sábado, 20 de dezembro de 2014

O QUE É O EXAME PREVENTIVO GINECOLÓGICO?

Preventivo, Exame de Papanicolau ou Citologia Oncótica

Sinônimos:
Preventivo, exame citológico, exame colpocitológico, citologia oncótica.
O que é?
É uma maneira de examinar células coletadas do colo do útero. O objetivo principal do exame é detectar o câncer de colo de útero em estágio precoce ou anormalidades nas células que podem estar associadas ao desenvolvimento deste tipo de tumor.
Ele também pode encontrar condições não cancerígenas, como infecções viróticas no colo do útero, tais como verrugas genitais causadas pelo HPV (papilomavírus humano) e herpes, infecções vaginais causadas por fungos, como a candidíase ou por protozoários, como o Trichomonas vaginalis. O exame também pode dar informações sobre os níveis hormonais, principalmente estrogênio e progesterona.
Quem deve fazer este exame?
É recomendado para todas as mulheres sexualmente ativas, independentemente da idade. Deve ser iniciado pelo menos 3 anos após início da vida sexual ativa ou antes dos 21 anos de idade (o que acontecer primeiro).
A coleta pode ser interrompida aos 65 anos, se houver exames anteriores repetidamente normais.
Qual o intervalo ideal entre as coletas?
O intervalo entre as coletas de citologia varia entre um e três anos baseado na presença de fatores de risco, tais como:
  • Início precoce da atividade sexual
  • História de múltiplos parceiros sexuais
  • Nível socioeconômico baixo
  • História de ter tido parceiro com infecções genitais
  • Passado de câncer de vulva ou de vagina
  • Ter parceiro com história de câncer de pênis
  • Ser fumante
  • Estar imunodeprimida
A coleta deve ser anual se algum destes fatores estiver presente.
Como devo me preparar para a realização do exame?
O melhor período do ciclo menstrual para a realização do exame é pelo menos uma semana antes da menstruação.
Deve ser evitado o uso de cremes ou duchas vaginais por 48 horas anteriores ao exame e não ter relações sexuais pelo menos 24 horas antes do procedimento.
O que ocorre durante a realização do procedimento?
É um exame bastante simples. A mulher fica na posição ginecológica (deitada , com os joelhos dobrados e as pernas afastadas), o médico introduz um espéculo na vagina, retira material do orifício do colo do útero e da parede vaginal e encaminha para análise em laboratório de citopatologia.
Não há dor durante o exame, algumas mulheres sentem um leve desconforto. É importante manter-se relaxada durante o procedimento para facilitar a introdução do espéculo.
O que esperar após a realização do procedimento?
Se o resultado mostrar células normais, não é necessário nenhum tratamento.
Caso haja alguma infecção, o ginecologista irá orientar um tratamento específico.
Se as células apresentarem alguma alteração, poderão ser necessários outros exames, como por exemplo uma colposcopia. Converse com o seu médico sobre esta necessidade.
Como é coletado material do colo do útero, às vezes, pode ocorrer um leve sangramento no local. A presença de dor ou a manutenção do sangramento deve ser prontamente comunicada ao ginecologista.

Fontes:
National Cancer Institute – U.S. National Institutes of Health
U.S. Preventive Services Task Force
Agency for Healthcare Research and Quality
quarta-feira, 10 de setembro de 2008 - Atualizado em 04/04/2013
ABC.MED.BR, 2008. Preventivo, Exame de Papanicolau ou Citologia Oncótica. Disponível em: <http://www.abc.med.br/p/saude-da-mulher/23030/preventivo-exame-de-papanicolau-ou-citologia-oncotica.htm>. Acesso em: 20 dez. 2014.

ANEMIA PERNICIOSA - SAIBA MAIS.

