terça-feira, 31 de julho de 2012

PSICOLOGIA x PSIQUIATRIA : TDA-TDAH - QUAL A MELHOR ABORDAGEM TERAPÊUTICA

                Essa matéria publicada no blog do jornalista Rafael Garcia, da Folha de São Paulo, envolvendo uma crítica do Conselho Federal de Psicologia, sobre a excessiva utilização de medicação  no tratamento do TDA, reacende uma antiga discussão sobre o problema.

            A grande discussão reside em saber se todos os casos diagnosticados como TDA, foram adequadamente bem feitos, e em se confirmando, seja estritamente necessária a utilização de medicação.
            A grande discussão a partir do aprimoramento dos sinais para diagnóstico firmados pelo DSM-IV, é se o TDAH é uma síndrome baseada exclusivamente na alteração da bioquímica cerebral, dela resultando as alterações comportamentais, ou se por outro lado, ela pode ser controlada pela abordagem psicológica comportamental, dispensando o uso de medicação.

            Uma das alegações é que o diagnóstico firmado na base da psiquiatria, vem preconizando a utilização de medicamentos no controle das alterações da bioquímica cerebral, deixando-se de lado abordagens de cunhos psicológico-emocional.
            O que parece importante na verdade é a abertura do debate sobre os protocolos definidos para o diagnóstico, considerando-se sempre a interdisciplinaridade na abordagem terapêutica. Evidentemente não deve haver uma banalização na prescrição de medicamentos como uma panacéia, o que seria mais uma irresponsabilidade que uma adequada conduta profissional.

            Não há, entretanto, como negar que na maioria dos casos bem diagnosticados a intervenção medicamentosa não só faz-se necessária, como melhora a qualidade de vida do paciente.
            Vale lembrar, que o TODA é um transtorno complexo que envolve dificuldade em sustentar o foco, em organização, motivação, modulação emocional, memória e outras funções do sistema de gerenciamento do cérebro.

SLRM

            Confira a matéria transcrita abaixo:

PSICÓLOGOS, PSIQUIATRAS E O DÉFICT DE ATENÇÃO

8/07/12 - 13:46 - POR Rafael Garcia

JÁ ERA PREVISÍVEL que chegaria com mais força ao Brasil, cedo ou tarde, a controvérsia sobre o Transtorno do Déficit de Atenção por Hiperatividade, o TDAH. Nos EUA e na Europa, há evidências de que esse problema psiquiátrico vem sendo diagnosticado em um número excessivo de estudantes (9%), e existe uma preocupação com as consequências da prescrição do metilfenidato (a ritalina) para tratar o transtorno em crianças que na verdade são saudáveis.
No Brasil, agora, um manifesto encabeçado pelo CFP (Conselho Federal de Psicologia) também questiona a existência de uma epidemia de TDAH (8,6% de prevalência) no país. A campanha —assunto de reportagem recente de Mariana Versolato— desencadeou uma reação por parte da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), que reuniu outras entidades médicas para elaborar uma carta-resposta rejeitando todas as críticas.

Não é a primeira vez que psiquiatras e psicólogos entram em conflito no país, e muito disso tem origem nos interesses de classe dessas duas categorias. No Brasil, porém, o movimento dos psicólogos parece ir passo além daquilo que se vê aqui nos EUA. Muitos psicólogos brasileiros defendem que o TDAH não só é uma falsa epidemia, mas também que a neurociência não é capaz de explicar o transtorno. O transtorno afetando crianças inquietas que não conseguem se concentrar e adquirem problemas cognitivos como consequência não passaria de uma doença inventada.
Do outro lado, o grupo liderado pela ABP argumenta que a prevalência de déficit de atenção no país é legítima, baseada em critérios bem definidos, e que testes clínicos mostram a eficácia e a segurança da ritalina no tratamento.

No meio da discussão, sobram acusações dos psicólogos contra o DSM, o manual de estatísticas e diagnósticos da psiquiatria (sobre o qual falei aqui). São o DSM e a CID (Classificação Internacional de Doenças, da OMS) que padronizam o diagnóstico de TDAH aplicado em todo o mundo, por isso a culpa acabou recaindo sobre os dois (neste caso, um é bastante similar ao outro).
Os psicólogos parecem ter uma parcela de razão em sua crítica de que os mecanismos biológicos por trás do transtorno ainda são em grande parte um mistério. O próprio DSM não arrisca dizer muito sobre a patogênese do TDAH. Mas as dúvidas sobre a neurobiologia do problema não implicam que o transtorno seja uma doença necessariamente “inventada”.

Essa linha de crítica, se for aceita, invalidaria quase todos os outros problemas listados pelo DSM, incluindo a depressão, a esquizofrenia o autismo e outros. Em nenhum deles, o conhecimento de neurobiologia evoluiu ao ponto de validar um diagnóstico. O diagnóstico é feito com base nos sintomas, apenas, diferentemente de doenças do rim, fígado ou coração. Seja ou não qualificado como doença, porém, pouca gente duvida que crianças com  sintomas de TDAH possam estar sofrendo e precisam de alguma ajuda.
O difícil, claro, é delimitar uma fronteira entre o que é um transtorno médico e aquilo que são sintomas triviais de agitação e desatenção. Nem toda criança encapetada é portadora de TDAH. E é inevitável que haja uma certa arbitrariedade em se riscar uma fronteita. Mesmo com todas as suas imperfeições, porém, ao fazer isso o DSM se tornou uma ferramenta útil para orientar ações de tratamento. Sem adotar uma padronização como a do manual, aliás, seria quase impossível fazer pesquisa.

