossos, na pele, no intestino, cérebro, etc.

Sinais e sintomas mais comuns da tuberculose pulmonar e da tuberculose extrapulmonar. Como a forma pulmonar é a mais comum, daremos ênfase aos seus sintomas.

1- Febre: é um dos sintomas mais comuns presentes na tuberculose em qualquer de suas formas. Aparece como febre alta, geralmente superior a 38° , diária e com predomínio no final do dia (febre vespertina). Em pessoas idosas a tuberculose pode surgir sem manifestação febril.

2 Suores noturnos: Costumam surgir em pacientes tuberculosos á noite, durante o sono e podem também manifestar-se em pacientes mesmo sem febre.

3 – Tosse: A tosse é um sintoma marcante da tuberculose pulmonar e não aparece nos outros casos de tuberculose exceto se houver também o comprometimento pulmonar. Em geral é uma tosse crônica que dura semanas e inicia-se com tosse seca que  agrava-se com o passar do tempo e pode evoluir para uma tosse purulenta com uma expectoração amarelo-esverdeada.

4 – Expectoração com sangue: Pode ocorrer na evolução da tuberculose e significa um avanço considerável da doença, recebendo a denominação de hemoptise.

5 – Falta de ar e cansaço: A falta de ar é um sintoma que surge na tuberculose mais avançada, com maior comprometimento pulmonar. No início da doença a falta de ar surge principalmente com o esforço, mas na sua evolução pode aparecer mesmo durante o estado de repouso.

O cansaço já é produzido pelo quadro de infecção grave e caracteriza-se pelo desânimo, vontade de deitar o tempo todo, falta de forças, sensação de mal estar.

6 -  Dor torácica: A dor torácica é um sintoma comum na tuberculose e pode surgir devido a diversos fatores como: extenuação pela tosse crônica, pela lesão do pulmão pela doença, ou pelo acometimento da pleura (membrana que  reveste o pulmão) pela infecção. Quando a pleura é acometida surge uma dor à respiração profunda, denominada de dor pleurítica. A dor provocada pela tuberculose costuma ocorrer na região das costas, em geral próximo á área do pulmão acometido.

7 – Aumento dos linfonodos ou gânglios: o aumento dos gânglios ao longo da cadeia linfática do organismo é uma das características da tuberculose ganglionar, podendo ser palpáveis e visíveis, acometendo um ou mais gânglios. A apresentação mais comum é o surgimento de um único linfonodo aumentado, não doloroso, em um adulto jovem sem outros sintomas, como febre, perda de peso, tosse ou cansaço. Porém, não é incomum o paciente apresentar mais de um gânglio aumentado ou ter a forma pulmonar e ganglionar juntas, fazendo com que os sintomas descritos acima estejam presentes. Em cerca de 70% dos casos o gânglio surge na região do pescoço. Outros locais onde costumam surgir linfonodos na tuberculose ganglionar são a região das axilas, acima da clavícula, no cotovelo ou na virilha. Exames radiológicos conseguem identificar linfonodos aumentados em regiões mais profundas, como na cavidade abdominal e no mediastino (região dentro do tórax).

8 – Perda de peso: A perda de peso é manifestação comum na tuberculose associada à falta de apetite, podendo assustar o paciente por chegar a perder em poucas semanas entre 5 a 10 quilos.

9 – Dor óssea: A tuberculose pode manifestar do óssea, na tuberculose dos ossos, principalmente na região lombar, devido a infecção afetar as vértebras, o que é conhecido como mal de Pott. A tuberculose óssea não é uma forma muito comum de manifestação, e as dores em sua fase inicial podem ser de leves a moderadas e confundirem-se com outros problemas da coluna. Para a suspeita da tuberculose óssea devem ocorrer outros sintomas, tais como febre e perda de peso, sendo necessários outros exames mais apurados para confirmação diagnóstica.

10 – Sangue na urina (hematúria): Surge como um quadro de infecção urinária que entretanto não se cura com os antibióticos  tradicionais e não pode ser identificada pelo exame de urocultura. A bactéria geralmente se aloja em um dos rins e provoca dor na região lombar associado a sangue e pus na urina, às vezes de forma microscópica, só detectável pelos exames de laboratoriais de urina. Não sendo adequadamente tratado pode levar à lesão renal grave.

Considerações finais.

Mais de 90% dos pacientes infectados pelo bacilo de Koch vão desenvolver a forma pulmonar da doença, sendo a tosse, a febre e a perda de peso de evolução arrastada os sintomas mais típicos da doença. Como as formas extrapulmonares são menos comuns, o diagnóstico pode ser mais difícil de ser estabelecido, principalmente se o paciente não tiver também os sintomas sistêmicos típicos da tuberculose, como perda de peso, febre e/ou cansaço.

Há dezenas de formas de tuberculose extrapulmonar, o que leva a dezenas de formas de apresentação clínica da doença. Listamos acima apenas as formas mais comuns, mas pacientes com tuberculose do sistema nervoso central, dos intestinos, dos órgãos genitais, da pele, etc., podem ter sintomas completamente distintos aos descritos acima. De comum, apenas a febre, o emagrecimento e o cansaço, que  não necessariamente estarão presentes em todos os casos.


Autor:
Pedro Pinheiro Médico formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 2002. Diploma reconhecido pela Universidade do Porto, Portugal. Título de especialista em Medicina Interna pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em 2005. Título de Nefrologista pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2007. Título de Nefrologista pelo Colégio Português de Nefrologia.

Nota : o texto original sofreu algumas adaptções sintéticas, sem perder seu conteúdo e pode ser obtido integralmente no site acima citado.
Slrm.

























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