O que é anemia perniciosa?
A anemia perniciosa, também chamada anemia macrocítica, anemia perniciosa congênita, anemia perniciosa juvenil ou anemia por deficiência de vitamina B12 é uma doença autoimune que leva a uma redução dos glóbulos vermelhos por deficiências de absorção da vitamina B12 no intestino delgado.
Quais são as causas da anemia perniciosa?
O corpo humano utiliza a vitamina B12, obtida por meio da ingestão de alimentos, para produzir glóbulos vermelhos. A anemia perniciosa ocorre se há falta ou deficiência de vitamina B12, geralmente causada por atrofia gástrica e destruição das células parietais responsáveis pela secreção de ácido clorídrico e do fator intrínseco e, assim, pela má absorção da vitamina B12 no intestino delgado. A anemia perniciosa incide mais em indivíduos de ascendência escandinava ou nórdica e naqueles que tenham histórico familiar da doença. Algumas outras doenças também podem aumentar o risco da anemia perniciosa, como a doença de Addison, a miastenia gravis e a diabetes tipo 1, entre outras. A anemia perniciosa congênita, em que os bebês não produzem fator intrínseco, pode ser hereditária, por um distúrbio autossômico recessivo, mas isso é muito raro.
Quais são os sinais e sintomas da anemia perniciosa?
Os principais sinais e sintomas da anemia perniciosa são: diarreia ou constipação, falta de energia ou tontura leve ao ficar de pé ou fazer exercícios, mal-estar, náusea, inapetência, pele pálida, problemas de concentração, falta de ar ao se exercitar, língua inchada e vermelha, sangramento da gengiva, etc. Uma pessoa que apresente níveis baixos de vitamina B12 por um longo período de tempo pode sofrer danos do sistema nervoso e pode ter confusão mental, depressão, perda de equilíbrio, entorpecimento e formigamento nas mãos e pés.
Como o médico diagnostica a anemia perniciosa?
Para diagnosticar a anemia perniciosa o médico se baseará nos sintomas e solicitará um hemograma completo, contagem de reticulócitos, nível sanguíneo de ácido metilmalônico e de vitamina B12 e exame da medula óssea, se necessário, entre outros. O teste de Schilling pode ajudar no diagnóstico diferencial da anemia perniciosa.
Como o médico trata a anemia perniciosa?
A anemia perniciosa deve ser tratada com a suplementação oral ou injetável da vitamina B12 e uma dieta balanceada que inclua carnes vermelhas, aves, mariscos, ovos e produtos lácteos, entre outros. Atualmente já existem também pastilhas sublinguais, de melhor absorção.
Como prevenir a anemia perniciosa?
Não há nenhuma forma de prevenir a anemia perniciosa, mas o diagnóstico precoce ajuda a minorar os efeitos da doença no organismo.
Como evolui a anemia perniciosa?
Se precoce e corretamente diagnosticada e tratada, a anemia perniciosa não causa problemas ao indivíduo. No entanto, as lesões nervosas estabelecidas podem se tornar irreversíveis.
Quais são as complicações possíveis da anemia perniciosa?
A anemia perniciosa pode alterar os resultados dos exames sanguíneos da bilirrubina, do colesterol, da gastrina e da fosfatase alcalina. A mulher que tenha níveis baixos de vitamina B12 pode ter um resultado falso positivo do esfregaço de Papanicolau porque a deficiência dessa vitamina afeta a aparência das células epiteliais.
Os pacientes com anemia perniciosa têm maior tendência a apresentar pólipos e câncer gástricos.
quarta-feira, 15 de outubro de 2014 - Atualizado em 17/10/2014
ABC.MED.BR, 2014. Anemia perniciosa: conceito, causas, sinais e sintomas, tratamento, prevenção, evolução e complicações. Disponível em: <http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/576422/anemia-perniciosa-conceito-causas-sinais-e-sintomas-tratamento-prevencao-evolucao-e-complicacoes.htm>. Acesso em: 20 dez. 2014.

MEDICAMENTOS COMO OMEPRAZOL E CIMETIDINA PODEM LEVAR À DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B12 E EM ALGUNS CASOS INDUZIR DEMÊNCIA. POR ISSO NÃO DEVEM SER USADOS INDISCRIMINADAMENTE E SEM ACOMPANHAMENTO MÉDICO.

           Pesquisadores da Division of Research do Kaiser Permanente, Oakland Medical Center, avaliaram a associação entre a deficiência de vitamina B12 e o uso prévio de medicação de supressão de ácido gástrico. 
        A conclusão desse estudo, que envolveu 25.956 pacientes com diagnóstico de deficiência de vitamina B12, comparados com 184.199 pacientes sem deficiência de Vitamina B12, num período de janeiro de 1997 a junho de 2011, mostram que os inibidores dos ácidos gástricos estão significativamente relacionados com a deficiência de vitamina B12. Estes resultados devem ser considerados entre os riscos e os benefícios do uso dessas medicações no momento das prescrições médicas.
       A vitamina B12 é importante para a formação e maturação das hemácias e é necessária para o desenvolvimento e manutenção das funções do sistema nervoso. Sua principal fonte são os alimentos de origem animal. No entanto, para absorvê-la, o corpo depende de fatores intrínsecos presentes em um tipo especial de células que ficam no estômago (células parietais) e de receptores localizados no íleo. Em casos de deficiência de vitamina B12, pode haver anemia, acompanhada ou não por dificuldades de locomoção, formigamentos nas mãos, pés e pernas, palidez, fraqueza muscular, infertilidade, demência, dentre outros sintomas