Na definição dos critérios, existe uma preocupação em se manter essa atividade isolada da influência da indústria farmacêutica, que poderia se beneficiar de uma epidemia de TDAH inflacionada. A atual proposta de revisão do DSM, da quarta para a quinta edição, porém, propõe um relaxamento dos requisitos para emitir diagnósticos do transtorno, e há evidência sugerindo que o lobby dos grandes laboratórios teve um papel aí.
Dito isso tudo, é preciso reconhecer que o TDAH não é um conceito vazio. Uma evidência disso é justamente que a ritalina costuma ajudar a controlar os sintomas, mesmo sendo uma droga com alguns problemas. O metilfenidato é um psicotrópico com efeitos colaterais como insônia, perda de apetite e irritabilidade. É um estimulante com algum potencial para dependência e causa um certo aumento de pressão arterial e batimento cardíaco. Há motivos suficientes para não se ingerir uma droga como essa à toa, mas isso não quer dizer que a ritalina seja ineficaz contra os problemas que ela busca atacar. A administração de qualquer medicamento precisa levar em conta o peso dos benefícios contra o dos riscos.

Uma das revisões independentes mais recentes sobre testes da ritalina —publicada em uma revista de psicologia clínica— reconhece que a droga é eficaz, mas ressalta também a importância da psicoterapia. Alguns estudos novos mostram evidências favoráveis do funcionamento também em adultos com TDAH, apesar de ainda haver uma dúvida legítima sobre a capacidade da ritalina de funcionar a longo prazo (um ano ou mais).
Testes clínicos, contudo, nem sempre conseguem reproduzir com exatidão as condições que as pessoas enfrentam na vida real. E uma dessas variáveis fora de controle, no caso do déficit de atenção, são os diagnósticos ruins. A alta variabilidade de incidência do TDAH ao redor do mundo parece ser um reflexo disso, e a tendência a se diagnosticar muito mais meninos do que meninas, também.

Antes que os psicólogos comecem a defender que todos os exemplares do DSM sejam queimados na fogueira, porém, cabe lembrar aqui que esse problema surge justamente do desrespeito às regras do manual, e não daquilo que está escrito nele. Um novo estudo realizado na Alemanha mostrou que psiquiatras adoram fazer diagnósticos baseados em estereótipos, em vez de seguirem objetivamente o que o DSM e a CID recomendam.
Os alemães já sabem disso porque se deram o benefício da dúvida e fizeram uma pesquisa. Não é válido questionar se o mesmo problema existe no Brasil? Nos EUA, a pessoa que está liderando o movimento contra o relaxamento dos critérios de diagnóstico é Allen Frances, o psiquiatra que coordenou a atual edição do DSM. Em um artigo de opinião recente, ele conta como a indústria farmacêutica atuou para “turbinar” a epidemia de TDAH nos EUA. Será que o Brasil está imune a essa influência?

Tentando observar essa briga do lado de fora, me parece estranho que as entidades de classe estejam sequestrando essa discussão das universidades no Brasil. O CFP e a ABP estão fazendo o papel delas, defendendo os interesses dos profissionais que elas representam, mas cartas e manifestos não substituem os dados das pesquisas. Por algum motivo, opiniões acadêmicas mais equilibradas e independentes não estão se disseminando.
A imprensa talvez tenha uma parcela de culpa aí, mas não toda, já que ainda há muitas perguntas sem respostas sobre o TDAH, e muitas respostas não são consensuais. Se psicólogos e psiquiatras conseguissem se relacionar institucionalmente, porém, talvez a interdisciplinaridade necessária para avançar no assunto possa ter algum incentivo.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

PARTÍCULA DE DEUS.

Ciência acha sinais do bóson de Higg's, também considerado pelo nome de partícula de Deus, que segundo os cientistas seria a origem de toda a máteria existente no universo.
Ainda segundo os cientistas do CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), foi encontrada nessa quarta-feira uma nova partícula subatômica que pode ser o tão procurado Bóson de Higgs. Os mesmos cientistas acreditam que com os dados atuais o universo teria uma idade em torno de 14 bilhões e seiscentos milhões de anos e encontra-se em expansão permanente.
Veja toda a matéria no link abaixo do portal R7.


http://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/noticias/cientistas-descobrem-pista-do-que-pode-ser-a-particula-de-deus-entenda-20120704.html?question=1#quiz 

quarta-feira, 25 de julho de 2012

PNEUMONIA: SINAIS E CUIDADOS

A pneumonia é uma doença infecciosa das vias pulmonares, que pode ser causada por diversos microorganismos, sendo as principais manifestações de origem viral ou bacteriana.
Tradicionalmente é classificada como pneumonia adquirida na comunidade (PAC), pneumoniaadquirida em hospitais ou pneumonia associada a aparelhos de ventilação (PAV).
A pneumonia é uma doença que mata mais de 40 mil pessoas por ano no Brasil, sendo a quinta causa de morte segundo o Ministério da Saúde.
Os períodos de inverno facilitam o aparecimento da doença devido às mudanças bruscas de temperatura e contato de pessoas em locais mais fechados.

Inicialmente pode manifestar-se como uma gripe o que pode fazer com que a pessoa demore na busca de atendimento médico e agrave seu quadro.
A pneumonia é adquirida pelo contato com o agente infeccioso presente no ar, na saliva ou no sangue, sendo seus principais causadores as bactérias, os vírus e o micoplasma. Esses agentes provoca infecção pulmonar e afetam diretamente os alvéolos que se enchem de líquidos dificultando a adequada respiração.

