terça-feira, 30 de setembro de 2014

PSICOLOGIA, SOCIOLOGIA E NEUROCIÊNCIA TENTAM EXPLICAR O COMPORTAMENTO DO ELEITOR AO VOTAR.


                 COMO VOCÊ VOTA? 
 
O ELEITOR NUMA VISÃO PSICOSSOCIAL E DA NEUROCIÊNCIA
    Eleição é o procedimento democrático de escolha de candidatos aos cargos eletivos importantes do país e que definem os rumos políticos em prefeituras, estados e no governo federal.
    Através da eleição o povo escolhe democraticamente seus representantes. Uma questão entretanto fica no ar: o povo sabe votar? Como funciona seu comportamento eleitoral na hora da escolha de seus candidatos?
    Estudos recentes de psicologia social, como o divulgado recentemente pelo jornal O Estado de P, São Paulo, realizado por José Roberto de Toledo afirma que o desejo de mudança ou continuidade é principal motor de qualquer eleição. Segundo o autor, quando um eleitor deseja mudar a situação vota na oposição, se acredita que tudo vai bem e deseja continuar, vota na situação reelegendo  quem está.
    De acordo com o artigo publicado na revista Psique, Ano VII, n.104, escrito pela Psicóloga Clinica Magdalena Barbera Sottano¹, a psicologia e a neurociências tentam compreender o comportamento eleitoral embasados na origem e na manutenção da história política brasileira, onde o mundo social é criado por “repetições de ações” aprendidas no cotidiano, conforme é o entender da Socióloga Fenomenológica (Schultz, 1974).
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1 - Magdalena Barbera Sotano, graduada em Psicologia Clinica pela Universidade São Marcos e Comunicação Social pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP.Aprimoramento e extensão em Psicanálise da Criança pelo Instituto Sedes Sapientiae e Distúrbios do Desenvolvimento Infantil e da Adolescência COGEAE/PUC/SP. Psicologia e Psiquiatria Forense no Instituto de Psiquiatria da USP – Nufor – Núcleo Forense. Experiência em atendimento clínico multidisciplinar no Setor de Saúde Mental do Centro de Especialidades Médicas da Prefeitura de Ibiúna.
    A perspectiva sociológica se fundamenta no contexto social em que o indivíduo vive, segundo variáveis econômicas, demográficas e ocupacionais, e como esse contexto influência no comportamento do eleitor.
    De acordo com a perspectiva psicológica, mais subjetiva, é a estrutura cognitiva do indivíduo que vai determinar o seu comportamento, ou seja: por que ele pensa como pensa; por que age como age; o que o motivou a escolher este ou aquele candidato. Seguindo essa linha, a história do indivíduo, suas experiências de vida (família, escola e sociedade), são fatores decisivos na hora do voto.
    Finalmente, a abordagem da escolha racional é aquela que considera a decisão do voto como “produto” de uma ação individual e racional. Como se o eleitor fosse um “consumidor” no mercado, escolhendo produtos que minimizem os seus custos e maximizem os seus ganhos.
    Conforme a matéria, é difícil determinar como os indivíduos votam, e, no caso dos brasileiros é preciso levar em conta que a maioria da população não acredita em política, mantém-se distante dos mecanismos de participação e vota na “pessoa do candidato”.
    O trabalho sugere que as escolhas eleitorais na maior parte da população brasileira, especialmente nas camadas mais populares, são motivadas por uma cultura cética e personalista, que tem sua origem e manutenção na história política brasileira.
    Citando Bertold Brecht, sobre consciência política: “o analfabetismo político é tão burro, que se orgulha e estufa o peito dizendo que “odeia política”. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política, nasce... o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.
    Conforme estudos há uma incapacidade de se separar “razão” da “emoção” durante o processo de decisão, e se baseiam da seguinte forma:
ü  O eleitor é facilmente manipulado por campanhas políticas;
ü  As campanhas podem determinar o resultado das eleições;
ü  O político é encarado como um “produto” que pode ter sua embalagem e conteúdo mudados a qualquer momento.
Existem alguns autores que afirmam que os brasileiros não compreendem muito bem a política e, portanto, não estão aptos a tomar uma decisão racional coerente com suas vontades, devido a baixa escolaridade.
