sábado, 20 de dezembro de 2014

O QUE É O EXAME PREVENTIVO GINECOLÓGICO?

Preventivo, Exame de Papanicolau ou Citologia Oncótica

Sinônimos:
Preventivo, exame citológico, exame colpocitológico, citologia oncótica.
O que é?
É uma maneira de examinar células coletadas do colo do útero. O objetivo principal do exame é detectar o câncer de colo de útero em estágio precoce ou anormalidades nas células que podem estar associadas ao desenvolvimento deste tipo de tumor.
Ele também pode encontrar condições não cancerígenas, como infecções viróticas no colo do útero, tais como verrugas genitais causadas pelo HPV (papilomavírus humano) e herpes, infecções vaginais causadas por fungos, como a candidíase ou por protozoários, como o Trichomonas vaginalis. O exame também pode dar informações sobre os níveis hormonais, principalmente estrogênio e progesterona.
Quem deve fazer este exame?
É recomendado para todas as mulheres sexualmente ativas, independentemente da idade. Deve ser iniciado pelo menos 3 anos após início da vida sexual ativa ou antes dos 21 anos de idade (o que acontecer primeiro).
A coleta pode ser interrompida aos 65 anos, se houver exames anteriores repetidamente normais.
Qual o intervalo ideal entre as coletas?
O intervalo entre as coletas de citologia varia entre um e três anos baseado na presença de fatores de risco, tais como:
  • Início precoce da atividade sexual
  • História de múltiplos parceiros sexuais
  • Nível socioeconômico baixo
  • História de ter tido parceiro com infecções genitais
  • Passado de câncer de vulva ou de vagina
  • Ter parceiro com história de câncer de pênis
  • Ser fumante
  • Estar imunodeprimida
A coleta deve ser anual se algum destes fatores estiver presente.
Como devo me preparar para a realização do exame?
O melhor período do ciclo menstrual para a realização do exame é pelo menos uma semana antes da menstruação.
Deve ser evitado o uso de cremes ou duchas vaginais por 48 horas anteriores ao exame e não ter relações sexuais pelo menos 24 horas antes do procedimento.
O que ocorre durante a realização do procedimento?
É um exame bastante simples. A mulher fica na posição ginecológica (deitada , com os joelhos dobrados e as pernas afastadas), o médico introduz um espéculo na vagina, retira material do orifício do colo do útero e da parede vaginal e encaminha para análise em laboratório de citopatologia.
Não há dor durante o exame, algumas mulheres sentem um leve desconforto. É importante manter-se relaxada durante o procedimento para facilitar a introdução do espéculo.
O que esperar após a realização do procedimento?
Se o resultado mostrar células normais, não é necessário nenhum tratamento.
Caso haja alguma infecção, o ginecologista irá orientar um tratamento específico.
Se as células apresentarem alguma alteração, poderão ser necessários outros exames, como por exemplo uma colposcopia. Converse com o seu médico sobre esta necessidade.
Como é coletado material do colo do útero, às vezes, pode ocorrer um leve sangramento no local. A presença de dor ou a manutenção do sangramento deve ser prontamente comunicada ao ginecologista.

Fontes:
National Cancer Institute – U.S. National Institutes of Health
U.S. Preventive Services Task Force
Agency for Healthcare Research and Quality
quarta-feira, 10 de setembro de 2008 - Atualizado em 04/04/2013
ABC.MED.BR, 2008. Preventivo, Exame de Papanicolau ou Citologia Oncótica. Disponível em: <http://www.abc.med.br/p/saude-da-mulher/23030/preventivo-exame-de-papanicolau-ou-citologia-oncotica.htm>. Acesso em: 20 dez. 2014.

ANEMIA PERNICIOSA - SAIBA MAIS.