Pessoas com o sistema imunológico comprometido apresentam maior propensão à penumonia, assim como crianças, idosos, pacientes internados em hospitais e pessoas como doenças imunosupressoras como a AIDS. O alcoolismo, o fumo e a diabetes também são facilitadores das doença.
A base do tratamento é o uso de antibióticos e para isso existe um protocolo de acordo com os patógenos e o grupo de risco. A hidratação do paciente é recomendada, com boa ingesta de líquidos, para facilitar a expectoração e evitar a desidratação.

Nenhuma automedicação deve ser feita e tão logo surjam os sintomas o paciente deve procurar imediato atendimento médico para receber a devida medicação e orientações pertinentes a cada caso.
PNEUMONIA: PRINCIPAIS TIPOS E SINTOMAS.

1. PNEUMONIA BACTERIANA: É a mais frequente e corresponde a 70% dos casos.
Sintomas: Calafrios, febre de elevação rápida, dor torácica, tosse.

Fatores de risco: Frequente em pessoas com o sistema imunológico debilitado.

2. PNEUMONIA VIRAL: mais comum no outono e inverno (variações de temperatura e
mudança de estação).

Sintomas: febre, tosse seca, dor de cabeça, dores musculares e fraqueza, como o
agravamento do quadro pode surgir uma cor azulada nos lábios, falta de ar.

Fatores de risco: maior incidência em pessoas com problemas pulmonares e
grávidas.

3. PNEUMONIA POR MICOPLASMA: Provocada por um microorganismo semelhante
a uma bactéria.

Sintomas : Febre, tosse forte, náuseas e vômitos, fraqueza.
Fatores de risco:Mais frequente em crianças e jovens adultos.

Outras formas de pneumonia podem também ocorrer como causadas por outros agenes como fungos, substâncias químicas, tumores, porém, são mais raras.
COMPLICAÇÕES: O grande problema da pneumonia está em suas complicações, pois podem evoluir para um derrame pleural (entre as membranas que revestem o pulmão) , e , o mais grave, quando as bactérias alcançam a corrente sanguínea e se espalham para todo o corpo, promovendo a conhecida septicemia.

A pneumonia é uma das principais consequências das infecções hospitalares que acontecem após cirurgias, sendo um grave problema de saúde pública.

PREVENÇÃO
O melhor caminho é o da prevenção que pode ser obtida por vacinação que o governo disponibiliza apenas para idosos acima de 60 anos, crianças com necessidades especiais, como bebês prematuros, com asma grave e portadores da síndrome de Dawn. Para os que não se enquadram nesse grupo a vacina pode ser disponibilizada em clínicas particulares com um custo médio de R$280,00 para crianças e R$ 70,00 para adultos. A orientação e indicação médica são sempre recomendadas.

Manter uma alimentação saudável, rica em vitaminas, procurar manter o ambiente sempre bem ventilado, evitar aglomerações, manter uma adequada higienização das mãos, lavando-a sempre com água e sabão.
Não esperar para buscar atendimento médico caso surjam sintomas.

Fonte:
Matéria da Revista Proteste nr 86 – Ano VIII – novembro de 2009

The Washignton Manual TM – Manual de Terapêutica Clínica – 32ª edição – Guanabara Koogan

OS 25 SINTOMAS DA DOENÇA DE ALZHEIMER


Mais uma contribuição do site www.cuidamos.com
Ana Paula Mendes

De todas as pessoas que sofrem de demência, estima-se que 50 a 70% dos indivíduos afetados tenham a doença de Alzheimer. Conheça os 25 sintomas que determinam o aparecimento da doença de Alzheimer e faça o melhor diagnóstico possível para aumentar a qualidade de vida de um doente.

1. A Perda De Memória

A maior parte dos doentes com Alzheimer não consegue lembrar das mais pequenas coisas do dia-a-dia, como por exemplo: o que fizeram no dia anterior, os nomes das pessoas que os rodeiam, o que comeram ao almoço, os animais de estimação que têm, números de telefone e conversas recentes, entre outros. Em todo o caso, a perda de memória pode não ser consistente e o fato de não se lembrar hoje não quer dizer que não o faça amanhã.

2. O Estado Agitado E O Humor Alterado

É comum para alguém que sofre de Alzheimer parecer ansioso ou agitado. A agitação resulta geralmente do medo, confusão, pressão ou fadiga que um doente possa estar a sentir. Por outro lado, as mudanças radicais também contribuem para uma enorme agitação e mudança repentina de humor. Independentemente do motivo ou situação, um doente de Alzheimer pode passar de um estado calmo para um estado de raiva sem qualquer motivo aparente.

3. O Julgamento Debilitado

Uma pessoa que tem a doença de Alzheimer tem tendência a tomar as decisões mais disparatadas e/ou inadequadas perante uma determinada situação. Um exemplo dessa irresponsabilidade está na forma imperfeita de se vestir ou na incapacidade de avaliar por si próprio aquilo que é mais seguro. Por norma, as primeiras mudanças que ocorrem no julgamento de uma pessoa estão relacionadas com a gestão das suas finanças e é quando o dinheiro começa a ser gasto de forma inusitada e incorreta.

4. Dificuldade Em Lidar Com O Dinheiro

A dificuldade em lidar com o dinheiro é um obstáculo muito difícil de ser ultrapassado para quem sofre de Alzheimer. A incapacidade de pagar contas, de fazer as compras essenciais e administrar um orçamento é um sinal claro de demência psíquica e indica se um indivíduo está ou não na posse de todas as suas faculdades.

5. Dificuldade Em Realizar Tarefas Familiares

Uma pessoa que sofre de demência leva mais tempo a concluir as tarefas mais básicas do dia-a-dia que, por hábito, já realizou milhares de vezes. Por exemplo, um cozinheiro experiente pode ter sérias dificuldades em fritar um ovo ou qualquer outro tipo de preparo de fácil realização.

