quarta-feira, 28 de setembro de 2011

PAPEL DO MÉDICO: CIENTISTA OU SER HUMANO?

O texto abaixo foi publicado na rede http://amigoespirita.ning.com/ , de autoria do médico Décio Landoli Júnior e faz uma reflexão séria sobre aquilo que verdadeiramente devemos  considerar como prioridades em nossa vida.
Num momento em que vemos tantas críticas aos médicos e ao sistema de saúde, tanto privado quanto público, vem em boa hora essa reflexão que mostra ainda existirem muitos profissionais empenhados em encontrar um caminho autêntico na medicina, onde possam exercê-la com dignidade e trazer ao paciente que sofre, um acolhimento de qualidade.
Abaixo reproduzo a matéria publicada.
Slrm.
28 setembro 2011 às 19:19 em Artigos Espíritas

           PERDEMOS O FOCO.

A grande maioria de nós não precisa mais lutar pela sobrevivência, lutamos, na verdade, pela satisfação de nossos desejos, sejam eles quais forem, mas que, na esmagadora maioria das vezes, é um desejo material, de posição social destacada ou de prestígio no campo profissional.
Nossa evolução como espécie, nos dá, a partir da inteligência e do raciocínio contínuo, a possibilidade de aperfeiçoar nossas reações instintivas, que poderíamos chamar de “inteligência automática”, desenvolvida pela natureza para nos manter vivos, entretanto, o que tenho visto, é que estamos regredindo, enquanto seres sociais, à nossa posição anterior, e temos colocado nossa inteligência a serviço do nosso instinto, invertendo, desgraçadamente, o processo.
Digo isso pois tenho percebido, cada vez mais, que cada um de nós passa a maior parte de seu tempo, tentando garantir a satisfação de seus próprios desejos sem pensar nas necessidades daquele que está ao seu lado, sendo que isso fica mais discrepante, diria até bizarro, quando vemos o caminho que temos tomado na área da saúde.
Hospitais desaparelhados, apresentando carências absurdas, lotando profissionais mal remunerados e, na maioria das vezes, esgotados pelas “outras atividades” que tem que desempenhar para manter seus “desejos” satisfeitos; pressionados por administradores preocupados com seu prestígio político e desconectados da realidade que enfrentam seus comandados; voltados para números e estatísticas cujos resultados levam a conclusões que só não são mais absurdas do que a precariedade da saúde pública do nosso país.
O argumento de que vivemos em um país pobre e que não temos recursos para reverter esta situação não me convencem mais, depois de ver tantos e tantos milhões de reais desviados pela corrupção ou mal utilizados pelo descaso e pela falta de compromisso das pessoas que o administram, a não ser, o compromisso de satisfazer os seus próprios desejos e os daqueles que os cercam e apóiam a fim de permanecerem em seus cargos.
Hoje já não sabemos mais porque estamos trabalhando, perdemos o foco, estamos perdidos, pois já não sabemos bem porque começamos, e muito menos onde vamos parar.
Porque estou dentro do hospital?
Porque existe o hospital?
Qual é o objetivo das pessoas que trabalham em um hospital?
Infelizmente, para todas essas perguntas, nenhuma das respostas é: Para cuidar das pessoas doentes; lamentavelmente, nenhuma destas perguntas, tão básicas, pode ser respondida com essa resposta que parece tão óbvia.
Cada um tenta não se prejudicar, cada um correndo atrás de seus desejos já não tem como foco principal cuidar do doente, mas cuidar de si mesmo, evitar problemas ou complicações.
Nessa hora me lembro do que um professor me dizia:
- Quando um doente entra num hospital temos três problemas: o do paciente; que gera um problema para o médico e, cuja resolução, gera um problema para o hospital, mas cuja hierarquia de resolução é exatamente inversa.
Estamos dentro dos hospitais públicos tentando resolver nossos problemas e os hospitais estão tentando resolver os seus enquanto os pacientes estão abandonados à sua própria sorte, culpados por estarem “causando problemas”. Esta é a lógica perversa com a qual convivemos hoje.
Não podemos encontrar paz, harmonia e felicidade em nossas vidas se não estivermos trabalhando em algo que nos faça bem, afinal de contas, passamos a maior parte do nosso tempo trabalhando, então, temos que escolher nossa profissão pela vocação, palavra que deriva da palavra “vontade”, ou seja, a vontade de fazer determinada tarefa.
Falta vontade do poder público, falta vontade dos profissionais da saúde e, por incrível que pareça, falta vontade dos pacientes já que percebemos que, mesmo eles, querem alguém para resolver seus problemas e não recursos para ajudá-los a resolvê-los. Nesse modelo instalado, estamos fadados ao insucesso.
Num mundo tão complexo, que nos apresenta tantas alternativas, não podemos nos perder no caminho, temos que manter nossas referências, sabendo sempre de onde viemos e para onde vamos, por isso, não posso aceitar o fato de que, infelizmente, a maioria dos profissionais procuram apenas “não ter problemas” evitando o problema do outro, esquecendo-se de que escolheu, como forma de vida, trabalhar justamente para resolver o problema do outro.
Décio Iandoli Júnior (Santos/SP)
Prof. Dr. Décio Iandoli Jr. – Com doutorado em medicina pela UNIFESP-EPM, é professor titular da cadeira de Fisiologia nos cursos de Fisioterapia, Farmácia e Biologia da Universidade Santa Cecília (UNISANTA), responsável pela disciplina de Envelhecimento e Espiritualidade do curso de Gerontologia da UNISANTA, atual vice-presidente da Associação Médico-Espírita de Santos (AME-Santos), e autor dos livros “Fisiologia Transdimensional”, “Ser Médico e Ser Humano” e “A Reencarnação Como Lei Biológica” editados pela FE. Apresenta o programa “Ciência e Espiritualidade” pela TV Mundo Maior. 

terça-feira, 20 de setembro de 2011

AJUDE A FAZER COM QUE AS VERBAS PARA SAÚDE NO SUS NÃO SEJAM DESVIADAS.

    A saúde do SUS depende das casas legislativas aprovarem a Emenda constitucional 29 de 2000 que em seu texto, define e regulamenta  o repasse e utilização de verbas para o SUS, pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. O grande problema é que além da União vir ao longo do tempo reduzindo sua participação que gira atualmente em torno de 49%, enquanto municípios e estados contribuem com 51%, muitos valores são desviados da ação direta para saúde, indo para outras áreas que embora contribuam para a saúde,como limpeza urbana e saneamento, não são objeto da ação direta em saúde.
    A EC 29/2000, tramita há 11 anos e deve agora ser objeto de discussão e votação no Senado e torcemos por sua aprovação, pois sem ela nada adianta carrear recursos para a saúde que acabam por perder-se no caminho. Ligue para seu senador, manifeste-se nas redes sociais, por email ao senado, pois o interesse público se defende com participação popular.
    No endereço abaixo, vá ao site do Conselho Nacional de Saúde e assine o abaixo assinado em favor da aprovação da Emenda Constitucional 29, que conta hoje com pouquíssimas 18.521 assinaturas. A saúde do povo brasileiro agradece.
slrm.

         
       Veja abaixo a matéria publicada no site do CNS sobre o assunto.



