Interessante experimento de pesquisadora
mineira, mostra através de fotografia quântica a interação entre
partículas e parece confirmar a teoria da comunicação entre elas à
distância. A matéria foi publicada no site www.piramidal.net,
(http://piramidal.net/2014/09/24/cientista-mineira-revoluciona-fisica-com-fotografia-quantica/)
, assinada por Raquel Sodré. A descoberta pode abrir portas em muitas
áreas da ciência, como na biologia e medicina, na área de exames, por
exemplo.
Vale conferir a matéria, como publicada.
Técnica poderá ser novo horizonte para exames e ciências
biológicas no geral
Raquel Sodré
Tudo o que enxergamos é o reflexo da luz sobre os corpos.
Quando você tira uma fotografia, o que a lente da sua câmera capta é esse mesmo
reflexo. Assim, pelos princípios básicos da óptica – parte da física que trata
da luz e dos fenômenos da visão –, se não há luz, não há imagem. Mas a
descoberta de uma pesquisadora mineira veio para virar esse conceito de cabeça
para baixo.
Gabriela Barreto Lemos, 32, pós-doutoranda do Instituto de
Óptica Quântica e Informação Quântica de Viena, na Áustria, conseguiu fazer uma
foto não a partir da iluminação de um corpo, mas de um tipo de “telepatia”
entre fótons – partículas minúsculas e elementares que formam a luz. Assim como
a matéria é formada pelos átomos, um feixe de luz é formado por fótons.
Nessa técnica de fotografia quântica, a cientista e sua
equipe dispararam um feixe de laser verde para um cristal, que aniquila um
fóton verde do laser e, no lugar dele, cria dois fótons gêmeos, um vermelho e
outro infravermelho. “É como se fosse um gêmeo gordo e um magro”, explica ela.
O fóton infravermelho é enviado em uma trajetória e atravessa uma placa de
silício com a imagem de um gato. Já o fóton vermelho segue um caminho
diferente: é refletido em um espelho e enviado para uma câmera fotográfica .
Para surpresa geral – até do famoso físico Albert Einstein,
se estivesse vivo –, a câmera registrou a imagem do gato. “É como se eu
iluminasse um objeto em um quarto e a imagem aparecesse em uma câmera que está
em outro quarto diferente”, compara Gabriela em entrevista à reportagem de O
TEMPO.
O experimento demonstrou o chamado “entrelaçamento quântico”
– fenômeno pelo qual duas partículas podem estar interconectadas de forma a uma
“sentir” o que acontece com a outra, mesmo que elas estejam separadas. “Se considerarmos
dois irmãos gêmeos, é como se um deles tivesse uma dor de barriga e o outro
sentisse a dor, mesmo sem estar passando mal”, explica a cientista.
Aplicação. Ainda que pareça coisa de ficção
científica, o experimento de Gabriela pode ter aplicações práticas muito
próximas da vida de qualquer um. “O que andamos conversando e discutindo são
aplicações na área da biologia. Uma amostra sensível, por exemplo, poderia ser
iluminada por um fóton de energia mais baixa e a imagem poderia ser produzida
por seu gêmeo de energia mais alta”. Isso poderia abrir novos horizontes para
uma série de exames, para citar um uso possível.
Novos passos
Pesquisa. Gabriela agora pretende testar seu sistema
em modelos vivos. Se tudo der certo, em breve ela poderá fazer uma fotografia
quântica de um gato de verdade.
Para estudiosa, falta dinheiro para pesquisas no Brasil
A pesquisadora Gabriela Barreto Lemos afirma que pretende
voltar para o Brasil, mas ainda não tem certeza. “O problema no Brasil é que o
dinheiro para pesquisas é muito mais difícil. Conhecimento, bons pesquisadores
e professores há, mas o dinheiro disponível é muito menor”, critica.
Essa restrição financeira, segundo ela, compromete os
resultados. “Poderíamos fazer muito mais se pudéssemos comprar equipamentos”.
Ela ainda defende que o país deveria investir em
intercâmbios entre cientistas brasileiros e estrangeiros. “Muitas vezes,
trabalhos de alta qualidade do Brasil têm menos visibilidade do que um da
Áustria. Precisamos ter mais colaborações internacionais e trazer mais
instituições estrangeiras para ver o que está sendo feito no Brasil”, sugere.
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