O que é anemia perniciosa?
A anemia perniciosa, também chamada anemia macrocítica, anemia perniciosa congênita, anemia perniciosa juvenil ou anemia por deficiência de vitamina B12 é uma doença autoimune que leva a uma redução dos glóbulos vermelhos por deficiências de absorção da vitamina B12 no intestino delgado.
Quais são as causas da anemia perniciosa?
O corpo humano utiliza a vitamina B12, obtida por meio da ingestão de alimentos, para produzir glóbulos vermelhos. A anemia perniciosa ocorre se há falta ou deficiência de vitamina B12, geralmente causada por atrofia gástrica e destruição das células parietais responsáveis pela secreção de ácido clorídrico e do fator intrínseco e, assim, pela má absorção da vitamina B12 no intestino delgado. A anemia perniciosa incide mais em indivíduos de ascendência escandinava ou nórdica e naqueles que tenham histórico familiar da doença. Algumas outras doenças também podem aumentar o risco da anemia perniciosa, como a doença de Addison, a miastenia gravis e a diabetes tipo 1, entre outras. A anemia perniciosa congênita, em que os bebês não produzem fator intrínseco, pode ser hereditária, por um distúrbio autossômico recessivo, mas isso é muito raro.
Quais são os sinais e sintomas da anemia perniciosa?
Os principais sinais e sintomas da anemia perniciosa são: diarreia ou constipação, falta de energia ou tontura leve ao ficar de pé ou fazer exercícios, mal-estar, náusea, inapetência, pele pálida, problemas de concentração, falta de ar ao se exercitar, língua inchada e vermelha, sangramento da gengiva, etc. Uma pessoa que apresente níveis baixos de vitamina B12 por um longo período de tempo pode sofrer danos do sistema nervoso e pode ter confusão mental, depressão, perda de equilíbrio, entorpecimento e formigamento nas mãos e pés.
Como o médico diagnostica a anemia perniciosa?
Para diagnosticar a anemia perniciosa o médico se baseará nos sintomas e solicitará um hemograma completo, contagem de reticulócitos, nível sanguíneo de ácido metilmalônico e de vitamina B12 e exame da medula óssea, se necessário, entre outros. O teste de Schilling pode ajudar no diagnóstico diferencial da anemia perniciosa.
Como o médico trata a anemia perniciosa?
A anemia perniciosa deve ser tratada com a suplementação oral ou injetável da vitamina B12 e uma dieta balanceada que inclua carnes vermelhas, aves, mariscos, ovos e produtos lácteos, entre outros. Atualmente já existem também pastilhas sublinguais, de melhor absorção.
Como prevenir a anemia perniciosa?
Não há nenhuma forma de prevenir a anemia perniciosa, mas o diagnóstico precoce ajuda a minorar os efeitos da doença no organismo.
Como evolui a anemia perniciosa?
Se precoce e corretamente diagnosticada e tratada, a anemia perniciosa não causa problemas ao indivíduo. No entanto, as lesões nervosas estabelecidas podem se tornar irreversíveis.
Quais são as complicações possíveis da anemia perniciosa?
A anemia perniciosa pode alterar os resultados dos exames sanguíneos da bilirrubina, do colesterol, da gastrina e da fosfatase alcalina. A mulher que tenha níveis baixos de vitamina B12 pode ter um resultado falso positivo do esfregaço de Papanicolau porque a deficiência dessa vitamina afeta a aparência das células epiteliais.
Os pacientes com anemia perniciosa têm maior tendência a apresentar pólipos e câncer gástricos.
quarta-feira, 15 de outubro de 2014 - Atualizado em 17/10/2014
ABC.MED.BR, 2014. Anemia perniciosa: conceito, causas, sinais e sintomas, tratamento, prevenção, evolução e complicações. Disponível em: <http://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/576422/anemia-perniciosa-conceito-causas-sinais-e-sintomas-tratamento-prevencao-evolucao-e-complicacoes.htm>. Acesso em: 20 dez. 2014.

MEDICAMENTOS COMO OMEPRAZOL E CIMETIDINA PODEM LEVAR À DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B12 E EM ALGUNS CASOS INDUZIR DEMÊNCIA. POR ISSO NÃO DEVEM SER USADOS INDISCRIMINADAMENTE E SEM ACOMPANHAMENTO MÉDICO.

           Pesquisadores da Division of Research do Kaiser Permanente, Oakland Medical Center, avaliaram a associação entre a deficiência de vitamina B12 e o uso prévio de medicação de supressão de ácido gástrico. 
        A conclusão desse estudo, que envolveu 25.956 pacientes com diagnóstico de deficiência de vitamina B12, comparados com 184.199 pacientes sem deficiência de Vitamina B12, num período de janeiro de 1997 a junho de 2011, mostram que os inibidores dos ácidos gástricos estão significativamente relacionados com a deficiência de vitamina B12. Estes resultados devem ser considerados entre os riscos e os benefícios do uso dessas medicações no momento das prescrições médicas.
       A vitamina B12 é importante para a formação e maturação das hemácias e é necessária para o desenvolvimento e manutenção das funções do sistema nervoso. Sua principal fonte são os alimentos de origem animal. No entanto, para absorvê-la, o corpo depende de fatores intrínsecos presentes em um tipo especial de células que ficam no estômago (células parietais) e de receptores localizados no íleo. Em casos de deficiência de vitamina B12, pode haver anemia, acompanhada ou não por dificuldades de locomoção, formigamentos nas mãos, pés e pernas, palidez, fraqueza muscular, infertilidade, demência, dentre outros sintomas