O processo de financiamento está entre os principais problemas enfrentados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde a sua criação pela Constituição Federal de 1998 (CF). Isso porque a instabilidade dos parâmetros sobre gastos em saúde coloca em risco uma das maiores conquistas da sociedade brasileira, comprometendo a prestação de um serviço de qualidade e acessível a todos.
          A aprovação da Emenda Constitucional nº 29, em 2000, representou uma importante conquista da sociedade para a construção do SUS, pois estabeleceu a vinculação de recursos nas três esferas de governo para um processo de financiamento mais estável do SUS, além de regulamentar a progressividade do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), de reforçar o papel do controle e fiscalização dos Conselhos de Saúde e de prever sanções para o caso de descumprimento dos limites mínimos de aplicação em saúde.     
          Apesar de o Artigo 198 da CF, definir, em seu parágrafo 3º, a criação da Lei Complementar, a ser reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecendo percentuais, normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas Federal, Estadual, Municipal e no Distrito Federal, o texto constitucional não contempla as fontes de recursos federais e a base de cálculo de forma adequada. A falta de definição do processo de financiamento para depois de 2004 faz necessária à luta pela regulamentação da Emenda.
          Atualmente o Projeto de Lei que está em discussão e seguindo a sua tramitação é o PLS (Projeto de Lei do Senado) n° 121/2007, de autoria do Senador Tião Viana. Esse Projeto foi remetido à Câmara dos Deputados e recebeu o número PLP n° 306/2008. O mesmo consta no Plenário da Câmara e falta ser votado o último destaque da oposição, sobre a exclusão da definição da base do cálculo de incidência da Contribuição Social para a Saúde (CSS). O Conselho Nacional de Saúde luta em defesa da regulamentação da Emenda Constitucional nº 29 e da CSS.
DEFINIÇÃO DOS GASTOS EM SAÚDE
          A regulamentação da EC nº 29 permitirá que os recursos aplicados nas ações e serviços de saúde não sofram "desvio de finalidade", visto que a lei definirá o que poderá ser considerado como tal, tendo a Resolução 322/2003 do CNS como referência nesse quesito. Ou seja, será introduzido um componente qualitativo na análise do gasto com ações e serviços de saúde, visto que, até o momento, o componente quantitativo (percentual de aplicação) não foi suficiente para garantir a eficácia dos serviços prestados, alocando-se, em muitos lugares, conforme denúncias recebidas pelo CNS, despesas de outra natureza para comprovar o cumprimento do percentual mínimo.
          Porém, isso tudo poderá ser perdido diante da emenda que retira da base de cálculo da aplicação mínima em saúde a dedução da receita oriunda do Fundo de Valorização dos Profissionais de Educação (FUNDEB). Trata-se de um artifício que desrespeita a proposta originalmente estabelecida na EC 29, visto que a vinculação deve ocorrer sobre a base "bruta", antes dessa dedução e de qualquer outra dedução, como forma de priorizar a saúde tanto quanto a educação, nos termos da Constituição Federal. Com essa redução da base de cálculo, haverá menos recursos para o financiamento da saúde pública no âmbito dos Estados e Distrito Federal.

Conselho Nacional de Saúde - "Efetivando o Controle Social".
Esplanada dos Ministérios, Bloco “G” - Edifício Anexo, Ala “B” - 1º andar - Sala 103B
CEP: 70058-900 - Brasília, DF

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

SUS: 21 ANOS. ALGO A COMEMORAR?

            O Senado Federal, fez hoje uma comemoração aos 21 anos de implantação do SUS – Sistema Único de Saúde do Brasil, com uma solenidade presidida pelo Senador Vital Rego – PMDB/PB, que contou com a presença de diversas autoridades da área de saúde como os presidentes, ou seus representantes, dos conselhos federais de medicina, odontologia, enfermagem, fonoaudiologia, entre outros.
            Das falas na tribuna, a que presenciei, respectivamente Senador Paulo Davin – PV/RN, Senador Vital Rego – PMDB/PB, Senador Marcelo Crivella – PRB/RJ, Senador Humberto Costa – PT/PE (Ex-Ministro da Saúde) e o representante do atual Ministro da Saúde Sr. Fausto Pereira dos Santos, pude perceber que embora teoricamente  o modelo do SUS seja um dos mais avançados no mundo, na realidade prática de sua execução ainda encontra-se muito longe de haver o que comemorar.
            Dos fatos colocados pelos palestrantes alguns possuem uma grande significação. O representante do Ministro da Saúde foi claro ao afirmar que embora o SUS venha desenvolvendo novas tecnologias para acompanhar os avanços científicos da medicina, especialmente no campo diagnóstico, e embora tenha importantes programas reconhecidos mundialmente como o PSF (Programa de Saúde da Família) e o Programa de Prevenção ao HIV, no que corresponde aos investimentos governamentais em saúde pública, o Brasil perde em todos os parâmetros avaliáveis, para países da America Latina como Argentina, Uruguai, Chile, entre outros. O representante do Ministério da saúde admitiu publicamente que o que  o país investe em saúde é muito pouco ainda, quando comparado a outros países e necessita com urgência  de mais recursos.
            O ex-ministro da saúde, Humberto Costa, embora reconhecendo os avanços que um sistema unificado de saúde representa, no sentido de universalizar o atendimento á população, reconhece as dificuldades pelas quais o SUS passa quando da execução desses programas, especialmente na ponta linha do atendimento médico ambulatorial e hospitalar. Relata que o país hoje com 192 milhões de habitantes, possui 46 milhões de pessoas no atendimento privado dos planos de saúde, (23,9%), contra um total de 146 milhões que estão voltados para o SUS, representando  76,1% da população. Ressalvou ainda o Senador Humberto Costa, que mesmo da parcela atendida pelo sistema privado de saúde, muitos casos ainda migram para o SUS, onerando ainda mais o sistema.
            Outra preocupação demonstrada pelos senadores refere-se á terceirização dos serviços de saúde que é uma forma equivocada e grave da utilização das verbas públicas. Como citou o senador Paulo Devin – PV/RN, em muitos estados e municípios onde os serviços prestados diretamente pelo SUS á população não estão rendendo os resultados esperados, alguns governadores e prefeitos têm terceirizado esses serviços e aí, obtido resultados. Alertou o senador para a gravidade desses fatos, uma vez que está se utilizando o dinheiro público, para contratar serviços particulares que cumpram a função que o próprio SUS deveria oferecer, colocando assim em risco os objetivos aos quais o programa do  SUS foi destinado. Os senadores alertaram que essa é uma prática perigosa, que corrompe o sistema de saúde e de forma indireta leva-o à terceirização.
            Outra grande preocupação por todos demonstrada, em especial pelo representante do Ministério da Saúde, é para com a apreciação nesta semana da PEC 29, em tramitação, cujo objetivo é regulamentar como serão distribuído e gasto as verbas destinadas ao SUS.
            Há uma preocupação demonstrada por todos sobre a necessidade de criar-se uma carreira de estado para a saúde, mais especificamente manifestada para a classe médica. Falou-se em equiparar-se essa nova carreira com as típicas de estado, hoje existentes, alegando-se que essa seria uma forma de remunerar-se dignamente o médico e também de poder remanejá-lo para os locais onde realmente sua presença faz-se mais necessária, evitando-se assim a concentração em grandes centros, enquanto outros ficam sem atendimento.
            Quanto a essa última parte, pareceu-me um tanto equivocada a visão dos senhores senadores, uma vez que ao tratarmos de saúde somos obrigados a entendê-la como uma ação interdisciplinar que exige a participação de diversas categorias, tanto de nível superior, quanto técnico e intermediário, e acolhe profissionais sem os quais a presença exclusiva do médico nada resolve. Assim é que a atenção à saúde necessita contar com o médico, o enfermeiro, o fisioterapeuta, o cirurgião dentista, o fonoaudiólogo, o farmacêutico, o biólogo, o técnico de enfermagem, o técnico de RX, o técnico de laboratório, o terapeuta ocupacional, apenas para citar alguma categorias profissionais, sem as quais o sistema não consegue fluir. Portanto não pode tratar-se apenas de elevar a categoria dos médicos a uma referência de carreira típica de Estado, mas elaborar-se um plano nacional de saúde que consiga acolher todas as categorias envolvidas na busca da excelência dos serviços a serem ofertados pelo SUS.
            Finalmente concluo que nesses 21 anos do SUS há muito pouco ainda para se comemorar, enquanto assistimos verbas serem desviadas, hospitais e postos de saúde construídos e abandonados, obras superfaturadas, falta de leitos para internação, atendimento ambulatorial precário, demasiada demora na realização de exames complementares e diagnósticos, pessoas falecendo á porta dos hospitais por pura falta de atendimento médico adequado.
            Espero que nossos governantes e parlamentares coloquem a mão na consciência e dêem a devida atenção ao programa do SUS, destinando-lhe as verbas necessárias para seu aprimoramento e funcionamento conforme planejado e investiguem com rigor a sua destinação e aplicação, para que o Brasil possa tornar-se realmente um país saudável e a população possa ter de fato o direito á saúde conforme previsto em nossa Constituição Federal.
            Aqueles cidadãos que desejem manifestar-se sobre o assunto aqui relatado, desenvolvendo seu direito de cidadania, veja abaixo os emails dos senhores senadores que hoje se pronunciaram  na tribuna do Senado Federal.
Fale com o Senado:

Segue abaixo a publicação de hoje no Portal de Notícias do Senado sobre o assunto:
Senado
Edição de segunda-feira 19 de setembro de 2011
Senado celebra hoje os 21 anos do SUS
O SUS é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo e seus problemas de financiamento e de gestão estão na ordem do dia
O Senado celebra, no início da sessão de hoje, o 21º aniversário de criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Requerimento com esse objetivo foi apresentado por Paulo Davim (PV-RN).

O SUS foi criado pela Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, com o objetivo de propiciar o acesso aos serviços de saúde a toda a população brasileira. Antes, lembrou o senador, a assistência médica ficava restrita aos segurados da Previdência.

Hoje, fazem parte do SUS centros e postos de saúde, hospitais — incluindo os universitários —, laboratórios, hemocentros, serviços de vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental, além de fundações e institutos de pesquisa. Esse conjunto, ressalta Davim, é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo.

As raízes do SUS foram fincadas nos anos 1970, quando a chamada reforma sanitária envolveu profissionais, universidades e movimentos sindicais na mudança da separação vigente na saúde: quem não tivesse dinheiro e não fosse segurado, dependia das instituições de caridade ou da ajuda de terceiros.

— O objetivo central da reforma era eliminar isso e criar um sistema que fosse universal — afirma Solon Vianna, especialista em Saúde Pública que participou da Comissão Nacional da Reforma Sanitária.

O desenho do sistema atual foi traçado na 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, a primeira do regime democrático. Com a participação de mais de 5 mil representantes, foram estabelecidas ali as diretrizes do que seria um sistema único de saúde: universalidade, integralidade, descentralização e direção única do sistema de saúde pública em cada nível de governo, explica Solon Vianna.

As diretrizes da conferência orientaram a redação do capítulo da saúde na Constituição de 1988. Dois anos mais tarde, o SUS foi posto em funcionamento.

Após mais de duas décadas, o balanço positivo da construção de um sistema público, de cobertura universal, é indiscutível, avalia o consultor legislativo do Senado Luiz Carlos Romero. Entre os avanços, ele aponta o controle das doenças em geral — a poliomielite, o sarampo e a rubéola foram eliminados —, o programa de controle da Aids e de transplante de órgãos, além das diálises e de procedimentos de alta complexidade nas áreas cardíaca e oncológica.

O desafio atual está em fazer frente a uma demanda que não para de crescer, com orçamento apertado e problemas de gestão. De acordo com Romero, a grande questão na regulamentação da Emenda 29 é a ampliação das contribuições da União.

— O que está acontecendo é que a União tem retraído sua participação no financiamento do SUS. Na formação do SUS, na década de 90, a União contribuía com 75%, 80% de todos os recursos que o faziam girar. Hoje, contribui com menos de 50%. A grande maioria dos recursos do SUS vem de estados e municípios.
110331
Senador(es) Relacionado(s):
Paulo Davim
slrm

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

TRANSTORNOS DO HUMOR, BIPOLARIDADE E COLESTEROL BAIXO, ALGUMA RELAÇÃO?

RELAÇÕES ENTRE TRANSTORNO BIPOLAR E BAIXAS  TAXAS DE COLESTEROL.