6. O Problema Do Planeamento E Resolução De Problemas

À medida que a demência progride, podem existir maiores dificuldades de concentração. De uma forma mais particular, uma pessoa que sofre de Alzheimer não consegue seguir um plano, tomar a medicação correta ou gerir um orçamento. Por outro lado, a sua capacidade de decisão e resolução de problemas é nula.

7. Trocar O Lugar Das Coisas

Um dos sintomas mais frequentes da doença de Alzheimer está relacionado com a troca sistemática do lugar das coisas. Por exemplo, é muito frequente encontrar as chaves de casa no congelador ou o comando da televisão na gaveta das meias, entre outras situações insólitas. Existe uma tendência para o esquecimento, mas também para deixar as coisas nos locais mais incomuns. É também de registar que é frequente acusarem outra pessoa de esconder ou roubar os seus pertences.

8. A Desorientação No Tempo E No Espaço

A percepção do tempo e do espaço é um dos problemas mais graves que afeta um doente de Alzheimer. É muito fácil ficar perdido na rua, uma vez que não se recorda do local onde vive, não tem a noção das datas, estações do ano e/ou passagem do tempo, entre outras situações temporais e espaciais.

9. A Dificuldade Em Comunicar

As capacidades linguísticas e comunicacionais de uma pessoa com Alzheimer vão diminuindo com o passar do tempo. Uma pessoa pode ter imensas dificuldades em encontrar a palavra certa, chamar as coisas pelos nomes errados, inventar novas palavras, entre outras situações. Esta condição carece de atenção, pois pode conduzir ao isolamento e depressão.

10. Vaguear Sem Rumo

Infelizmente, cerca de 60% das pessoas com demência têm uma tendência para vaguear sem qualquer tipo de destino. Isso deve-se à inquietação, medo, confusão em relação ao tempo e incapacidade em reconhecer pessoas, familiares, lugares e objetos. Em alguns casos, a pessoa pode sair de casa a meio da noite para satisfazer uma necessidade física, como encontrar uma casa de banho/banheiro ou comida, ou até pode querer ir para casa quando já está efetivamente em casa.

11. O Discurso Repetitivo

A repetição frequente de palavras, frases, perguntas ou atividades é uma característica da demência e da doença de Alzheimer. Esse comportamento repetitivo é provocado, por vezes, pela ansiedade, stress, ou para alcançar o conforto, segurança ou familiaridade.

12. As Dificuldades Visuais E Espaciais

As pessoas que sofrem da doença de Alzheimer tendem a ter dificuldades de leitura, em julgar distâncias ou a determinar a cor e/ou contraste de um determinado tipo de material. Em termos de percepção, é comum que uma pessoa se olhe ao espelho e pense que está na companhia de outra pessoa sem se ter percebido que está diante do seu próprio reflexo.

13. A Realização De Atividades Sem Qualquer Tipo De Propósito

Se detectar que um familiar que está ao seu cuidado realiza todo o tipo de esforços para a realização de uma atividade sem qualquer tipo de objetivo, como por exemplo abrir e fechar uma gaveta várias vezes, isso poderá significar que essa pessoa sofrerá de demência e, consequentemente, de Alzheimer. Apesar de não terem uma finalidade última, esse tipo de comportamentos revela a necessidade que uma pessoa tem em se sentir produtivo ou ocupado.

14. A Necessidade De Se Afastar De Todo O Tipo De Atividades

A doença de Alzheimer pode ser uma doença muito solitária e pode originar uma falta de interesse geral nas mais variadas atividades sociais ou pessoais. É comum que uma pessoa que sofra desta doença deixe de fazer os seus passatempos preferidos, pois não se recorda como os faz nem sequer sente o mesmo prazer.

15. A Perda De Iniciativa E Motivação

A apatia, perda de interesse e de motivação em atividades sociais ou pessoais podem levar uma pessoa à depressão e, consequentemente, ao isolamento. A depressão dificulta muito a tarefa de um doente pois impede-o de articular corretamente os seus sentimentos e faz com que ele não tenha qualquer vontade ou iniciativa própria.

16. O Não Reconhecimento Da Família E Dos Amigos

De uma forma geral, as pessoas que têm Alzheimer esquecem o que aprenderam e quem conheceram e isso faz com que não reconheçam os seus amigos e familiares mais próximos. Num estado avançado e final da doença, as pessoas podem apenas recordar-se dos seus pais e de apenas algumas passagens com eles.

17. A Perda Das Habilidades Motoras E Do Sentido Do Tato

A demência afeta as capacidades motoras e interfere com o manuseamento de roupas ou todo o tipo de utensílios, como as tesouras ou os garfos. Contudo, a perda das habilidades motoras e do sentido do tato podem estar relacionados com uma doença muito diferente, como a doença de Parkinson. Deve observar esses sintomas e comunicá-los imediatamente ao seu médico de família para um diagnóstico mais detalhado.

18. A Dificuldade Em Se Vestir

A forma como um indivíduo se veste diz muito sobre a condição psicológica de uma pessoa. No caso de um doente de Alzheimer é comum ele utilizar a mesma roupa durante vários dias, pois esquece-se que a mesma já foi usada. Por outro lado, as dificuldades em apertar ou desabotoar os botões de uma camisa ou de um casaco, assim como realizar o nó de uma gravata são também um enorme handicap devido à perda das habilidades motoras.

19. O Desleixo Com A Aparência E Higiene Pessoal

Os doentes de Alzheimer têm tendência para serem desleixados com a sua aparência e higiene pessoal, e esquecem-se, na maioria das vezes, de escovar os dentes, cortar as unhas, tomar banho e até utilizar a casa de banho/banheiro para a realização das suas necessidades.