Existe uma polêmica entre os estudos, alguns pressupondo que o marketing político é uma ferramenta utilizada para influenciar o eleitor, sendo sua decisão uma escolha puramente “racional”. Outros afirmando que a lógica do comportamento do eleitor brasileiro pode ser interpretada como emotiva, não se baseando na ideologia, mas sim na emoção, tal como afirmam os estudos de Castro (1994 – 1998; Carreirão (2000) e Radmann (2001).
Para Marland (2003) os estudos nacionais estão muito atrasados em relação aos internacionais. De todos os estudos nacionais realizados existe uma conclusão unânime de um eleitor personalista, que decide seus votos, principalmente, pelos atributos individuais, de competência e honestidade dos candidatos.  [O critério honestidade, atualmente, parece não exercer tanta influência no eleitor, já que vemos vários candidatos condenados ou afastados, por improbidade e outros crimes, retornarem ao cargo pelo voto.Talvez, o eleitor, nesse caso, seja influenciado pelo marketing bem elaborado, ou, prefira não acreditar na baixa credibilidade de seu candidato. Observação do minha.]
Para o estudioso do comportamento político Leôncio Camino, a escolha eleitoral é um processo que se estabelece desde a inserção do indivíduo na sociedade, até o momento em que coloca seu voto na urna.  Considera inconcebível democracia sem eleições e afirma que sua característica mais representativa é ser um ato individual.Define dois aspectos que constituem o comportamento eleitoral:
a) o ato individual de escolher um candidato;
b) a existência concreta de alternativas     
   políticas reais.
Conforme, consta da matéria, Camino ainda concebeu um modelo psicossociológico para o estudo da decisão eleitoral, que contém:
a) o fenômeno que se deseja explicar;
b) os fenômenos que precisam da explicação;
c) a natureza das relações entre os mesmos.
  Nesse modelo procura localizar as etapas importantes do processo, relacionando-as com três aspectos do comportamento de votar. As três etapas são: disposição a votar, o processo de escolha, o resultado da escolha eleitoral.
    Ainda de acordo com os estudos de Camino, a Psicologia Social constata que são as formas de participações sociais que influenciam o posicionamento político e ideológico dos eleitores, em conformidade com os grupos sociais que representam, ou seja, as organizações sociais, políticas, religiosas, trabalhistas, etc. Essas diferentes formas de participação modelam visões próprias da estrutura social que vão influenciar na escolha eleitoral.
    Para o psicólogo social Serger Moscovici, que tentou buscar a exaltação social sobre o individual, as representações sociais seriam sistemas de valores, ideias e práticas com dupla função: o estabelecimento de uma ordem que capacita os indivíduos a se orientarem e dominarem o seu mundo social; a facilitação da comunicação entre os membros da mesma comunidade, providenciando os mesmos códigos para nomearem e classificarem os vários aspectos de seu mundo e suas histórias individuais e grupais. Todos buscando uma linguagem comum.
    é a representação social e a rede de relações entre seus componentes que faz com que se definam os mesmos objetivos, elaborando, entre eles, uma concepção ou ideologia, que leva em conta o funcionamento cognitivo do grupo. É uma forma de interpretar a realidade, fixando suas posições diante de situações do dia a dia.
    Ainda segundo Moscovici o cérebro atua com a formação de uma “schemata”, ou seja, esquema de conexões cognoscíveis, organizações mentais que e situam entre a percepção e a memória, que buscam ordenar o fluxo das informações. O objetivo da schemata é remeter para a memória uma situação anterior, e sugerir um comportamento conveniente para o presente. Atua como um rascunho, o presente copiando do passado, buscando evitar surpresas. Segundo o autor, procuramos objetivos que confirmem nosso ponto de vista, negligenciando os que possam enfraquecê-los.
    A mídia apresenta papel importante no processo político, uma vez que a comunicação de massa é indiscutível para cientistas sociais e políticos. O acesso ao discurso político depende diretamente da mídia.