                O transtorno bipolar tem sido cada vez mais diagnosticado principalmente após a nova versão do DSM IV e do CID -10 que aprimoraram a classificação dos distúrbios mentais.
               O transtorno bipolar, uma doença crônica, um distúrbio cerebral recidivante, geralmente se desenvolve no final da adolescência ou no início idade adulta, com a metade de todos os casos com início antes dos 25 anos. Pacientes com transtorno bipolar têm, frequentemente, extremos de mania e depressão que se alternam com períodos de humor normal. Durante episódios maníacos, mudanças de comportamento, como agitação, insônia, irritabilidade, assumir riscos, ou comportamento impensado irão ocorrer. Durante a fase depressiva, os pacientes muitas vezes se tornam letárgicos, perdem o interesse em atividades que anteriormente apreciavam, e estão em risco de comportamento suicida.
         Segundo a Dra. Sarah T. Melton, Doutora em Farmacologia, Diretora do Outreach Addiction, Professora Adjunta de Prática de Farmácia da  Appalachian College of Pharmacy, Oakwood, Virginia/EUA; Farmacêutica clínica do  C-Health, PC, Líbano, Virginia/EUA, os sintomas psiquiátricos têm sido associados com baixo colesterol e incluem ansiedade, depressão, euforia, irritabilidade, agressividade e ideação suicida. Essa ligação entre os distúrbios do colesterol e do humor vem sendo investigada.
         O colesterol é abundante no cérebro possui papel importante em muitos aspectos da estrutura e da função celular. O colesterol afeta a fluidez das membranas celulares, a permeabilidade da membrana, os processos de troca, e pode influenciar a função serotoninérgica. A redução das taxas de colesterol pode provocar prejuízo na função dos receptores cerebrais 5-HT1A e 5-HT7 e a atividade dos receptores de serotonina. Com uma redução ainda mais drástica ao correr do tempo do colesterol pode reduzir ainda mais a expressão dos receptores de serotonina, provocando uma baixa na atividade serotoninérgica.  Estudos tem estabelecido uma correlação entre índices baixos do ácido 5-hidroxiindolacético no líquido cefalorraquidiano e o colesterol, com tentativas de suicídio.
         Existem vários estudos ligando baixos índices de colesterol com comportamento suicida. Além de mais de trinta estudos que estabelecem essa correlação, outros estudos tem mostrado uma possível ligação entre baixos níveis de colesterol e aumento do número de suicídios, tentativas de suicídio e comportamento auto-agressivo. De modo geral esses estudos ainda dependem de replicação, especialmente na Ásia, uma vez que a evidência geral não suporta uma constatação rotineira dos níveis de colesterol na avaliação de risco de suicídio. Um fator que dificulta a constatação dos níveis baixos de colesterol como indicadores para potenciais suicidas é que no caso de pacientes deprimidos atribui-se a diminuição do colesterol sérico á restrição nutritiva dessas pessoas.
         Em estudos comparados com controles, pacientes com transtorno bipolar, mania e síndromes mistas, tiveram níveis de colesterol total sérico significativamente mais baixo. Pacientes com transtorno bipolar e transtorno depressivo maior tiveram níveis de colesterol no cérebro mais baixos do que de pacientes controles saudáveis. Em um estudo, os pacientes com transtorno bipolar em remissão tinham concentrações mais baixas de colesterol em comparação com os controles.  
         Outros estudos tem demonstrado um aumento da prevalência de hiperlipidemia, principalmente na  forma de hipertrigliceridemia. O tratamento da mania pareceu reduzir o colesterol em um estudo e aumentá-lo em outro.
         Em um estudo de coorte com 131 participantes buscou-se examinar a relação entre colesterol total em jejum e sintomas depressivos e maníacos subsequentes. Nos pacientes bipolares do estudo (65), o colesterol reduzido prediz uma maior proporção de semanas de seguimento com sintomas de mania, mas não com sintomas depressivos.
         Mantendo-se a análise de que a depleção do colesterol pode associar-se a transtornos do humor, cabe investigar se os medicamentos utilizados para baixar os níveis de colesterol não estariam associados com depressão maior e ideação suicida. Em uma revisão de literatura feita encontrou-se evidências de efeitos adverso de ordem psiquiátrica associados ao uso de estatinas, fibratos, e ezetimiba. Um outro estudo de meta-análise de grandes ensaios clínicos de agentes hipoglicemiantes não mostrou associação entre o uso desses agentes e taxas de suicídio.
         Estatinas de baixa lipofilicidade como a pravastatina, podem possuir efeitos adversos menores de ordem psiquiátrica e cognitiva, pela dificuldade que possuem em ultrapassar a barreira hemato-encefálica.
         Existe atualmente em andamento um estudo duplo cego, controlado com placebo, da Universidade de San Diego, Califórnia/EUA, que visa avaliar resultados relativos á cognição, comportamento e qualidade de vida em doentes medicados com pravastatina 40mg, sinvastatina 20mg ou placebo. Espera-se que esse estudo possa esclarecer os efeitos das estatinas não cardíacas, particularmente os efeitos do colesterol baixo ou reduzido na função cognitiva, na agressividade e na bioquímica da serotonina.
         Ainda segundo a Dra. Melton, complicando ainda mais a análise do papel do colesterol na doença bipolar, estudos epidemiológicos mostram que a taxa de síndrome metabólica em pacientes com transtorno bipolar é aumentada em relação á população em geral. Essa é uma visão internacional e relaciona-se com doenças mais complexas, respostas menos favoráveis ao tratamento e resultados menos efetivos.
         Um estudo descobriu que pacientes bipolares apresentavam mais critérios para a síndrome metabólica possuíam maior probabilidade de relatar uma história de suicídio. A síndrome metabólica e a doença bipolar em associação é mediada tanto por fatores iatrogênicos como não iatrogênicos.
         Pacientes portadores de transtorno bipolar devem ser rastreados para os fatores de risco de síndrome metabólica antes do tratamento. Antipsicóticos de segunda geração que são comumente usados no tratamento do transtorno bipolar podem ser considerados causadores ou agravadores a síndrome metabólica.
         Pacientes com transtorno bipolar requerem do profissional de saúde  alguma ações antes da prescrição de antipsicóticos de segunda geração:
·         Obtenção de índice de massa  corporal, história pessoal e familiar e circunferência da cintura;
·         Obtenção de glicemia de jejum, perfil lipídico em jejum e pressão arterial iniciais.
·         Reavaliação de mudanças de peso em 4, 8 e 12 semanas após o início ou mudança na terapia antipsicótica, e trimestralmente após essa data.
·         Reavaliar a glicemia de jejum, lipídios e pressão arterial em três meses e depois anualmente ou com mais frequencia nos pacientes com maior risco de base para diabetes e hipertensão.

Existem referencias na literatura entre os níveis de colesterol e sintomas afetivos em pacientes  com transtorno do humor, incluindo o transtorno bipolar. Ainda não há, entretanto, uma correlação consistente entre os níveis de colesterol, alterações humor e função dos neurotransmissores, devido a complexidade desses mecanismos.
     Embora os níveis do colesterol estejam associados com risco aumentado para suicídio e sintomatologia maníaca futura, pacientes bipolares estão também em risco para anormalidades metabólicas, incluindo obesidade, diabetes e hiperlipidemia, capazes de afetar a apresentação clínica, o curso da doença e a resposta ao tratamento. Esses pacientes devem ser monitorados durante o tratamento já que muitas medicações utilizadas para o transtorno bipolar podem agravar as anormalidades metabólicas. São necessários mais estudos que sejam capazes de esclarecer a correlação entre os níveis de colesterol, alterações do humor, risco de suicídio e a bioquímica da serotonina.
     A avaliação médica criteriosa, especializada, não pode ser dispensada tanto para pacientes com síndrome metabólica, distúrbios do humor e bipolaridade, ficando sempre á critério médico a definição da melhor forma terapêutica medicamentosa de acordo com cada caso.
     Se novos avanços surgirem em breve nessa área que confirmem as possíveis correlações entre as taxas reduzidas de colesterol, distúrbios do humor, bipolaridade e interações medicamentosas, estaremos possivelmente próximos a um melhor controle desses transtornos que afetam grande parte da humanidade.
Autora: Sarah T. Melton, PharmD.
·         Director of Addiction Outreach; Associate Professor of Pharmacy Practice, Appalachian College of Pharmacy, Oakwood, Virginia; Clinical Pharmacist, C-Health, PC, Lebanon, Virginia

Bibliografia citada:
• American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. 4th ed, text revision (DSM-IV-TR). Washington, DC: American Psychiatric Association; 2000.
 • Fiedorowicz JG, Haynes WG. Cholesterol, mood, and vascular health: untangling the relationship. Curr Psychiatry. 2010;9:17-22.
 • Shrivastava S, Pucadyil TJ, Paila YD, Ganguly S, Chattopadhyay A. Chronic cholesterol depletion using statin impairs the function and dynamics of human serotonin(1A) receptors. Biochemistry. 2010;49:5426-5435. Abstract • Asellus P, Nordström P, Jokinen J. Cholesterol and CSF 5-HIAA in attempted suicide. J Affect Disord. 2010;125:388-392. Abstract
• Lester D. Serum cholesterol levels and suicide: a meta-analysis. Suicide Life Threat Behav. 2002;32:333-346. Abstract
 • Gabriel A. Changes in plasma cholesterol in mood disorder patients: does treatment make a difference? J Affect Disord. 2007;99:273-278.
• Sagud M, Mihaljevic-Peles A, Pivac N, Jakovljevic M, Muck-Seler D. Platelet serotonin and serum lipids in psychotic mania. J Affect Disord. 2007;97:247-251. Abstract


          



quinta-feira, 8 de setembro de 2011

CIENTISTAS ISOLAM UMA LIPOPROTEINA QUE PODE SER RESPONSÁVEL PELA HIDROCEFALIA EM BEBÊS.