20. Esquecer As Refeições Principais

A diminuição do apetite e a perda de interesse e prazer pelaalimentação faz com que um doente de Alzheimer se esqueça de realizar as refeições principais ao longo do dia. Existe também a hipótese de um indivíduo perder a capacidade de dizer se um alimento ou bebida está quente ou frio demais para comer ou beber. Por vezes, face ao fato de não se lembrarem de como utilizar os talheres, alguns indivíduos chegam a levar a comida à mão até à sua própria boca.

21. O Comportamento Inadequado

Na fase terminal da doença de Alzheimer, um indivíduo pode revelar um comportamento inadequado e agir de forma atípica em várias situações distintas. Por exemplo, é comum esquecerem-se que são indivíduos casados e começam a fazer avanços sexuais inapropriados com outros parceiros, ou podem tirar a roupa em horários impróprios e em locais invulgares.

22. A Capacidade De Delirar

Os delírios e a paranoia são comuns nos doentes que sofrem de Alzheimer e alguns chegam a ter a forte convicção ou ilusão de que alguém o está a tentar ferir ou matar. A perda da memória e a confusão são os responsáveis principais pela má interpretação do que um doente vê e ouve.

23. A Agressão Física E Verbal

A demência vai piorando com o tempo e com ela vão-se alterando os comportamentos e é normal que alguém se torne física ou verbalmente mais agressivo. As explosões verbais, gritos, ameaças e empurrões podem ser uma constante e podem surgir do nada. No entanto, é de realçar que a agressão verbal ou física pode estar relacionada com algum desconforto físico, incapacidade de comunicação ou frustração perante uma determinada situação.

24. As Dificuldades Em Dormir

Alguns sintomas como a agitação, ansiedade, desorientação e confusão tendem a piorar à medida que o dia passa e podem continuar durante a noite, fazendo com que existam muitas dificuldades em adormecer e dormir. Essa perturbação do sono pode estar relacionada com as alterações do relógio biológico de uma pessoa e é uma razão comum que leva muitas vezes os familiares a colocar os seus entes queridos num lar de idosos.

25. A Imitação Ou O Comportamento Infantil

Os especialistas afirmam que quem sofre da doença de Alzheimer fica completamente dependente de um determinado indivíduo e imita-o de forma infantil, chegando até a segui-lo como uma espécie de “sombra”. Este comportamento surge, muitas vezes, pelo receio em encarar a forma confusa como o mundo é percepcionado e pela necessidade de ter por perto uma pessoa em quem se confia totalmente.

terça-feira, 24 de julho de 2012

SINAIS DA TUBERCULOSE - ALERTA.


A TUBERCULOSE E SEUS PRINCIPAIS SINTOMAS.
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria conhecida como bacilo de Koch (BK). Apenas 10% dos indivíduos expostos ao bacilo de Koch desenvolverão sintomas da tuberculose. Nos 90% restantes, a bactéria é controlada pelo sistema imunológico, ficando inativada, incapaz de ser transmitida ou de provocar qualquer sinal de doença. Estes pacientes, porém, podem desenvolver tuberculose tempos depois se houver alguma queda nas suas defesas imunológicas, permitindo a proliferação da bactéria.

Nos pacientes que desenvolvem tuberculose ativa, a grande maioria o faz através da tuberculose pulmonar. Porém, o bacilo de Koch pode acometer outros órgãos do corpo que não os pulmões, como nos casos de tuberculose ganglionar, tuberculose óssea, tuberculose na pele, tuberculose intestinal, tuberculose cerebral etc.

A tuberculose apresenta-se em duas formas: 1 – a pulmonar e 2- a extrapulmonar.

A forma pulmonar é a mais comum e sua transmissão dá-se pela propagação do bacilo de Koch, entretanto, pode ocorrer também em outras áreas do organismo, fora do pulmão, como nos gânglios linfáticos, nos ossos, na pele, no intestino, cérebro, etc.

Sinais e sintomas mais comuns da tuberculose pulmonar e da tuberculose extrapulmonar. Como a forma pulmonar é a mais comum, daremos ênfase aos seus sintomas.

1- Febre: é um dos sintomas mais comuns presentes na tuberculose em qualquer de suas formas. Aparece como febre alta, geralmente superior a 38° , diária e com predomínio no final do dia (febre vespertina). Em pessoas idosas a tuberculose pode surgir sem manifestação febril.

2 Suores noturnos: Costumam surgir em pacientes tuberculosos á noite, durante o sono e podem também manifestar-se em pacientes mesmo sem febre.

3 – Tosse: A tosse é um sintoma marcante da tuberculose pulmonar e não aparece nos outros casos de tuberculose exceto se houver também o comprometimento pulmonar. Em geral é uma tosse crônica que dura semanas e inicia-se com tosse seca que  agrava-se com o passar do tempo e pode evoluir para uma tosse purulenta com uma expectoração amarelo-esverdeada.

4 – Expectoração com sangue: Pode ocorrer na evolução da tuberculose e significa um avanço considerável da doença, recebendo a denominação de hemoptise.

5 – Falta de ar e cansaço: A falta de ar é um sintoma que surge na tuberculose mais avançada, com maior comprometimento pulmonar. No início da doença a falta de ar surge principalmente com o esforço, mas na sua evolução pode aparecer mesmo durante o estado de repouso.

O cansaço já é produzido pelo quadro de infecção grave e caracteriza-se pelo desânimo, vontade de deitar o tempo todo, falta de forças, sensação de mal estar.