           O trabalho foi publicado no JAMA (The Journal of the American Medical Association (JAMA), volume 310, número 22, de 11 de dezembro de 2014 ) de acordo com  (NEWS.MED.BR, 2014. JAMA: omeprazol e demência. Esclareça suas dúvidas.. Disponível em: <http://www.news.med.br/p/pharma-news/736682/jama-omeprazol-e-demencia-esclareca-suas-duvidas.htm>. Acesso em: 20 dez. 2014.) 
VEJA O ARTIGO: 
" O uso de inibidores da bomba de prótons (omeprazol, por exemplo) e de antagonistas do receptor H2 da histamina (cimetidina, por exemplo) pode levar à deficiência de vitamina B12 no organismo, o que em alguns casos pode desencadear demência.
Os inibidores da bomba de prótons (IBP) e os antagonistas do receptor H2 da histamina (H2RA) suprimem a produção de ácido gástrico e por isso podem levar à má absorção de vitamina B12. No entanto, existem poucos dados a respeito das associações entre a exposição em longo prazo a estes medicamentos e a deficiência de vitamina B12 em grandes estudos populacionais.
Com o objetivo de estudar esta associação entre o uso de IBP e de H2RAs e a deficiência de vitamina B12, em um cenário baseado na comunidade, nos Estados Unidos, foi realizado um estudo divulgado pelo The Journal of the American Medical Association (JAMA).
Pesquisadores da Division of Research do Kaiser Permanente, Oakland Medical Center, avaliaram a associação entre a deficiência de vitamina B12 e o uso prévio de medicação de supressão de ácido gástrico utilizando um estudo de caso-controle na população do Kaiser Permanente na região norte da Califórnia. Foram comparados 25.956 pacientes com diagnóstico de deficiência de vitamina B12 incidente, entre janeiro de 1997 e junho de 2011, com 184.199 pacientes sem deficiência de vitamina B12. As exposições e os resultados foram apurados por via eletrônica em bancos de dados de farmácias, laboratórios e centros de diagnósticos.
O risco de deficiência de vitamina B12 foi estimado pelo odds ratio (OR) de regressão logística condicional.
Entre os pacientes com diagnóstico incidente de deficiência de vitamina B12, 3.120 (12,0%) receberam PPIs por dois anos ou mais, 1.087 (4,2%) receberam H2RAs por dois anos ou mais (sem qualquer uso de PPI) e 21.749 (83,8%) não tinham recebido prescrição para qualquer PPIs ou H2RAs. Entre os pacientes sem deficiência de vitamina B12, 13.210 (7,2%) receberam PPIs por dois anos ou mais, 5.897 (3,2%) receberam H2RAspor dois anos ou mais (sem qualquer uso PPI) e 165.092 (89,6%) não tinham recebido prescrição para qualquer PPIs ou H2RAs. Tanto o uso de PPIs (OR 1,65 [IC 95% 1,58-1,73]) por dois anos ou mais quanto o uso de H2RAs (OR 1,25 [IC 95% 1,17-1,34]) foram associados a um risco aumentado de deficiência de vitamina B12. Doses maiores do que um comprimido e meio ao dia foram mais fortemente associadas à deficiência de vitamina B12 (OR 1,95 [IC 95% 1,77-2,15]) do que as doses inferiores a três quartos do comprimido ao dia (OR 1,63 [IC 95% 1,48-1,78]; P=0,007 para a interação).
As conclusões mostram que o uso anterior ou atual de inibidores de ácido gástrico foi significativamente associado à presença de deficiência de vitamina B12. Estes resultados devem ser considerados entre os riscos e os benefícios do uso dessas medicações no momento das prescrições médicas.
A vitamina B12 é importante para a formação e maturação das hemácias e é necessária para o desenvolvimento e manutenção das funções do sistema nervoso. Sua principal fonte são os alimentos de origem animal. No entanto, para absorvê-la, o corpo depende de fatores intrínsecos presentes em um tipo especial de células que ficam no estômago (células parietais) e de receptores localizados no íleo. Em casos de deficiência de vitamina B12, pode haver anemia, acompanhada ou não por dificuldades de locomoção, formigamentos nas mãos, pés e pernas, palidez, fraqueza muscular, infertilidade, demência, dentre outros sintomas.
Fonte: The Journal of the American Medical Association (JAMA), volume 310, número 22, de 11 de dezembro de 2014
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014 - Atualizado em 17/12/2014
NEWS.MED.BR, 2014. JAMA: omeprazol e demência. Esclareça suas dúvidas.. Disponível em: <http://www.news.med.br/p/pharma-news/736682/jama-omeprazol-e-demencia-esclareca-suas-duvidas.htm>. Acesso em: 20 dez. 2014."
 