Matéria publicada na revista Sience Now, em 07 de setembro de 2011, de autoria de Jeniffe Couzin-Frankel,  relata  estudo que demonstra que uma lipoproteína (molécula de gordura) presente no sangue pode ser a causadora de hidrocefalia em crianças nascidas prematuramente e com sangramento cerebral.
O estudo inicialmente foi realizado com camundongos e desenvolvido pelo neurocientista Scripps Jerold Chun  e sua colaboradora Yun Yung, que estudando o cérebro embrionário e como alguns lipídeos presente no sangue da mãe podem afetar o embrião em desenvolvimento. Ele e sua assistente desenvolveram uma maneira de injetar um desses lipídeos, lysophosphatidic ácido (LPA), nos ventrículos de cérebros de fetos de ratos. Quando injetaram esse lipídeo nos embriões dos ratos constataram surpreendentemente que os ratos injetados nasciam com hidrocefalia.
Pesquisadores anteriormente haviam injetado sangue no cérebro de animais para simular hemorragia e observado o aparecimento de hidrocefalia. Entretanto, não haviam isolado o componente molecular específico do sangue como causador. Para comprovar se realmente eram a LPA responsável pela hidrocefalia, Chun e colaboradores, repetiu as injeções no cérebro de camundongos apenas com células vermelhas do sangue. O resultado foi que somente hemácias não causaram hidrocefalia, mas quando injetaram o componente plasmático onde se encontra a LPA, a hidrocefalia surgiu. Também o experimento genético de remover o receptor específico para LPA no sangue, foi capaz de impedir o desenvolvimento de hidrocefalia.
Parece que as LPA têm uma função importante no cérebro em desenvolvimento e estão ligadas a receptores que agem sobre as células progenitoras neurais para a formação de neurônios e outros tipos de células cerebrais. Quando ocorre um excesso de LPAs, elas agem no cérebro em formação, gerando mudanças de estruturas e atuam inclusive sobre as células de revestimento dos ventrículos cerebrais responsáveis pelo controle do fluxo de fluidos, produzindo alteração.
Pesquisadores cerebrais envolvidos com hidrocefalia como James II McAllister, um neuroembriologista da Universidade de Utah School of Medicine, em Salt Lake City, estão entusiasmados com os resultados da pesquisa, já que pela primeira vez constata-se que existem substâncias no sangue que podem afetar as células cerebrais e causar hidrocefalia.
Por enquanto os trabalhos foram desenvolvidos apenas em camundongos, mas provavelmente deverá ocorrer algum estudo para humanos já que o receptor LPA também existe no cérebro de fetos humanos. "Isso é um bom presságio", diz Pat Levitt, um neurocientista da University of Southern California, em Los Angeles. "Uma descoberta como esta poderá  ser relacionada com a condição humana? ... Acho que em um caso como este, é justo dizer que sim."
Essa descoberta pode proporcionar novos caminhos para a terapia, mesmo que por enquanto não exista nenhum tipo de medicamento bloqueador do receptor LPA no mercado, o que futuramente poderá vir a ser desenvolvido.
Em teoria, um medicamento como esse poderá vir a ser utilizado em bebês prematuros, desde o nascimento, com o intuito de evitar a hidrocefalia devida a um sangramento cerebral que possa ocorrer. Poderá também ser utilizado em mulheres grávidas cujos fetos estejam em risco de hidrocefalia por causa de sangramento.
O grupo de Chun iniciou estudos do líquido cefalorraquidiano e outras amostras humanas para verificar a presença da LPA e qual seu papel nesses locais.
Fonte:
slrm.


GOVERNO ANUNCIA 1,5 BILHÕES EM VERBAS PARA PESQUISA EM SAÚDE NO BRASIL DE 2012 A 2015

GOVERNO ANUNCIA MEDIDAS E QUADRIPLICA VERBAS PARA PESQUISAS EM SAÚDE.

            Em meio a tantas notícias de corrupção e desvio de verbas públicas uma aparente boa notícia vem de Brasília partindo do Ministério da Saúde, surgida durante o I Encontro da Comunidade Científica, que aconteceu nessa quinta-feira na Capital Federal.
            Segundo o portal Bonde, o governo pretende quadruplicar a verba destinada a pesquisa em saúde. O plano de investimento apresentado trabalha com cifras de 350 milhões de reais por ano, de 2012 a 2015, num total a ser aplicado de 1,5 bilhões nos próximos quatro anos. O projeto que faz parte do Plano Plurianual 2012-2015 encontra-se entre temas prioritários que buscam alinhar o setor de pesquisa nacional á necessidades de saúde do país.
            A proposta foi anunciada pelo ministro da saúde, Alexandre Padilha, que afirmou que o Ministério da saúde tem como meta a ampliação do acesso á saúde com qualidade a todos os brasileiros. Destacou a importância da pesquisa, desenvolvimento e inovação no setor de saúde como metas desejadas pelo governo.
            Outras medidas anunciadas no evento prometem aceleração no processo de aprovação de testes com novos medicamentos envolvendo seres humanos e também no que refere-se a publicação de artigos científicos de pesquisadores brasileiros. São propostas que pretendem reunir projetos de pesquisa e ensaios clínicos em ambientes informatizados online, a saber: A Plataforma Brasil e o Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos – REBEC.
            Segundo ainda a agencia bonde, foi lançado durante o evento um curso para utilização racional de medicamentos, voltado a  qualificar profissionais de saúde do SUS na assistência ao paciente. Também foi anunciado que uma pesquisa que ocorrerá em 35 mil domicílios brasileiros e que buscará informações sobre como o cidadão tem acesso aos produtos farmacêuticos, adere aos tratamentos, utiliza e descarta os medicamentos. A pesquisa terá inicio nesse ano e deverá ser concluída até 2013.
            Esperamos mais uma vez que nesse país de tantas falcatruas, os recursos destinados para a finalidade específica realmente cheguem com plenitude na ponta de atuação e não se desviem pelos caminhos da burocracia. O povo brasileiro e a saúde agradecem.
Slrm

 


             

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

QUANTA ÁGUA MEU CORPO NECESSITA POR DIA?