           O trabalho foi publicado no JAMA (The Journal of the American Medical Association (JAMA), volume 310, número 22, de 11 de dezembro de 2014 ) de acordo com  (NEWS.MED.BR, 2014. JAMA: omeprazol e demência. Esclareça suas dúvidas.. Disponível em: <http://www.news.med.br/p/pharma-news/736682/jama-omeprazol-e-demencia-esclareca-suas-duvidas.htm>. Acesso em: 20 dez. 2014.) 
VEJA O ARTIGO: 
" O uso de inibidores da bomba de prótons (omeprazol, por exemplo) e de antagonistas do receptor H2 da histamina (cimetidina, por exemplo) pode levar à deficiência de vitamina B12 no organismo, o que em alguns casos pode desencadear demência.
Os inibidores da bomba de prótons (IBP) e os antagonistas do receptor H2 da histamina (H2RA) suprimem a produção de ácido gástrico e por isso podem levar à má absorção de vitamina B12. No entanto, existem poucos dados a respeito das associações entre a exposição em longo prazo a estes medicamentos e a deficiência de vitamina B12 em grandes estudos populacionais.
Com o objetivo de estudar esta associação entre o uso de IBP e de H2RAs e a deficiência de vitamina B12, em um cenário baseado na comunidade, nos Estados Unidos, foi realizado um estudo divulgado pelo The Journal of the American Medical Association (JAMA).
Pesquisadores da Division of Research do Kaiser Permanente, Oakland Medical Center, avaliaram a associação entre a deficiência de vitamina B12 e o uso prévio de medicação de supressão de ácido gástrico utilizando um estudo de caso-controle na população do Kaiser Permanente na região norte da Califórnia. Foram comparados 25.956 pacientes com diagnóstico de deficiência de vitamina B12 incidente, entre janeiro de 1997 e junho de 2011, com 184.199 pacientes sem deficiência de vitamina B12. As exposições e os resultados foram apurados por via eletrônica em bancos de dados de farmácias, laboratórios e centros de diagnósticos.
O risco de deficiência de vitamina B12 foi estimado pelo odds ratio (OR) de regressão logística condicional.
Entre os pacientes com diagnóstico incidente de deficiência de vitamina B12, 3.120 (12,0%) receberam PPIs por dois anos ou mais, 1.087 (4,2%) receberam H2RAs por dois anos ou mais (sem qualquer uso de PPI) e 21.749 (83,8%) não tinham recebido prescrição para qualquer PPIs ou H2RAs. Entre os pacientes sem deficiência de vitamina B12, 13.210 (7,2%) receberam PPIs por dois anos ou mais, 5.897 (3,2%) receberam H2RAspor dois anos ou mais (sem qualquer uso PPI) e 165.092 (89,6%) não tinham recebido prescrição para qualquer PPIs ou H2RAs. Tanto o uso de PPIs (OR 1,65 [IC 95% 1,58-1,73]) por dois anos ou mais quanto o uso de H2RAs (OR 1,25 [IC 95% 1,17-1,34]) foram associados a um risco aumentado de deficiência de vitamina B12. Doses maiores do que um comprimido e meio ao dia foram mais fortemente associadas à deficiência de vitamina B12 (OR 1,95 [IC 95% 1,77-2,15]) do que as doses inferiores a três quartos do comprimido ao dia (OR 1,63 [IC 95% 1,48-1,78]; P=0,007 para a interação).
As conclusões mostram que o uso anterior ou atual de inibidores de ácido gástrico foi significativamente associado à presença de deficiência de vitamina B12. Estes resultados devem ser considerados entre os riscos e os benefícios do uso dessas medicações no momento das prescrições médicas.
A vitamina B12 é importante para a formação e maturação das hemácias e é necessária para o desenvolvimento e manutenção das funções do sistema nervoso. Sua principal fonte são os alimentos de origem animal. No entanto, para absorvê-la, o corpo depende de fatores intrínsecos presentes em um tipo especial de células que ficam no estômago (células parietais) e de receptores localizados no íleo. Em casos de deficiência de vitamina B12, pode haver anemia, acompanhada ou não por dificuldades de locomoção, formigamentos nas mãos, pés e pernas, palidez, fraqueza muscular, infertilidade, demência, dentre outros sintomas.
Fonte: The Journal of the American Medical Association (JAMA), volume 310, número 22, de 11 de dezembro de 2014
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014 - Atualizado em 17/12/2014
NEWS.MED.BR, 2014. JAMA: omeprazol e demência. Esclareça suas dúvidas.. Disponível em: <http://www.news.med.br/p/pharma-news/736682/jama-omeprazol-e-demencia-esclareca-suas-duvidas.htm>. Acesso em: 20 dez. 2014."
 

RELAÇÃO ENTRE ANTIBIÓTICOS NA INFÂNCIA E OBESIDADE INFANTIL.

Estudo revela que o uso de antibióticos de amplo espectro na infância, até nos dois primeiros anos de vida, estão associados ao aparecimento de obesidade infantil. Segundo o estudo, a escolha do antibiótico a ser utilizados nas infecções de risco mais comuns é determinante para estabelecer o  fator de risco potencialmente modificável para a obesidade infantil. Confira a matéria como publicada no site www.news.med.br, de acordo com o  JAMA Pediatrics, em sua publicação online de 29 de setembro de 2014:


A obesidade em crianças e adultos está associada a significativas consequências para a saúde, tornando a prevenção um imperativo de saúde pública. A infância pode ser um período crítico, quando os fatores ambientais exercem um efeito duradouro sobre o risco de obesidade. A identificação de fatores modificáveis pode ajudar a reduzir esse risco.
Com o objetivo de avaliar o impacto do uso de antibióticos na infância (idades entre 0 e 23 meses) e sobre a obesidade na infância (idades entre 24 e 59 meses), foi realizado um estudo de coorte abrangendo registros de saúde eletrônicos de 2001 a 2013. Modelo proporcional de Cox foi usado para ajustes demográficos e covariáveis práticas e clínicas. O estudo abrangeu uma rede de cuidados primários associados ao Children’s Hospital of Philadelphia, incluindo clínicas e consultórios particulares e de ensino na área urbana da Filadélfia, Pensilvânia e região. Todas as crianças com visitas anuais na idade de 0 a 23 meses e uma ou mais visitas nas idades entre 24 e 59 meses foram incluídas no estudo. A coorte consistiu-se de 64.580 crianças. O uso de antibióticos prescritos foi apurado até 23 meses de idade. A obesidade foi determinada por dados antropométricos usando as normas de índice de massa corporal do National Health and Nutrition Examination Survey 2000.
Sessenta e nove por cento das crianças foram expostas a antibióticos antes dos 24 meses de idade, com média (DP) de 2,3 (1,5) episódios por criança. Exposição cumulativa aos antibióticos foi associada à obesidade futura (risco relativo [RR] 1,11, IC 95%, 1,02-1,21 para ≥4 episódios); este efeito foi mais forte para antibióticos de amplo espectro (RR 1,16, IC 95%, 1,06-1,29). A exposição precoce a antibióticos de amplo espectro também foi associada à obesidade (RR 1,11, IC 95%, 1,03-1,19 em 0-5 meses de idade e RR 1,09, IC 95%, 1,04-1,14 em 6-11 meses de idade), mas não a antibióticos de espectro estreito em qualquer idade ou frequência. O uso de esteroides, o sexo masculino, a prática urbana, o seguro público, etnia hispânica e o diagnóstico de asma ou chiado no peito também foram preditores de obesidade; diagnósticos de infecções comuns e uso de medicamentos antirrefluxo não foram.
Concluiu-se que a exposição repetida a antibióticos de largo espectro em idades entre 0 e 23 meses está associada à obesidade infantil. Como as infecções comuns da infância foram os diagnósticos mais frequentes co-ocorrendo com a prescrição de antibióticos de amplo espectro, a seleção do antibiótico usado na infância é um fator de risco potencialmente modificável para a obesidade infantil.
Fonte: JAMA Pediatrics, publicação online de 29 de setembro de 2014
quarta-feira, 01 de outubro de 2014 - Atualizado em 02/10/2014
NEWS.MED.BR, 2014. Uso de antibióticos na infância associado à obesidade, publicado no JAMA Pediatrics. Disponível em: <http://www.news.med.br/p/saude/573647/uso-de-antibioticos-na-infancia-associado-a-obesidade-publicado-no-jama-pediatrics.htm>. Acesso em: 20 dez. 2014.
 

IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO.

Importante matéria publicada na página www.abc.med.br, faz referência à importância do aleitamento materno, seus benefícios e os cuidados da alimentação infantil. O texto abaixo, reproduz a matéria publicada e vale conferir pela sua relevância.