6 -  Dor torácica: A dor torácica é um sintoma comum na tuberculose e pode surgir devido a diversos fatores como: extenuação pela tosse crônica, pela lesão do pulmão pela doença, ou pelo acometimento da pleura (membrana que  reveste o pulmão) pela infecção. Quando a pleura é acometida surge uma dor à respiração profunda, denominada de dor pleurítica. A dor provocada pela tuberculose costuma ocorrer na região das costas, em geral próximo á área do pulmão acometido.

7 – Aumento dos linfonodos ou gânglios: o aumento dos gânglios ao longo da cadeia linfática do organismo é uma das características da tuberculose ganglionar, podendo ser palpáveis e visíveis, acometendo um ou mais gânglios. A apresentação mais comum é o surgimento de um único linfonodo aumentado, não doloroso, em um adulto jovem sem outros sintomas, como febre, perda de peso, tosse ou cansaço. Porém, não é incomum o paciente apresentar mais de um gânglio aumentado ou ter a forma pulmonar e ganglionar juntas, fazendo com que os sintomas descritos acima estejam presentes. Em cerca de 70% dos casos o gânglio surge na região do pescoço. Outros locais onde costumam surgir linfonodos na tuberculose ganglionar são a região das axilas, acima da clavícula, no cotovelo ou na virilha. Exames radiológicos conseguem identificar linfonodos aumentados em regiões mais profundas, como na cavidade abdominal e no mediastino (região dentro do tórax).

8 – Perda de peso: A perda de peso é manifestação comum na tuberculose associada à falta de apetite, podendo assustar o paciente por chegar a perder em poucas semanas entre 5 a 10 quilos.

9 – Dor óssea: A tuberculose pode manifestar do óssea, na tuberculose dos ossos, principalmente na região lombar, devido a infecção afetar as vértebras, o que é conhecido como mal de Pott. A tuberculose óssea não é uma forma muito comum de manifestação, e as dores em sua fase inicial podem ser de leves a moderadas e confundirem-se com outros problemas da coluna. Para a suspeita da tuberculose óssea devem ocorrer outros sintomas, tais como febre e perda de peso, sendo necessários outros exames mais apurados para confirmação diagnóstica.

10 – Sangue na urina (hematúria): Surge como um quadro de infecção urinária que entretanto não se cura com os antibióticos  tradicionais e não pode ser identificada pelo exame de urocultura. A bactéria geralmente se aloja em um dos rins e provoca dor na região lombar associado a sangue e pus na urina, às vezes de forma microscópica, só detectável pelos exames de laboratoriais de urina. Não sendo adequadamente tratado pode levar à lesão renal grave.

Considerações finais.

Mais de 90% dos pacientes infectados pelo bacilo de Koch vão desenvolver a forma pulmonar da doença, sendo a tosse, a febre e a perda de peso de evolução arrastada os sintomas mais típicos da doença. Como as formas extrapulmonares são menos comuns, o diagnóstico pode ser mais difícil de ser estabelecido, principalmente se o paciente não tiver também os sintomas sistêmicos típicos da tuberculose, como perda de peso, febre e/ou cansaço.

Há dezenas de formas de tuberculose extrapulmonar, o que leva a dezenas de formas de apresentação clínica da doença. Listamos acima apenas as formas mais comuns, mas pacientes com tuberculose do sistema nervoso central, dos intestinos, dos órgãos genitais, da pele, etc., podem ter sintomas completamente distintos aos descritos acima. De comum, apenas a febre, o emagrecimento e o cansaço, que  não necessariamente estarão presentes em todos os casos.


Autor:
Pedro Pinheiro Médico formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 2002. Diploma reconhecido pela Universidade do Porto, Portugal. Título de especialista em Medicina Interna pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em 2005. Título de Nefrologista pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) em 2007. Título de Nefrologista pelo Colégio Português de Nefrologia.

Nota : o texto original sofreu algumas adaptções sintéticas, sem perder seu conteúdo e pode ser obtido integralmente no site acima citado.
Slrm.

























segunda-feira, 23 de julho de 2012

DISTÚRBIOS DO SONO INFANTIL E PROBLEMAS DE CONDUTA.


TRANSTORNOS DE RESPIRAÇÃO DURANTE O SONO EM CRIANÇAS PODE PREDISPOR PROBlEMAS DE CONDUTA E OUTROS TRANSTORNOS COMPORTAMENTAIS.

Um acompanhamento de mais de 11.000 crianças acima de seis anos revelou que aqueles que mostram distúrbios respiratórios durante o sono (ronco, respiração bucal, apnéia) são mais propensas a problemas de comportamento. Dificuldades de comportamento que aparecem ligadas a distúrbios respiratórios incluem hiperatividade e agressão, sintomas emocionais e problemas de relacionamento com outras crianças.
Segundo os pesquisadores, esses distúrbios respiratórios atingem um pico entre 2 e 6 anos de idade, mas também ocorrem em crianças mais jovens. 10 % das crianças roncam regularmente e de  2-4%  sofrem de apnéias.  Entre as causas mais comuns destes transtornos encontram-se o aumento do tamanho das amígdalas ou adenóides.
Aos pais foi solicitado  que  respondessem  questionários sobre os  sintomas de doenças respiratórias de seus filhos em vários intervalos desde 6 a 69 meses de idade. Quando essas crianças atingiram entre 4 e 7 anos de idade, os pais responderam a um questionário de avaliação do comportamento, com escalas para avaliar a falta de atenção, hiperatividade, sintomas emocionais, como ansiedade e depressão e problemas de relacionamento com outras crianças.
Verificou-se que as crianças com distúrbios de respiração durante o sono eram  40 a 50% mais propensas a desenvolver problemas neurológicos do comportamento até os 7 anos de idade, em comparação com crianças que não apresentaram tais transtornos. O maior aumento foi observado em hiperatividade, mas também em todas as medições de conduta em geral.
Fonte : REVISTA DE  NEUROLOGIA = VOLUME 54 NR 12 – 18julho2012

sexta-feira, 20 de julho de 2012

EMOÇÕES E DOENÇAS QUE PODEM PROVOCAR.