O texto de Ivan Lessa publicado no site IG-Último Segundo, em 17 de julho de 2011 é bastante interessante pois refere-se a um dos costumes adotados pela população em geral e mesmo por médicos e terapêutas, com referência a necesidade diária de ingesta de água que o ser humano necessita.
             É interessante que certas idéias vêm prevalescendo mesmo que a respeito delas nada do considerado científicamente correto possa ser corroborado.  Esse é o caso da necessidade diária de ingestão de água e seus benefícios ou malefícios, no caso do excesso.
            Como mostrado no texto que reproduzo abaixo, estudos da doutoura Margaret MacCartney, de Glasgow, Escócia, constata o que muitos de nós já sabemos, o próprio organismo humano é capaz por si próprio de controlar sua necessidade real de ingestão de líquidos, incluído aquí a boa água pura. Tudo o mais, não passa de idéias disseminadas, muitas vezes pelos próprios médicos e terapêutas, mas que em verdade não encontram respaldo científico. Se tiver sede, beba, se não, para quê?
OITO COPOS DE ÁGUA
(IVAN LESSA) : BBC Brasil | 18/07/2011 09:22
Médica escocesa acaba com a lenda da necessidade diária de líquido do corpo humano.
Exatamente. Oito copos de água. É o que médicos e a lenda urbana recomendam para o bom funcionamento do corpo humano.
Nós todos, a humanidade, para sobrevivermos, precisamos de oito copos de água (cada um de 8 onças líquidas) por dia. A isso chamam de “a lei dos 8 x 8”.
Não me canso de ver gente, principalmente agora, no verão, carregando sua garrafinha, ou garrafona, de água na mão. Nas ruas, teatros, cinemas, na condução, onde estiverem.
Há inclusive, pegando uma bela carona na superstição (já chego lá), cinturões especiais de fino material e acabamento, muitos de grife, que vêm com o espaço para encaixar aquele que já foi o “precioso líquido” e hoje substitui, com desvantagem, creio, o cigarrinho ora proibido.
Os médicos recomendam os tais “8 x 8”. Aqueles mesmos senhores que não sabem o que é nem como atua no organismo humano a aspirina.
Felizmente, como em toda profissão, há, aqui e ali, lampejos de sensatez. Que é o caso da doutora Margaret McCartney, de Glasgow, na Escócia, que, em artigo publicado há pouco na mais respeitada publicação, talvez mundial, do gênero, o British Medical Journal, revelou o que nós, pessoas sóbrias e equilibradas, sempre desconfiamos – mais: sempre soubemos –: qual seja, isso é exagero.
A dra. McCartney vai mais longe, pois como boa escocesa não tem meias-palavras, só palavras completas. Diz ela, a uma certa altura que esses 8 copos de água por dia constituem “um absurdo que chega ao ridículo”.
Enfileirando com o devido rigor sua argumentação, ela afirma o que seus colegas de profissão sempre souberam: não há nenhuma prova científica de que o corpo humano precisa de tanta água por dia. E prossegue dizendo que o corpo humano regula seu próprio consumo de água quando necessita substituir o consumo do fluido em questão.
A ilustre doutora McCartney é definitiva em seu esboço de tratado. O corpo humano quando precisa mesmo de água tem sede. Esse o mecanismo básico a ser posto em funcionamento.
Tudo depende da atividade em que o indivíduo está envolvido e quanta água contém o que ele ingere na comida. Isso para não falar de fatores como o calor e as condições médicas da pessoa.
Para os que, além de viciados (não há outra palavra) em água, são ainda chegados a uma reciclagem, saibam que 1 tonelada e 500 milhões de quilos de plástico são utilizados pela indústria potável em recipientes plásticos, por sinal de difícil e dispendiosa reciclagem.
Parabéns pois à Volvic e à Evian por contribuir para a ignorância da plebe dita “esclarecida”, para não dizer maníaca também, pelo produto inodoro e insípido que faz, para uns poucos, lucros de milhões e aufere para um dinheirinho razoável para seus acionistas.
Heinz Valtin, fisiologista americano, não encontrou em suas pesquisas, motivadas pelo ensaio da dra. McCartney, nenhuma referência aos tais 8 copos de água diários “imprescindíveis” para nossa saúde.
Apenas que, em 1945, a Junta de Nutrição de seu país opinou (eram mais tolerantes então) que o que comemos já possui os fluidos necessários para o nosso funcionamento adequado.
No que voltamos ao lendário popular. Consta das crendices dos menos dotados de luz que 8 copos de água diários são sensacionais para tratar de infecções do trato urinário e melhorar a tonalidade da pele, além de reduzir as dores de cabeça e auxiliar nos casos de constipação, que, aliás, acrescenta Valtin, os rins cuidam do problema diretinho, sem auxílio de qualquer copo de água de grife ou sem grife.
Portanto, vamos parar de fazer rolar esse aguaceiro desatinado. E, com a devida moderação, optar pela boa e velha água de bica. Que é grátis

terça-feira, 6 de setembro de 2011

PODE-SE EXIGIR EXAME DE HIV PARA ADMISSÃO EM EMPREGO ?


                É muito comum como profissional de saúde ser consultado sobre o caso de legitimidade ou não da exigência de exame laboratorial para HIV, em casos de admissão profissional, avaliação periódica, mudança de função, etc. Sobre esse assunto de extrema importância, reproduzo a publicação de autoria do Dr. Marcos Henrique Mendanha, Médico do Trabalho e advogado, publicado no site htttp://www.idmed.uol.com.br , de 25 de agosto de 2011.
A EMPRESA PODE SOLICITAR TESTE DE HIV NO EXAME ADMISSIONAL?
 Escrito por Marcos Henrique Mendanha, Qui, 25 de Agosto de 2011,  19:45
 Quando se fala de sorologia para HIV em exames relativos ao trabalho, a polêmica facilmente se instaura. Pela efervescência da matéria, sobram normativas, entre as quais citamos algumas:
Portaria 1.246 / 2010 do Ministério do Trabalho e Emprego, Art. 2º: "Não será permitida, de forma direta ou indireta, nos exames médicos por ocasião da admissão, mudança de função, avaliação periódica, retorno, demissão ou outros ligados à relação de emprego, a testagem do trabalhador quanto ao HIV.
Parágrafo único: O disposto no caput deste artigo não obsta que campanhas ou programas de prevenção da saúde estimulem os trabalhadores a conhecer seu estado sorológico quanto ao HIV por meio de orientações e exames comprovadamente voluntários, sem vínculo com a relação de trabalho e sempre resguardada a privacidade quanto ao conhecimento dos resultados."
Nosso comentário: essa portaria foi emitida pelo Ministério do Trabalho e Emprego, e é direcionada apenas aos que estão sujeitos à relação de emprego. Mas o que é relação de emprego? Trata-se de uma relação de trabalho que está calcada no regime celetista (CLT), estabelecida pela maior parte das empresas junto aos seus empregados. Os servidores públicos estaduais e municipais, por exemplo, podem estar submetidos a estatutos próprios que são omissos quanto a esse tema. Nesses casos essa portaria não teria validade (a menos que fosse objeto de discussão judicial ou administrativa, em que os efeitos dessa portaria fossem requeridos por analogia). Obs.: para os servidores públicos federais já existe a Portaria Interministerial 869 / 1992 (vide abaixo).
Resolução 1.665 / 2003 do Conselho Federal de Medicina, Art. 4º: "É vedada a realização compulsória de sorologia para HIV."
Portaria Interministerial 869 / 1992: "Proíbe, no âmbito do Serviço Público Federal, a exigência de teste para detecção do vírus de imunodeficiência."
Pelas normativas expostas, concluímos que não se deve solicitar sorologia para HIV de forma compulsória (obrigatória), em nenhuma hipótese, inclusive nos exames admissionais.
Algumas perguntas são frequentes sobre o tema:
a) No exemplo de um instrumentador cirúrgico: não há o risco de contaminação dos pacientes caso ocorra um acidente com perfurocortante e ele seja HIV positivo? O hospital não deveria pedir o teste de HIV no exame admissional para os instrumentadores cirúrgicos?
R.: Há um incontestável risco de contaminação de pacientes, caso ocorra um acidente com perfurocortante envolvendo um profissional que seja HIV positivo. Nossa legislação, no entanto, entende que, apesar do risco evidente, não há fator impeditivo para que este profissional exerça a função de instrumentador cirúrgico apenas pelo fato de ser HIV positivo. Dessa forma, a solicitação do teste de HIV é proibida, inclusive nesses casos, sob pena de ser qualificada como conduta discriminatória.
b) No mesmo exemplo de um instrumentador cirúrgico, caso já tenha ocorrido o acidente com perfurocortante, mas não haja confirmação de que esse instrumentador seja HIV positivo: poderá esse mesmo instrumentador se recusar a fazer o teste anti-HIV, caso solicitado?
R.: Sim. Vejamos o que diz o Manual de Condutas em Exposição Ocupacional a Material Biológico do Ministério da Saúde:
"A solicitação de teste anti-HIV deverá ser feita com aconselhamento pré e pós-teste do paciente-fonte com informações sobre a natureza do teste, o significado dos seus resultados e as implicações para o profissional de saúde envolvido no acidente."
E continua:
"A recusa do profissional para a realização do teste sorológico ou para o uso das quimioprofilaxias específicas deve ser registrada e atestada pelo profissional."
Percebemos que o próprio Ministério da Saúde considerou a possibilidade de recusa do profissional para realização do teste de HIV. Tanto assim, que preconizou o início da quimioprofilaxia preventiva em casos de acidentes com perfurocortantes, mesmo sem a certeza quanto à sorologia do paciente-fonte.
c) Solicitar exame para hepatite também é proibido?
R.: O tema HIV, por toda a repercussão que provoca, conseguiu ser mais legislado do que outras situações de acometimento à saúde. Entendemos que a análise de hepatite e de todas as doenças de transmissão através do sangue deva ser feita de forma análoga à análise do HIV, parcimoniosa e dentro do maior bom-senso e discrição possível. Só não valem condutas discriminatórias!
Concluindo: por mais controverso que pareça aos olhos de muitos profissionais da saúde (médicos, inclusive), as leis brasileiras entendem que o fato do indivíduo ser HIV positivo não o impede, só por essa circunstância, do exercício de qualquer função que seja. Seja no serviço privado ou no serviço público federal (conforme normativas acima), a solicitação rotineira e obrigatória de teste para detecção de HIV configura prática discriminatória.
Marcos Henrique Mendanha é médico especialista em Medicina do Trabalho e advogado especialista em Direito do Trabalho. É professor de cursos de pós-graduação em Medicina do Trabalho, Perícia Médica e Direito Médico. No Twitter, @marcoshmendanha. Contato: marcos@asmetro.com.br
SLRM

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A VONTADE DIRIGIDA.