O que é a amamentação?
A amamentação, ou aleitamento, é o período de tempo durante o qual o recém-nascido se alimenta total ou parcialmente do leite materno. Em geral, a criança o suga diretamente do seio materno, mas em condições especiais ela pode recebê-lo de uma mamadeira, um copinho ou de uma colher. O leite materno deve ser o único alimento do bebê nos seis primeiros meses de vida e ser complementado com outros alimentos daí em diante, até os dois anos de idade. O pediatra deve orientar a mulher sobre quando e o que deve associar ao leite materno após esta fase.
Por que amamentar?
A amamentação deve começar já dentro da primeira hora após o nascimento. A Organização Mundial da Saúde aconselha que as mulheres amamentem seus filhos exclusivamente com leite materno em seus seis primeiros meses de vida. Por quê? Porque o leite materno é o alimento mais perfeito para as necessidades nutricionais do bebê, além de conter uma série de defesas orgânicas que o bebê só adquirirá depois do contato com os estímulos agressores, inclusive com certos elementos patogênicos (que geram doenças). O leite materno contém anticorpos contra as infecções mais comuns e diminui, assim, o risco de doenças e mortes infantis. Inicialmente, os bebês não possuem essas defesas e precisam recebê-las da mãe, através do leite. O colostro, primeira secreção láctea produzida pela mãe, já transfere anticorpos para o sistema imunitário do recém-nascido e assim o protege de muitas doenças. Nenhuma fórmula alimentar artificial se mostra igual ou superior ao leite materno, tanto nutricionalmente como em relação à prevenção de doenças. No entanto, há algumas situações em que a criança tem de ser alimentada artificialmente: a mãe tem algum impedimento para amamentar, a criança tem necessidades nutricionais especiais ou é adotada, etc. Mesmo assim é importante que a mãe assuma uma posição face a face com a criança e a olhe nos olhos, mantendo-a próxima de si de forma a fazê-la sentir-se segura.
Com relação à alimentação artificial devem ser observados cuidados como usar sempre água potável para lavar os utensílios usados, ferver as vasilhas, descartar todo o leite que não seja usado, dar o leite à temperatura ambiente ou ligeiramente aquecido, evitar a entrada de ar na boca durante a mamada, colocar o bebê para "arrotar" quando terminar de mamar.
Quais são os outros benefícios da amamentação?
A amamentação estreita os laços emocionais entre mãe e filho. Por isso, ao alimentar a mulher deve estar tranquila, relaxada e sem pressa. Alguns bebês mamam mais rapidamente, enquanto outros são mais demorados e intercalam algumas sucções com intervalos de sono. A mãe deve respeitar esses ritmos. As crianças alimentadas com o leite materno se desenvolvem melhor que as outras e adoecem e morrem em menor número. Além disso, há evidências que sugerem que adultos que foram amamentados quando crianças têm menor propensão à obesidade e ao diabetes mellitus.
Amamentar também traz benefícios para a mulher. A amamentação favorece a involução do útero, agiliza o retorno ao peso anterior à gravidez, previne sangramentos pós-parto, câncer de mama e de ovário, além de aumentar a produção de endorfinas pelo cérebro, substâncias que produzem relaxamento e bem-estar. As mães que amamentam têm também menores índices de depressão pós-parto e de doenças cardíacas.
Quais são os cuidados que deve ter a mulher que amamenta?
  • A mulher que amamenta deve certificar-se de estar em boas condições de saúde, porque muitas doenças são transmitidas pelo leite materno.
  • Deve tomar bastante líquido (3 a 4 litros por dia) e não usar medicações sem orientação médica porque algumas delas são eliminadas pelo leite materno e podem prejudicar o bebê.
  • Não fumar, tomar bebida alcoólica ou usar drogas.
  • Com relação aos horários, é preferível que sejam geridos pela fome que o bebê manifesta, a chamada livre demanda. Esses horários se modificam com a idade do bebê e geralmente são maiores à noite que durante o dia.
  • Ao amamentar, a mulher deve estar confortavelmente assentada, colocar o bebê junto ao seu corpo, tórax a tórax, ajustar a boca do bebê à sua mama de jeito a não entrar ar, manter seu olhar em direção aos olhos do bebê e respeitar o ritmo dele.
E como fazer o desmame?
Quando desmamar o bebê? Algumas mães escolhem, elas mesmas, o momento para parar e outras deixam que ele demonstre seu desinteresse pelos seios. Essa última atitude parece mais natural e é mais fácil de manejar. A mãe deve procurar observar os sinais emitidos pelo seu filho de que está pronto para isso. Se ele não mostrar sinais de que chegou a hora de parar de mamar, o desmame enfrentará resistências. O importante é que o desmame não seja o fim da intimidade que se estabeleceu entre ambos. Os especialistas aconselham a não interromper abruptamente a amamentação. Algumas providências podem ajudar nisso: só ponha o bebê para mamar se ele demonstrar interesse. Não faca isso rotineiramente; se ele deixar rapidamente o peito, não insista para ele voltar a pegá-lo; pule ou adie uma mamada e veja o que acontece; ofereça o leite em um copinho ou na mamadeira.
sexta-feira, 15 de agosto de 2014 - Atualizado em 20/08/2014
ABC.MED.BR, 2014. Amamentação ou aleitamento materno: o que é? Por que amamentar? Quais os benefícios? Quais os cuidados necessários a uma boa amamentação? Como fazer o desmame?. Disponível em: <http://www.abc.med.br/p/saude-da-mulher/561947/amamentacao-ou-aleitamento-materno-o-que-e-por-que-amamentar-quais-os-beneficios-quais-os-cuidados-necessarios-a-uma-boa-amamentacao-como-fazer-o-desmame.htm>. Acesso em: 20 dez. 2014.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

FARMÁCIAS DEVEM SER TRATADAS COMO EMPRESAS OU AGENTES DE SAÚDE PÚBLICA?



LEI 13.021/2014 e MP653/2014. A POLÊMICA DA DISTRIBUIÇÃO E CONTROLE DE MEDICAMENTOS PELAS FARMÁCIAS: TRATAMENTO COMO MICROEMPRESA (COMERCIAL) OU AGENTE DE SAÚDE PÚBLICA?