    A autora cita que segundo Daniel Boorstin, a necessidade de obter atenção dos meios de comunicação faz com que os acontecimentos políticos assumam a forma de pseudo-eventos, ou seja, eventos planejados para tornarem-se notícia. Dessa forma, existe uma adequação política aos critérios midiáticos. (grifo nosso)
    Outro fator é a atuação da mídia que divulga nossa realidade social, mas, pinça os assuntos de interesse midiático, de forma que o cidadão comum tem acesso somente a esses eventos, que passaram por um “filtro” e foram considerados dignos de veiculação. Assim, o impacto que os meios de comunicação têm sobre a política não pode ser ignorado.
    Também, conforme o professor Antonio Carlos Simonian – Psicologia da Uni Santos – não se pode desprezar a mensagem subliminar no marketing político. Considera-se subliminar todo estímulo que, embora não seja percebido conscientemente pelo indivíduo, é captado pelos órgãos sensoriais e encaminhado ao cérebro, onde é, depois de algum tempo, transformado em comportamento.O marketing político se apropria desta influência para afetar o eleitor.
    Segundo o professor de Ciência Política Luiz Felipe Miguel, ao estarmos expostos a todo tipo de informação (esporte, política, publicidade, economia, fofocas, etc.) ao final do dia ocorre um misto de escolha e acaso que filtra nossas informações. Na política, o impacto da mídia é mais intenso, por ser ela o principal elemento de contato entre a política e o cidadão comum. Como consequência o “discurso político” se transformou, adaptando-se às formas preferidas dos meios de comunicação de massas, e a mídia é o principal responsável pela produção da “agenda pública”, discutindo as principais questões da Campanha.
    De acordo com a opinião de neurocientistas o comportamento do eleitor é fruto de sentimentos que se formam e se consolidam durante a campanha eleitoral. Estudos destinados a conhecer como funciona o cérebro, as motivações emocionais e como funciona o comportamento do eleitor na tomada de decisão, ganharam o nome de neuroplítica, e segundo Antonio Lavedra, especialista em comportamento eleitoral, razão e emoção caminham juntas numa eleição, estruturando sentimentos, que são emoções conscientes.
    Estudos demonstram que apesar do eleitor reagir conscientemente às criticas, registram sete vezes mais as informações negativas. Entre as descobertas está que os eleitores rejeitam os ataques direcionados ao adversário opositor, identificando-o com suas próprias críticas. Essas descobertas tem levado candidatos a buscar fazer uma campanha mais propositiva.
    Num estudo de dez anos atrás, o psicólogo americano Drew Westen, da Universidade de Emory,foi capaz de provar com 30 eleitores selecionados, 15 de cada candidato, que ao exibir imagens de seus candidatos criticando um ao outro, os eleitores eram capazes de identificar as contradições do candidato rival, porém, não reconheciam quando seu candidato mentia ou manipulava os fatos. Exames de ressonância magnética mostraram que seus cérebros entravam em uma espécie de “curto-circuito”.
    De toda a matéria podemos compreender que muito embora o estimulo à participação política coletiva traga benefícios para a população, contribuindo para a saúde física, mental e fortalecimento do caráter, além da inclusão social daqueles anteriormente excluídos do processo democrático, permitindo-lhes a exposição e defesa de seus interesses, o processo eleitoral ainda encontra-se muito passivo de manipulação no Brasil.
    Com os políticos e partidos, através de seus marqueteiros, passando a utilizar-se dos conhecimentos da psicologia, da neurociência e do comportamento das massas, torna-se cada vez mais necessário o incremento educacional da população, de forma a tornar-se mais consciente do processo de cidadania, podendo influir nos rumos a serem tomados pelo país, sem assinar um cheque em branco a políticos com poucos escrúpulos ou envolvidos com os mais diferentes interesses que não sejam a causa pública.
Referências:
ü  Revista Psique, Ano VIII, n.104, p. 24 a 31 – autora Magdalena Barbera Sotano
Adaptação e grifos do autor. SLRM.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