         Esse texto que recebi por email, traz uma reflexão sobre algo que nos afeta muito quando sentimos diminuídas nossas capacidades de ação e reação. Normalmente afirmamos: "não tenho vontade" , "minha vontade não é suficiente", mas por paradoxal que seja, estamos cheios de vontade, apenas, canalizada para o processo errado. Leia o texto, publicado em http://www.reflexao.com.br/, assinado por Agueda.

A vontade dirigida
O psiquiatra recebeu em seu consultório um paciente com depressão aguda. Segundo a família, ele estava naquele estado há mais de 5 anos e já havia tentado suicídio várias vezes. Agora estava ali, diante do médico, em busca de um remédio que o curasse de forma instantânea.
O médico, acostumado a todo tipo de paciente, olhou-o no rosto e falou com firmeza: "Tenho duas notícias para lhe dar. Uma delas é que ainda não existe um remédio para a sua doença." O paciente contorceu-se na cadeira, e perguntou um tanto irritado: "e a outra notícia?" "Bem, a outra notícia é que a sua cura depende da sua vontade".  
"Como assim, Doutor? Eu não tenho vontade para nada. Não tenho vontade de trabalhar, nem de comer, nem de falar com pessoas. A vida não tem mais sentido para mim." O psiquiatra, que o observava com atenção, lhe falou com voz muito firme: "você está cheio de vontade."  
Aí o paciente não se conteve, deu um murro sobre a mesa e retrucou nervoso: "o senhor está brincando comigo? Eu já lhe disse que não tenho vontade, Doutor." Sem se alterar, o médico voltou a afirmar: "o senhor tem muita vontade, sim. Tem vontade de não trabalhar, de não comer, de dormir, de não falar com ninguém, e vontade de se isolar do mundo."  
"Mas a vida não tem sentido para mim". Tornou a dizer o paciente. O médico, conhecedor das causas que levam a pessoa a esse estado de ânimo, disse-lhe: "você está é com raiva do mundo e por isso deseja matar-se, para punir aqueles que o infelicitaram e que não consegue perdoar."  
Nesse momento o homem quase teve um surto. Levantou-se e gritou, enlouquecido: "Eu nunca vou perdoá-los! Meu patrão me despediu, acabou com a minha vida, meus irmãos me roubaram a herança e..." E desfilou uma lista de nomes de pessoas que odiava com toda força de seu ser. Então o psiquiatra voltou a dizer: "somente quando você perdoar conseguirá se livrar desse ácido que o corrói e o está matando, dia após dia."  
E aquele homem enorme, falou entre dentes: "eu nunca vou perdoá-los". O médico aproveitou a oportunidade para reafirmar ao seu paciente que ele estava cheio de vontade, mas dirigida para a própria infelicidade.  
Vale a pena meditar sobre a direção que estamos dando a nossa vontade. Até quando dizemos que não temos vontade, estamos usando nossa vontade para não sentir vontade. Se dissermos que não sentimos vontade de viver, podemos afirmar que, na verdade, estamos com vontade de não viver. Estamos com vontade de fugir do mundo, com vontade de dormir, de ficar num quarto fechado, com vontade de morrer... Mas a vontade está ativa. Somente está sendo dirigida para onde nossa razão desejar.  
Se você ainda não havia pensado por esse ângulo, pense agora. Lembre-se de que a vontade é uma força neutra que existe em nós, capaz de definir nossas ações. Basta que saibamos dirigir essa força de acordo com nossa escolha. Se escolhemos ter vontade de morrer, podemos direcionar essa força para a vontade de viver. A força não se altera, mas alteramos a direção. Se escolhemos ter vontade firme de não perdoar, de manter o desejo de vingança, podemos dirigir essa força para a indulgência, para o perdão.  
O que geralmente acontece, é que sentimos prazer mantendo esse estado de coisas. Sentimos prazer em chamar a atenção dos outros, fazendo-nos de vítimas. Essa autopiedade é extremamente perigosa, pois pode nos levar a situações de maior infelicidade ainda. Por todas essas razões, vale a pena direcionar a nossa vontade com lucidez. Com o desejo sincero de construir a nossa felicidade efetiva,sem o prazer mórbido de infelicitar aqueles que nos infelicitam. Pense nisso, mas pense agora.
AGUEDA

UM CASO DE TERAPIA REGRESSIVA EVOLUTIVA.