O Brasil possui aproximadamente 75 mil farmácias espalhadas por todo território nacional. Possui também 85 mil farmacêuticos, sobre os quais recai a responsabilidade de todas as farmácias. em muitos locais, sequer há um médico e farmácias também. Em outros as farmácias não possuem condições de contratar um farmacêutico conforme exige a lei, nem mesmo às vezes de funcionar de forma adequada.
Há um projeto de Lei Nº 13.021, de 8 de agosto de 2014, que dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas – classificando as farmácias Estabelecimento de Saúde - PFARMA http://pfarma.com.br/lei-farmacia-13021-2014.html#ixzz3IRHm5iLP.
O projeto acima foi amplamente debatido no congresso e segundo o deputado Ivã Valente, foi assinado acordo entre todos os segmentos interessados e as lideranças do governo, para sua aprovação conforme a redação final.
Acontece, que o governo federal, através da presidência, vetou alguns artigos do projeto (art. 9, 17, 15, 5, 18) e editou uma Medida Provisória (MP-653/2014) que transforma as farmácias em microempresas e dentro dessa classificação, para atender “interesses nacionais e de populações em locais onde não há farmacêutico), cria ou recria a possibilidade da dispensação e controle  de medicamentos ser praticado por “Técnico ou auxiliar de farmácia” e não pelo farmacêutico.
Esse assunto foi objeto de intenso debate hoje em uma das Comissões da Câmara dos Deputados, onde o Deputado Ivã Valente e o representante do CFF e da FNF, posicionaram-se contra a referida medida provisória e veto, considerando um retrocesso a tudo que foi ajustado e que a MP prioriza as farmácias como comércio ao invés de priorizá-las como atividade de saúde.
Por certo os defensores do governo (anvisa e MS) defendem a medida por acreditarem que ela favorece a chegada de remédio naqueles rincões mais distantes onde não há a farmácia nem o farmacêutico, ou, a impossibilidade de contratá-lo.
 Os defensores das farmácias (comércio), bem como das distribuidoras de medicamentos propõem que a medida da MP favorece e beneficia aquelas regiões mais afastadas onde muitas vezes as pessoas não encontram acesso a um remédio no momento de suas aflições.
Haverá outra audiência dia 11 de novembro 2014, mas o consenso está longe de fechado.
Ficam algumas questões:
1.    A MP realmente atende aos interesses nacionais e daqueles onde a farmácia convencional e fiscalizada não chega ou atende mais ao interesse da indústria farmacêutica, que segundo o relator, o Brasil ocupará o 4º lugar no mundo ?
2.    Poderia haver um meio termo para essas regiões e quais as garantias nesses locais que os medicamentos estariam sendo distribuídos à população de forma correta e de acordo com as indicações médicas se nem médicos existem nessas áreas?
3.    A prática oficializada deveria ter um tempo definido para ajuste e após este somente com a instalação da farmácia conforme determina a lei e a obrigatoriedade da presença do farmacêutico?
4.    A MP não estaria tronando-se um retrocesso, semelhante a admitir a volta do dentista prático, colocando em risco as pessoas pela possibilidade de erro na medicação?
5.    Porque o governo não cria então o “mais farmacêutico” se é essa sua preocupação?
Questões que deixo para reflexão e que são importantes para toda sociedade, muitas vezes votadas sem o conhecimento público, mas que influencia a vida de todos os cidadãos, em especial aqueles nos mais recônditos rincões do país, onde a assistência médica é precária e os medicamentos não chegam.
Vejam a lei 13201/2014 e a MP653/2014 no link abaixo:
QUAL SUA OPINIÃO ?

terça-feira, 30 de setembro de 2014

PSICOLOGIA, SOCIOLOGIA E NEUROCIÊNCIA TENTAM EXPLICAR O COMPORTAMENTO DO ELEITOR AO VOTAR.


                 COMO VOCÊ VOTA? 
 