ALGUMAS DOENÇAS E SUAS FONTES EMOCIONAIS  SEGUNDO A PSICOTERAPÊUTA LOUISE HAY.

(Tudo o que percebemos gera em nós alguma emoção e sentimento. De acordo como ela é  introjetada pode trazer ao nosso corpo saúde e alegria ou dor e sofrimento.)



Amigdalite- Emoções reprimidas, criatividade sufocada.
Anorexia - Ódio ao extremo de si mesmo.
Apendicite - Medo da vida, bloqueio do fluxo do que é bom.
Arteriosclerose - Resistência, recusa de ver o bem
Artrite - Crítica mantida por longo tempo
Asma - Sentimento contido, choro reprimido
Bronquite - Ambiente familiar inflamado, gritos , discussões
Câncer - Mágoa profunda, tristeza mantida por muito tempo
Colesterol - Medo de aceitar a alegria
Derrame - Rejeição à vida
Diabetes - Tristeza profunda, vida amarga
Diarreia - Medo, rejeição, fuga
Dor de cabeça - Autocrítica falta de valorização
Dor nos joelhos - Medo de recomeçar, medo de seguir em frente.
Frigidez - Medo, negação do prazer.
Gastrite - Incerteza profunda, sensação de condenação.
Hemorroidas - Medo de prazos determinados, raiva do passado
Hepatite - Raiva, ódio. Resistência a mudanças
Insônia - Medo, culpa.
Labirintite - Medo de não estar no controle.
Meningite - Tumulto interior, falta de apoio
Nódulos - Ressentimento, frustração. Ego ferido.
Pele (acne) - Impidualidade ameaçada. Não perdoa a si mesmo.
Pneumonia - Desespero, cansaço da vida.
Pressão alta - Problema pessoal duradouro não resolvido.
Pressão baixa - Falta de amor quando criança.
Prisão de ventre - Preso ao passado, medo de não ter dinheiro suficiente.
Pulmões - Medo de absorver a vida.
Resfriados - Confusão mental, desordem, mágoas.
Reumatismo - Sentir-se vítima, falta de amor, amargura.
Rinite alérgica - Congestão emocional, culpa e crença em perseguição.
Rins - Medo de crítica, do fracasso, desapontamento.
Tireoide - Humilhação.
Tumores - Alimentar-se de mágoas, acumular nervoso.
Úlcera - Medo de não ser bom o bastante.
Varizes - Desencoraja mento. Sentir sobrecarregado.

DEPRESSÃO EM ESTUDANTES DE MEDICINA PREOCUPA: DIZ ESTUDO.