SEU RELACIONAMENTO AFETIVO NÃO ATA E NEM DESATA?
 Osvaldo Shimoda
Relacionamentos afetivos conturbados, difíceis, dolorosos, truncados. Seres que não ficam juntos, mas também não conseguem se separar, normalmente são frutos de um resgate cármico, pendências de vidas passadas; na maioria dos casos, o encontro entre um homem e uma mulher não é fortuito, acidental... muitos tentam justificar pelo fator sorte e azar -de forma simplista- a causa da falência de seus relacionamentos amorosos. Ignoram que nada é fruto do acaso, que tudo na vida obedece à Lei da Causalidade, ou seja, que tudo segue o princípio de causa e efeito. Portanto, é preciso sair da superficialidade e ir a fundo para se entender o que torna infelizes homens e mulheres nos seus relacionamentos afetivos.
Muitos ainda querem entender o insucesso amoroso pela razão, pela lógica, por desconhecerem que existem coisas mais profundas que a razão; o intelecto sozinho não pode entender, explicar.
A vida é realmente um mistério, um enorme quebra-cabeça; temos muitas indagações e poucas respostas. Mas a vida tem suas razões e, mesmo que não saibamos a causa de nossos problemas, infortúnios, tudo tem uma razão de ser e existir.
A bem da verdade, a razão não pode explicar determinados acontecimentos em nossas vidas porque a explicação precisa da causalidade. Ou seja, a explicação resulta em responder estas perguntas:
"De onde vem o meu insucesso amoroso?";
"Por que esses encontros e desencontros nos meus relacionamentos amorosos?";
"Por que esse vínculo de amor e ódio que existe entre nós?";
"Por que tento sair desse relacionamento, mas não consigo? Qual a causa?"
Sendo assim, a TRE (Terapia Regressiva Evolutiva) - A Terapia do Mentor Espiritual, abordagem psicológica e espiritual breve, criada por mim, trabalha com o incognoscível, isto é, com aquilo que não pode ser conhecido, entendido racionalmente pelo ser humano. Nesta terapia, o mentor espiritual (ser desencarnado, responsável diretamente pela nossa evolução espiritual) do paciente é capaz de ir além das limitações de sua mente racional, orientando-o a respeito da causa de seus problemas, bem como de sua resolução, dando-lhe conselhos espirituais em relação não só à sua vida afetiva, mas ainda à familiar, financeira, profissional, social, à sua saúde e até mesmo, quando necessário, faz previsões corretas sobre acontecimentos futuros, com muita profundidade e sabedoria.
Ainda nessa terapia, muitos pacientes aprofundam o seu conhecimento a respeito da espiritualidade, das leis naturais às quais estamos subordinados, contribuindo à sua evolução espiritual, tornando-se um ser humano melhor, encontrando um sentido para sua vida.
Caso Clínico:
Relacionamento com o namorado que não ata e nem desata.
Mulher de 31 anos, solteira.
Paciente veio ao meu consultório querendo entender por que não conseguia se separar de seu namorado (fazia três anos que namoravam).
O relacionamento do casal estava muito desgastado, por conta do ciúme excessivo que o namorado nutria por ela. A paciente não podia conversar com homem nenhum, pois ele ficava com um ciúme doentio. Apesar de não lhe dar motivo algum, ela não entendia a razão de tanto ciúme, por que razão ele não confiava nela.
Apesar das brigas constantes do casal, ela ainda gostava dele e isso a impedia de se separar dele.
Queria entender por que andava cansada, extenuada, com muita dificuldade de se concentrar nos estudos, só querendo dormir, pois sentia muito sono e dores de cabeça constantes (na nuca) e nos ombros. Por fim, tinha fobia em dirigir, problemas financeiros (o dinheiro sempre era contado) e queria entender também por que seus pais se separaram quando ela tinha 10 anos.
Na primeira sessão de regressão, a paciente me relatou:
"Vejo um vulto escuro... É um homem" (nessa terapia, os seres desencarnados das trevas costumam aparecer aos pacientes como vultos escuros ou sombras).
- Peça para esse ser espiritual se identificar - peço à paciente.
"Ele não responde". (pausa).
- Então, pergunte o que você fez a ele?
"Ele me diz que o matei... Vejo uma cabeça com cartola, sendo decepada por um machado".
- Pergunte-lhe por que você tirou a vida dele?
"Ele diz que foi por dinheiro".
- O que aconteceu para você ter tirado a vida dele por dinheiro?
"Ele diz que o traí, que dei um golpe nele. Na verdade, ele era o meu amante, e eu era casada. Revela ainda que o meu namorado de hoje era o meu marido dessa vida passada. (pausa).
Vejo agora a cena de uma carruagem andando numa rua de paralelepípedos e o ano é 1830.
Esse ser espiritual obsessor fala que na ocasião eu abandonei o meu marido para ficar com ele, mas não porque o amava, e sim pelo seu dinheiro.
Vejo-o como um homem rico, usando cartola preta, bengala com ponta dourada e com bigode. O meu marido dessa existência passada (namorado atual) era um pobre camponês, gostava muito de mim, mas o abandonei para ficar com o dinheiro de meu amante (obsessor espiritual)".

- Você quer dizer algo para ele? - Peço à paciente.
"Quero pedir perdão por tudo que lhe fiz (paciente fala chorando). Ele diz que não me perdoa, que fui muito cruel decepando a cabeça dele".
Ao final dessa sessão, pedi para que a paciente fizesse para esse ser espiritual a oração do perdão de coração, irradiando a luz dourada de Cristo.
Na sessão seguinte, a segunda, ela me relatou na regressão: "O meu mentor espiritual está me dizendo que o fato de ter feito a oração do perdão para esse ser, de coração aberto, com amor, fez com que ele fosse resgatado, aceitasse ir para a luz".
Na terceira e última sessão, ela me relatou: "Vejo a imagem de um cavaleiro com armadura, da época medieval, empunhando uma espada... O meu mentor espiritual está me dizendo que ele é o meu namorado de hoje na vida passada.
Fala que ele era cruel, que matou muita gente. Fala também que ele era ganancioso, roubou muitas pessoas e, por conta de tudo que fez, criou muitos desafetos, que são os obsessores espirituais que o estão atormentado muito.
Vejo agora uma casinha branca, bem humilde... É aquela existência passada onde eu morava com o meu marido camponês (namorado atual), que abandonei para ficar com o meu amante. O meu mentor espiritual diz que essa vida pretérita ocorreu após aquela vida em que o meu marido era aquele cavaleiro. Diz ainda que nessa vida onde ele era camponês, eu o abandonei porque ele era ruim, orgulhoso e me destratava". (pausa).
- Pergunte ao seu mentor espiritual se tem mais algo para lhe dizer ou mostrar?
"Diz que não há mais necessidade de me mostrar o meu passado...
Eu lhe pergunto como posso ajudar o meu namorado a se libertar de seus obsessores espirituais. E ele responde que não posso porque é um resgate cármico dele, que ele precisa aprender a ter mais humildade e, por ser orgulhoso, ainda vai sofrer muito, mas que posso ajudá-lo orando por ele.
Quanto a mim, ele fala que não vou conseguir me desvincular dele, que também é um resgate meu, por tê-lo abandonado naquela existência passada. Esclarece que era para eu ter ficado com ele até o final de nossas vidas, pois era uma prova, um teste, como está sendo agora na vida atual. Pede para fortalecer a minha fé, pois estou muito vacilante.
Ele afirma que os obsessores espirituais de meu namorado não querem ir para a luz, que não vão desistir dele, pois querem a sua morte. Por isso, preciso ficar do lado dele, apoiando-o e orando muito por ele. Revela que o meu principal aprendizado na vida atual é ter fé, que o meu resgate cármico é ajudar o meu namorado e nosso filho que virá. Pede também para estudar a literatura Kardecista e trabalhar ajudando às pessoas".
- Pergunte-lhe de que forma você pode ajudar ao próximo?
"Fala que vou saber no tempo certo".

- Pergunte ao seu mentor espiritual de onde vêm suas dores de cabeça constantes?
"Diz que vem de minha impaciência; por isso, pede para que eu tenha mais paciência e fé".
- Por que sua vida financeira é limitada, é tudo contado?
"Diz que vem dos erros cometidos naquela vida passada, onde roubei e tirei a vida de meu amante. Por isso, a minha vida financeira é limitada. Mas afirma que o dinheiro virá para mim, mas somente o necessário".
- De onde vem o seu medo de dirigir?
"Responde que vem de um trauma de infância da vida atual. Era criança e o meu pai estava dirigindo, colocou-me em seu colo e soltou as mãos do volante. Isso me fez ficar apavorada, ter muito medo. Mas me assegura que no tempo certo vou superar esse trauma".
- Por que você teve que passar pela experiência dos seus pais se separarem quando tinha 10 anos?
"Diz que foi minha escolha no Astral -antes de reencarnar na vida atual- porque precisava vivenciar e sentir uma vida sem os meus pais juntos". (pausa).
- Que aprendizado você precisava ter com os seus pais separados?
"Fortalecer a minha fé, ele responde. Pede para ficar em paz, crescer espiritualmente através dos estudos, da leitura Kardecista, conforme ele já havia me recomendado, mas praticá-la, que assim estarei no caminho certo.
Logo após o término do tratamento, a paciente me relatou que não sentia mais as dores constantes de cabeça, na nuca e nos ombros, estava se sentindo mais disposta, não sentia mais cansaço e sono excessivo e, com isso, estava conseguindo se concentrar mais em seus estudos. Por fim, ela tomou a firme decisão de casar com o seu namorado.
Osvaldo Shimoda é colaborador do Site, terapeuta, criador da Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), a Terapia do Mentor Espiritual - Abordagem psicológica e espiritual breve canalizada por ele através dos Espíritos Superiores do Astral. Ministra palestras e cursos de formação de terapeutas nessa abordagem. Ele atende em seu consultório em São Paulo. Fone: (11) 5078-9051, ou acesse seu Site.    Email: osvaldo.shimoda@uol.com.br.