O ELEITOR NUMA VISÃO PSICOSSOCIAL E DA NEUROCIÊNCIA
    Eleição é o procedimento democrático de escolha de candidatos aos cargos eletivos importantes do país e que definem os rumos políticos em prefeituras, estados e no governo federal.
    Através da eleição o povo escolhe democraticamente seus representantes. Uma questão entretanto fica no ar: o povo sabe votar? Como funciona seu comportamento eleitoral na hora da escolha de seus candidatos?
    Estudos recentes de psicologia social, como o divulgado recentemente pelo jornal O Estado de P, São Paulo, realizado por José Roberto de Toledo afirma que o desejo de mudança ou continuidade é principal motor de qualquer eleição. Segundo o autor, quando um eleitor deseja mudar a situação vota na oposição, se acredita que tudo vai bem e deseja continuar, vota na situação reelegendo  quem está.
    De acordo com o artigo publicado na revista Psique, Ano VII, n.104, escrito pela Psicóloga Clinica Magdalena Barbera Sottano¹, a psicologia e a neurociências tentam compreender o comportamento eleitoral embasados na origem e na manutenção da história política brasileira, onde o mundo social é criado por “repetições de ações” aprendidas no cotidiano, conforme é o entender da Socióloga Fenomenológica (Schultz, 1974).
___________________________________
1 - Magdalena Barbera Sotano, graduada em Psicologia Clinica pela Universidade São Marcos e Comunicação Social pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP.Aprimoramento e extensão em Psicanálise da Criança pelo Instituto Sedes Sapientiae e Distúrbios do Desenvolvimento Infantil e da Adolescência COGEAE/PUC/SP. Psicologia e Psiquiatria Forense no Instituto de Psiquiatria da USP – Nufor – Núcleo Forense. Experiência em atendimento clínico multidisciplinar no Setor de Saúde Mental do Centro de Especialidades Médicas da Prefeitura de Ibiúna.
    A perspectiva sociológica se fundamenta no contexto social em que o indivíduo vive, segundo variáveis econômicas, demográficas e ocupacionais, e como esse contexto influência no comportamento do eleitor.
    De acordo com a perspectiva psicológica, mais subjetiva, é a estrutura cognitiva do indivíduo que vai determinar o seu comportamento, ou seja: por que ele pensa como pensa; por que age como age; o que o motivou a escolher este ou aquele candidato. Seguindo essa linha, a história do indivíduo, suas experiências de vida (família, escola e sociedade), são fatores decisivos na hora do voto.
    Finalmente, a abordagem da escolha racional é aquela que considera a decisão do voto como “produto” de uma ação individual e racional. Como se o eleitor fosse um “consumidor” no mercado, escolhendo produtos que minimizem os seus custos e maximizem os seus ganhos.
    Conforme a matéria, é difícil determinar como os indivíduos votam, e, no caso dos brasileiros é preciso levar em conta que a maioria da população não acredita em política, mantém-se distante dos mecanismos de participação e vota na “pessoa do candidato”.
    O trabalho sugere que as escolhas eleitorais na maior parte da população brasileira, especialmente nas camadas mais populares, são motivadas por uma cultura cética e personalista, que tem sua origem e manutenção na história política brasileira.
    Citando Bertold Brecht, sobre consciência política: “o analfabetismo político é tão burro, que se orgulha e estufa o peito dizendo que “odeia política”. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política, nasce... o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.
    Conforme estudos há uma incapacidade de se separar “razão” da “emoção” durante o processo de decisão, e se baseiam da seguinte forma:
ü  O eleitor é facilmente manipulado por campanhas políticas;
ü  As campanhas podem determinar o resultado das eleições;
ü  O político é encarado como um “produto” que pode ter sua embalagem e conteúdo mudados a qualquer momento.
Existem alguns autores que afirmam que os brasileiros não compreendem muito bem a política e, portanto, não estão aptos a tomar uma decisão racional coerente com suas vontades, devido a baixa escolaridade.
Existe uma polêmica entre os estudos, alguns pressupondo que o marketing político é uma ferramenta utilizada para influenciar o eleitor, sendo sua decisão uma escolha puramente “racional”. Outros afirmando que a lógica do comportamento do eleitor brasileiro pode ser interpretada como emotiva, não se baseando na ideologia, mas sim na emoção, tal como afirmam os estudos de Castro (1994 – 1998; Carreirão (2000) e Radmann (2001).
Para Marland (2003) os estudos nacionais estão muito atrasados em relação aos internacionais. De todos os estudos nacionais realizados existe uma conclusão unânime de um eleitor personalista, que decide seus votos, principalmente, pelos atributos individuais, de competência e honestidade dos candidatos.  [O critério honestidade, atualmente, parece não exercer tanta influência no eleitor, já que vemos vários candidatos condenados ou afastados, por improbidade e outros crimes, retornarem ao cargo pelo voto.Talvez, o eleitor, nesse caso, seja influenciado pelo marketing bem elaborado, ou, prefira não acreditar na baixa credibilidade de seu candidato. Observação do minha.]
Para o estudioso do comportamento político Leôncio Camino, a escolha eleitoral é um processo que se estabelece desde a inserção do indivíduo na sociedade, até o momento em que coloca seu voto na urna.  Considera inconcebível democracia sem eleições e afirma que sua característica mais representativa é ser um ato individual.Define dois aspectos que constituem o comportamento eleitoral:
a) o ato individual de escolher um candidato;
b) a existência concreta de alternativas     
   políticas reais.
Conforme, consta da matéria, Camino ainda concebeu um modelo psicossociológico para o estudo da decisão eleitoral, que contém:
a) o fenômeno que se deseja explicar;
b) os fenômenos que precisam da explicação;
c) a natureza das relações entre os mesmos.
  Nesse modelo procura localizar as etapas importantes do processo, relacionando-as com três aspectos do comportamento de votar. As três etapas são: disposição a votar, o processo de escolha, o resultado da escolha eleitoral.