      Trabalho recente publicado no site Medical Services, relata pesquisa feita junto aos alunos dos últimos anos do curso de medicina da Universidade Federal de Sergipe – UFS,  onde foram constatados índices preocupantes de sintomas depressivos de intensidade baixa a moderada.
       O estudo abordou 117 estudantes do internato de medicina da Uni­versidade Federal de Sergipe, após cálculo para amostra finita com uma margem de erro de 5%, chegamos ao tama­nho amostral de 87 alunos, que foram selecionados através de sorteio simples.
      Foram utilizados como mecanismos de avaliação o Inventário de Depressão BECK – IDB que é  um questionário autoaplicável padronizado, descrito por pesqui¬sadores do Center for Cognitive Therapy (CCT) como medida de autoavaliação de depressão amplamente uti¬lizada, tanto em pesquisa como na área clínica. 
     Ao IDB  foi associado um outro questionário desenvolvido pelos pesquisadores, contendo 54 questões fecha­das, pré-codificadas, abordando as características socio­demográficas, o processo ensino-aprendizagem e aspec­tos pessoais.
    Os sintomas depressivos foram classificados quanto à sua intensidade demarcada no questionário Beck em grupos a saber: sintomas depressivos mínimos ou ausentes (grupo I) e sintomas le­ves a moderados (grupo II), sintomas depressivos moderados a graves (grupo III) e sintomas de­pressivos graves (grupo IV). Para a avaliação foram utilizados apenas os resultados dos grupos I e II já que os valores dos grupos III e IV não foram suficientes significativamente para a pesquisa.
    A prevalência de sintomas depressivos na amostra estu­dada (n = 84) foi de 40,5%. Apresentaram sintomas depres­sivos leves a moderados 34,5% (IC 95% 24,5-45,7); sintomas depressivos moderados a graves, 4,8% (IC 95% 1,3-11,7); e sintomas depressivos graves, 1,2% (IC 95% 0,0-6,5%). Não apresentaram sintomas depressivos 59,5% dos estu­dantes (IC 95% 48,3-70,1).
   No presente estudo, a prevalência encontrada de sintomas depressivos entre estudantes de medicina da UFS foi ele­vada, embora discretamente menor que a encontrada na Universidade da Região de Joinville (Univille - SC), uti­lizando os mesmos pontos de corte. Ela foi superior à en­contrada na Universidade Federal de Goiás e à encontrada por alguns pesquisadores na população geral, entre 3% a 11%7,11,12.
   Em um estudo realizado na China, o pesquisador, ao utilizar o IDB em estudantes de medicina de Hong Kong, com os pontos de corte 9/10 e 29/30, encontrou 50% destes alunos com depressão (IDB > 10) e 2% deles severamente deprimidos (IDB > 30)13. Em nosso estudo, utilizando os mesmos pontos de corte, encontramos resultados seme­lhantes, embora com prevalência menor, demonstrando que o problema é relevante.
   Vários estudos apontam para uma maior prevalência de sintomas depressivos nos estudantes de medicina em re­lação à população geral, o que também foi verificado com os resultados do presente estudo, concordando com outros nacionais e internacionais anteriormente citados.
   Não foi encontrada diferença significante entre os se­xos associada aos sintomas depressivos, como também foi demonstrado num estudo longitudinal finlandês, envol­vendo estudantes de medicina acompanhados durante os seis anos de curso15. No entanto, outras pesquisas apontam uma maior prevalência de sintomas depressivos entre es­tudantes de medicina do sexo feminino.
   Tais achados sugerem que, além das dificuldades refe­rentes ao curso de medicina, aquelas decorrentes de carac­terísticas individuais podem propiciar o aparecimento dos sintomas depressivos.
    Pesquisadores relatam que o período de maior sofri­mento psíquico vivenciado pelos estudantes corresponde àquele em que entram em contato com pacientes grave­mente enfermos. Na nossa realidade, este corresponde ao período do internato, etapa final do treinamento médico da graduação, no qual o contato é estrito e exaustivamente intensificado. Momento em que os estudantes se de­param com a incapacidade de dominar o conhecimento médico como outrora o faziam nos ensinos médio e fun­damental, além de constatarem que as notas, muitas vezes, não traduzem aquisição real de conhecimentos, sentindo-­se frustrados.
    A respeito do progressivo comprometimento da saúde mental dos estudantes de medicina ao longo do curso, al­guns pesquisadores mostraram que os iniciantes apresen­tavam prevalência de sintomatologia depressiva e de an­siedade semelhante à da população geral. Porém, à medida que iam progredindo no curso, aumentavam as queixas relacionadas ao mesmo e, por conseguinte, a prevalência de transtornos mentais comuns (depressivos, ansiosos e somatoformes), com incremento consistente dos relatos de estresse e sofrimento psíquico.
    Um estudo com toda população de estudantes de me­dicina da mesma instituição agora pesquisada revelou pre­valência de 42,5% de transtornos mentais comuns (TMC). Após o ajuste do modelo final da regressão logística, ficou evidenciado que os principais fatores associados estavam relacionados ao processo ensino-aprendizagem e aos as­pectos pessoais, os quais também foram implicados neste presente estudo.
    O sofrimento emocional do estudante de medicina não se limita apenas a ele próprio, mas tem impacto emo­cional sobre sua relação com os pacientes. Vários estudos demonstram a influência negativa do sofrimento emo­cional sobre a empatia do estudante de medicina com os pacientes. Um estudo transversal multicêntrico nos Estados Unidos, envolvendo 1.098 estudantes de várias faculdades de medicina, mostrou a relação negativa e positiva, respectivamente, entre sofrimento emocional e bem-estar com a empatia do estudante de medicina e seus pacientes.
Os autores ao final do estudo concluem:
    A alta prevalência de sintomas depressivos entre os estu­dantes do internato de medicina da UFS, associada a fato­res referentes ao processo ensino-aprendizagem e a aspec­tos pessoais, aponta para a necessidade de mudanças na formação médica, incluindo a implementação de medidas preventivas para o futuro médico.
    Assim, acreditamos que a reflexão profunda sobre o modelo de ensino médico adotado e a criação de um ser­viço de apoio psicopedagógico ao estudante de medici­na, a exemplo dos existentes em centros de referência em educação médica do Brasil e de outros países, contribuirá para minorar o sofrimento psíquico dos estudantes, bem como reforçar suas estratégias defensivas adequadas ao enfrentamento dos problemas inerentes à profissão que escolheram.
    A matéria merece nossa observação pela sua importância e relevância, especialmente ao levarmos em conta que esses futuros profissionais ao se inserirem no sistema de saúde, principalmente os que vierem a atuar em hospitais de grande porte ou públicos, sofrerão uma enorme carga emocional decorrentes das circunstâncias de trabalho. Não é incomum o esgotamento físico e emocional de médicos, enfermeiros e outros profissionais envolvidos nos atendimentos em grandes centros e necessário se faz um política de acompanhamento e auxílio a esses profissionais, tanto na formação quanto na vida prática.
Slrm
Fonte:
Keywords: Depressão; transtornos mentais; estudantes de medicina; saúde mental; educação médica.
Sintomas depressivos entre internos de medicina em uma universidade pública brasileira - Revista da Associação Médica Brasileira; [online]. 2012, vol.58, n.1, pp. 53-59.
Autores:
 Edméa Fontes deOliva Costa1, Ygo Santos Santana2, Ana Teresa Rodrigues deAbreu Santos3, Luiz Antonio Nogueira Martins4, Enaldo Vieira deMelo5, Tarcísio Matos deAndrade6
1 Aluna do Curso de Doutorado, Programa de Pós-graduação em Medicina e Saúde, Universidade Federal da Bahia (UFBA); Professora Adjunta de Psiquiatria, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Aracaju, SE, Brasil
2 Graduado em Medicina, UFS, Aracaju, SE, Brasil
3 Aluna do Curso de Mestrado, Programa de Pós-graduação em Medicina e Saúde, UFBA; Médica Preceptora do Internato de Pediatria, UFBA, Salvador, BA, Brasil
4 Doutor; Professor Associado, Departamento de Psiquiatria e de Psicologia Médica, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP); Consultor da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
5 Mestre em Medicina; Professor-assistente, Departamento de Medicina, UFS, Aracaju, SE, Brasil
6 Doutor em Medicina e Saúde; Professor Associado, Faculdade de Medicina, UFBA; Professor de Psicologia Médica, Programa de Pós-graduação em Medicina e Saúde, UFBA, Salvador, BA, Brasil