CIENTISTA MINEIRA FOTOGRAFA ENTRELAÇAMENTO QUANTICO.

Interessante experimento de pesquisadora mineira, mostra através de fotografia quântica a interação entre partículas e parece confirmar a teoria da comunicação entre elas à distância. A matéria foi publicada no site www.piramidal.net, (http://piramidal.net/2014/09/24/cientista-mineira-revoluciona-fisica-com-fotografia-quantica/) , assinada por Raquel Sodré.  A descoberta pode abrir portas em muitas áreas da ciência, como na biologia e medicina, na  área de exames, por exemplo. 
Vale conferir a matéria, como publicada.
Técnica poderá ser novo horizonte para exames e ciências biológicas no geral
 

Raquel Sodré
Tudo o que enxergamos é o reflexo da luz sobre os corpos. Quando você tira uma fotografia, o que a lente da sua câmera capta é esse mesmo reflexo. Assim, pelos princípios básicos da óptica – parte da física que trata da luz e dos fenômenos da visão –, se não há luz, não há imagem. Mas a descoberta de uma pesquisadora mineira veio para virar esse conceito de cabeça para baixo.
Gabriela Barreto Lemos, 32, pós-doutoranda do Instituto de Óptica Quântica e Informação Quântica de Viena, na Áustria, conseguiu fazer uma foto não a partir da iluminação de um corpo, mas de um tipo de “telepatia” entre fótons – partículas minúsculas e elementares que formam a luz. Assim como a matéria é formada pelos átomos, um feixe de luz é formado por fótons.
Nessa técnica de fotografia quântica, a cientista e sua equipe dispararam um feixe de laser verde para um cristal, que aniquila um fóton verde do laser e, no lugar dele, cria dois fótons gêmeos, um vermelho e outro infravermelho. “É como se fosse um gêmeo gordo e um magro”, explica ela. O fóton infravermelho é enviado em uma trajetória e atravessa uma placa de silício com a imagem de um gato. Já o fóton vermelho segue um caminho diferente: é refletido em um espelho e enviado para uma câmera fotográfica .
Para surpresa geral – até do famoso físico Albert Einstein, se estivesse vivo –, a câmera registrou a imagem do gato. “É como se eu iluminasse um objeto em um quarto e a imagem aparecesse em uma câmera que está em outro quarto diferente”, compara Gabriela em entrevista à reportagem de O TEMPO.
O experimento demonstrou o chamado “entrelaçamento quântico” – fenômeno pelo qual duas partículas podem estar interconectadas de forma a uma “sentir” o que acontece com a outra, mesmo que elas estejam separadas. “Se considerarmos dois irmãos gêmeos, é como se um deles tivesse uma dor de barriga e o outro sentisse a dor, mesmo sem estar passando mal”, explica a cientista.
Aplicação. Ainda que pareça coisa de ficção científica, o experimento de Gabriela pode ter aplicações práticas muito próximas da vida de qualquer um. “O que andamos conversando e discutindo são aplicações na área da biologia. Uma amostra sensível, por exemplo, poderia ser iluminada por um fóton de energia mais baixa e a imagem poderia ser produzida por seu gêmeo de energia mais alta”. Isso poderia abrir novos horizontes para uma série de exames, para citar um uso possível.
Novos passos
Pesquisa. Gabriela agora pretende testar seu sistema em modelos vivos. Se tudo der certo, em breve ela poderá fazer uma fotografia quântica de um gato de verdade.
Para estudiosa, falta dinheiro para pesquisas no Brasil
A pesquisadora Gabriela Barreto Lemos afirma que pretende voltar para o Brasil, mas ainda não tem certeza. “O problema no Brasil é que o dinheiro para pesquisas é muito mais difícil. Conhecimento, bons pesquisadores e professores há, mas o dinheiro disponível é muito menor”, critica.
Essa restrição financeira, segundo ela, compromete os resultados. “Poderíamos fazer muito mais se pudéssemos comprar equipamentos”.
Ela ainda defende que o país deveria investir em intercâmbios entre cientistas brasileiros e estrangeiros. “Muitas vezes, trabalhos de alta qualidade do Brasil têm menos visibilidade do que um da Áustria. Precisamos ter mais colaborações internacionais e trazer mais instituições estrangeiras para ver o que está sendo feito no Brasil”, sugere.


GRAVADO O SOM DO ÁTOMO.