    Ainda de acordo com os estudos de Camino, a Psicologia Social constata que são as formas de participações sociais que influenciam o posicionamento político e ideológico dos eleitores, em conformidade com os grupos sociais que representam, ou seja, as organizações sociais, políticas, religiosas, trabalhistas, etc. Essas diferentes formas de participação modelam visões próprias da estrutura social que vão influenciar na escolha eleitoral.
    Para o psicólogo social Serger Moscovici, que tentou buscar a exaltação social sobre o individual, as representações sociais seriam sistemas de valores, ideias e práticas com dupla função: o estabelecimento de uma ordem que capacita os indivíduos a se orientarem e dominarem o seu mundo social; a facilitação da comunicação entre os membros da mesma comunidade, providenciando os mesmos códigos para nomearem e classificarem os vários aspectos de seu mundo e suas histórias individuais e grupais. Todos buscando uma linguagem comum.
    é a representação social e a rede de relações entre seus componentes que faz com que se definam os mesmos objetivos, elaborando, entre eles, uma concepção ou ideologia, que leva em conta o funcionamento cognitivo do grupo. É uma forma de interpretar a realidade, fixando suas posições diante de situações do dia a dia.
    Ainda segundo Moscovici o cérebro atua com a formação de uma “schemata”, ou seja, esquema de conexões cognoscíveis, organizações mentais que e situam entre a percepção e a memória, que buscam ordenar o fluxo das informações. O objetivo da schemata é remeter para a memória uma situação anterior, e sugerir um comportamento conveniente para o presente. Atua como um rascunho, o presente copiando do passado, buscando evitar surpresas. Segundo o autor, procuramos objetivos que confirmem nosso ponto de vista, negligenciando os que possam enfraquecê-los.
    A mídia apresenta papel importante no processo político, uma vez que a comunicação de massa é indiscutível para cientistas sociais e políticos. O acesso ao discurso político depende diretamente da mídia.
    A autora cita que segundo Daniel Boorstin, a necessidade de obter atenção dos meios de comunicação faz com que os acontecimentos políticos assumam a forma de pseudo-eventos, ou seja, eventos planejados para tornarem-se notícia. Dessa forma, existe uma adequação política aos critérios midiáticos. (grifo nosso)
    Outro fator é a atuação da mídia que divulga nossa realidade social, mas, pinça os assuntos de interesse midiático, de forma que o cidadão comum tem acesso somente a esses eventos, que passaram por um “filtro” e foram considerados dignos de veiculação. Assim, o impacto que os meios de comunicação têm sobre a política não pode ser ignorado.
    Também, conforme o professor Antonio Carlos Simonian – Psicologia da Uni Santos – não se pode desprezar a mensagem subliminar no marketing político. Considera-se subliminar todo estímulo que, embora não seja percebido conscientemente pelo indivíduo, é captado pelos órgãos sensoriais e encaminhado ao cérebro, onde é, depois de algum tempo, transformado em comportamento.O marketing político se apropria desta influência para afetar o eleitor.
    Segundo o professor de Ciência Política Luiz Felipe Miguel, ao estarmos expostos a todo tipo de informação (esporte, política, publicidade, economia, fofocas, etc.) ao final do dia ocorre um misto de escolha e acaso que filtra nossas informações. Na política, o impacto da mídia é mais intenso, por ser ela o principal elemento de contato entre a política e o cidadão comum. Como consequência o “discurso político” se transformou, adaptando-se às formas preferidas dos meios de comunicação de massas, e a mídia é o principal responsável pela produção da “agenda pública”, discutindo as principais questões da Campanha.
    De acordo com a opinião de neurocientistas o comportamento do eleitor é fruto de sentimentos que se formam e se consolidam durante a campanha eleitoral. Estudos destinados a conhecer como funciona o cérebro, as motivações emocionais e como funciona o comportamento do eleitor na tomada de decisão, ganharam o nome de neuroplítica, e segundo Antonio Lavedra, especialista em comportamento eleitoral, razão e emoção caminham juntas numa eleição, estruturando sentimentos, que são emoções conscientes.
    Estudos demonstram que apesar do eleitor reagir conscientemente às criticas, registram sete vezes mais as informações negativas. Entre as descobertas está que os eleitores rejeitam os ataques direcionados ao adversário opositor, identificando-o com suas próprias críticas. Essas descobertas tem levado candidatos a buscar fazer uma campanha mais propositiva.
    Num estudo de dez anos atrás, o psicólogo americano Drew Westen, da Universidade de Emory,foi capaz de provar com 30 eleitores selecionados, 15 de cada candidato, que ao exibir imagens de seus candidatos criticando um ao outro, os eleitores eram capazes de identificar as contradições do candidato rival, porém, não reconheciam quando seu candidato mentia ou manipulava os fatos. Exames de ressonância magnética mostraram que seus cérebros entravam em uma espécie de “curto-circuito”.
    De toda a matéria podemos compreender que muito embora o estimulo à participação política coletiva traga benefícios para a população, contribuindo para a saúde física, mental e fortalecimento do caráter, além da inclusão social daqueles anteriormente excluídos do processo democrático, permitindo-lhes a exposição e defesa de seus interesses, o processo eleitoral ainda encontra-se muito passivo de manipulação no Brasil.
    Com os políticos e partidos, através de seus marqueteiros, passando a utilizar-se dos conhecimentos da psicologia, da neurociência e do comportamento das massas, torna-se cada vez mais necessário o incremento educacional da população, de forma a tornar-se mais consciente do processo de cidadania, podendo influir nos rumos a serem tomados pelo país, sem assinar um cheque em branco a políticos com poucos escrúpulos ou envolvidos com os mais diferentes interesses que não sejam a causa pública.
Referências:
ü  Revista Psique, Ano VIII, n.104, p. 24 a 31 – autora Magdalena Barbera Sotano
Adaptação e grifos do autor. SLRM.