Matéria publicada na página http://www.inovacaotecnologica.com.br, traz informações sobre o instigante estudo que mostra a capacidade de grupos de átomos responderem a uma determinada frequência de som.. Conforme o estudo, "De acordo com a teoria, o som do átomo é dividido em partículas quânticas," explica Martin Gustafsson, principal autor do trabalho. "Essa partícula é o som mais fraco que pode ser detectado. 
Acompanhe todo  o tema conforme publicado, abaixo: 

SOM DO ÁTOMO É GRAVADO PELA PRIMEIRA VEZ

O átomo artificial gera ondas sonoras formadas por vibrações na superfície de um sólido (direita). Essa onda acústica superficial é recebida à esquerda por um "microfone" formado por hastes metálicas entrelaçadas. [Imagem: Philip Krantz/Krantz NanoArt]
 

 Interação com átomos por som
Pesquisadores suecos conseguiram pela primeira vez estabelecer comunicação com um átomo artificial por meio de ondas sonoras.
Eles "falaram" com o átomo, enviando-lhe ondas sonoras, e "ouviram" sua resposta, igualmente em ondas de som.
Isto permite demonstrar e controlar fenômenos da física quântica com o som assumindo o papel até agora desempenhado pela luz, de forma semelhante ao feito recentemente com a criação de um laser de som.
"De acordo com a teoria, o som do átomo é dividido em partículas quânticas," explica Martin Gustafsson, principal autor do trabalho. "Essa partícula é o som mais fraco que pode ser detectado."
A interação entre os átomos e a luz é bem conhecida e tem sido extensivamente estudada no campo da fotônica  e da computação quântica. Agora os cientistas querem fazer o mesmo com o som.
"Nós abrimos uma nova porta para o mundo quântico, conversando com os átomos e ouvindo-os," disse Per Delsing, da Universidade de Tecnologia Chalmers e membro da equipe. "Nosso objetivo a longo prazo é aproveitar a física quântica para que possamos nos beneficiar de suas leis, por exemplo, em computadores extremamente rápidos."
Som quântico
Como o som move-se muito mais lentamente do que a luz, o átomo acústico abre possibilidades completamente novas para controlar fenômenos quânticos.
"Devido à baixa velocidade do som, teremos tempo para controlar as partículas quânticas enquanto elas viajam", disse Gustafsson. "Isto é difícil de conseguir com a luz, que se desloca 100.000 vezes mais rapidamente."
A baixa velocidade do som implica que ele tem um comprimento de onda mais curto do que o da luz. Um átomo que interage com as ondas de luz é sempre muito menor do que o comprimento de onda dessa luz.
Microfotografia do átomo artificial, que está integrado em um sensor supercondutor do tipo SQUID, que dá ao átomo suas propriedades quânticas. As hastes à esquerda fazem o acoplamento do átomo artificial com as ondas sonoras. [Imagem: Martin Gustafsson/Maria Ekstrom]

Microfotografia do átomo artificial, que está integrado em um sensor supercondutor do tipo SQUID, que dá ao átomo suas propriedades quânticas. As hastes à esquerda fazem o acoplamento do átomo artificial com as ondas sonoras. [Imagem: Martin Gustafsson/Maria Ekstrom]
No entanto, em comparação com o comprimento de onda do som, o átomo artificial pode ser muito maior, o que significa que as suas propriedades podem ser melhor controladas. Por exemplo, pode-se projetar um átomo artificial para se acoplar apenas a determinadas frequências acústicas ou tornar a interação com o som extremamente forte.
A frequência utilizada no experimento foi de 4,8 gigahertz, perto das frequências de micro-ondas usadas nas redes sem fio - em termos musicais, isso fica cerca de 20 oitavas acima da nota mais alta de um piano.
Em frequências tão elevadas, o comprimento de onda do som se torna suficientemente curto para que possa ser guiado ao longo da superfície de um circuito integrado.
No mesmo chip, os pesquisadores colocaram um átomo artificial que mede 0,01 milímetro de comprimento e foi construído de um material supercondutor. O átomo recebe o som, é impactado por ele, eventualmente mudando seu comportamento e estado de energia, e responde de volta igualmente com som.
Átomo sonoro
Um átomo artificial é um aglomerado de átomos que se comporta como se fosse um só, o que os torna um dos tipos de qubits mais pesquisados pela computação quântica - existem também outros tipos de átomos artificiais, feitos de metamateriais.
Exatamente como os átomos individuais, o átomo artificial pode ser carregado eletricamente para emitir uma partícula, geralmente uma partícula de luz, ou fóton.
No experimento de ouvir o átomo, contudo, os pesquisadores projetaram-no para que ele fosse sensível às frequências sonoras - ondas de compressão - e respondesse igualmente emitindo "fótons" de energia de frequência mais baixa que a da luz.
Bibliografia:

Propagating phonons coupled to an artificial atom
Martin V. Gustafsson, Thomas Aref, Anton Frisk Kockum, Maria K. Ekstrom, Goran Johansson
Science
Vol.: Published Online
DOI: 10.1126/science.1257219

Designing frequency-dependent relaxation rates and Lamb shifts for a giant artificial atom
Anton Frisk Kockum, Per Delsing, Goran Johansson
Physical Review Letters
Vol.: 90, 013837
DOI: 10.1103/PhysRevA.90.013837

NOVA DESCOBERTA SOBRE A LUZ




Essa  interessante matéria, publicada na página www.inovacaotecnologica.com.br, traz curioso tema sobre a condição  da luz, que de um aspecto puramente energético, passa a ser vista com possibilidades de construção de moléculas de cristais de luz (“sólidas”) e mesmo até sua possível solidificação. Com um novo aparato, desenvolvido pelos cientistas Huan li  Mo li ,da Universidade Minessotta – EUA, pode-se  a medir a força de um único fóton - um sétimo de um trilionésimo de grama.
            Confira a matéria.
Luz é transportada mecanicamente
Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/09/2014


Os fótons saltam de furo em furo conforme a gangorra oscila pela força deles próprios. [Imagem: Li et al. - 10.1038/nnano.2014.200]
Transporte mecânico da luz
A fronteira entre matéria e luz está ficando cada vez mais nebulosa.
Tudo começou quando cientistas começaram a construir moléculas e cristais de luz e até acenaram com a solidificação da luz.
A última novidade veio pelas mãos de Huan Li e Mo Li, da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos.
Eles criaram um microdispositivo que demonstrou pela primeira vez a possibilidade do transporte mecânico da luz.
O aparelho captura, mede e então transporta as partículas fundamentais de luz, os fótons.
A estrutura, medindo 50 micrômetros de comprimento por 700 nanômetros de largura, funciona como uma gangorra. Nas extremidades, em lugar dos assentos, é feita uma série de minúsculos furos, cavidades onde ficam alojados cristais fotônicos, que capturam os fótons.
Embora as partículas de luz não tenham massa, elas exercem uma força óptica, permitindo-as acionar a gangorra. O aparato é sensível o suficiente para medir a força de um único fóton - um sétimo de um trilionésimo de grama.


A sequência de furos funciona como uma correia transportadora para os fótons. [Imagem: Li et al. - 10.1038/nnano.2014.200]
Gangorra de fótons
"Quando a gente encheu a cavidade no lado esquerdo com fótons e deixamos a cavidade do lado direito vazia, a força gerada pelos fótons começou a oscilar a gangorra. Quando a oscilação é forte o suficiente, os fótons podem se espalhar ao longo da linha de cavidades cheias até a linha de cavidades vazias," disse o professor Mo Li.
É esse movimento de vaivém que realiza o transporte mecânico dos fótons. O protótipo consegue transportar aproximadamente 1.000 fótons em cada ciclo de oscilação da gangorra.
"A capacidade para controlar mecanicamente o movimento dos fótons, em lugar de controlá-los com os caros e complicados dispositivos optoeletrônicos, pode representar um avanço significativo na tecnologia," disse Huan Li.
Por exemplo, pode ser possível desenvolver sensores micromecânicos ultrassensíveis para medir a aceleração em carros ou celulares, ou desenvolver novas técnicas para giroscópios.
A dupla agora planeja construir gangorras com mais furos de cada lado, de forma a transportar fótons em maior quantidade e a velocidades maiores.
Bibliografia:

Optomechanical photon shuttling between photonic cavities
Huan Li, Mo Li
Nature Nanotechnology
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/nnano.2014.200