RELAÇÃO ENTRE ANTIBIÓTICOS NA INFÂNCIA E OBESIDADE INFANTIL.

Estudo revela que o uso de antibióticos de amplo espectro na infância, até nos dois primeiros anos de vida, estão associados ao aparecimento de obesidade infantil. Segundo o estudo, a escolha do antibiótico a ser utilizados nas infecções de risco mais comuns é determinante para estabelecer o  fator de risco potencialmente modificável para a obesidade infantil. Confira a matéria como publicada no site www.news.med.br, de acordo com o  JAMA Pediatrics, em sua publicação online de 29 de setembro de 2014:


A obesidade em crianças e adultos está associada a significativas consequências para a saúde, tornando a prevenção um imperativo de saúde pública. A infância pode ser um período crítico, quando os fatores ambientais exercem um efeito duradouro sobre o risco de obesidade. A identificação de fatores modificáveis pode ajudar a reduzir esse risco.
Com o objetivo de avaliar o impacto do uso de antibióticos na infância (idades entre 0 e 23 meses) e sobre a obesidade na infância (idades entre 24 e 59 meses), foi realizado um estudo de coorte abrangendo registros de saúde eletrônicos de 2001 a 2013. Modelo proporcional de Cox foi usado para ajustes demográficos e covariáveis práticas e clínicas. O estudo abrangeu uma rede de cuidados primários associados ao Children’s Hospital of Philadelphia, incluindo clínicas e consultórios particulares e de ensino na área urbana da Filadélfia, Pensilvânia e região. Todas as crianças com visitas anuais na idade de 0 a 23 meses e uma ou mais visitas nas idades entre 24 e 59 meses foram incluídas no estudo. A coorte consistiu-se de 64.580 crianças. O uso de antibióticos prescritos foi apurado até 23 meses de idade. A obesidade foi determinada por dados antropométricos usando as normas de índice de massa corporal do National Health and Nutrition Examination Survey 2000.
Sessenta e nove por cento das crianças foram expostas a antibióticos antes dos 24 meses de idade, com média (DP) de 2,3 (1,5) episódios por criança. Exposição cumulativa aos antibióticos foi associada à obesidade futura (risco relativo [RR] 1,11, IC 95%, 1,02-1,21 para ≥4 episódios); este efeito foi mais forte para antibióticos de amplo espectro (RR 1,16, IC 95%, 1,06-1,29). A exposição precoce a antibióticos de amplo espectro também foi associada à obesidade (RR 1,11, IC 95%, 1,03-1,19 em 0-5 meses de idade e RR 1,09, IC 95%, 1,04-1,14 em 6-11 meses de idade), mas não a antibióticos de espectro estreito em qualquer idade ou frequência. O uso de esteroides, o sexo masculino, a prática urbana, o seguro público, etnia hispânica e o diagnóstico de asma ou chiado no peito também foram preditores de obesidade; diagnósticos de infecções comuns e uso de medicamentos antirrefluxo não foram.
Concluiu-se que a exposição repetida a antibióticos de largo espectro em idades entre 0 e 23 meses está associada à obesidade infantil. Como as infecções comuns da infância foram os diagnósticos mais frequentes co-ocorrendo com a prescrição de antibióticos de amplo espectro, a seleção do antibiótico usado na infância é um fator de risco potencialmente modificável para a obesidade infantil.
Fonte: JAMA Pediatrics, publicação online de 29 de setembro de 2014
quarta-feira, 01 de outubro de 2014 - Atualizado em 02/10/2014
NEWS.MED.BR, 2014. Uso de antibióticos na infância associado à obesidade, publicado no JAMA Pediatrics. Disponível em: <http://www.news.med.br/p/saude/573647/uso-de-antibioticos-na-infancia-associado-a-obesidade-publicado-no-jama-pediatrics.htm>. Acesso em: 20 dez. 2014.
 

IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO.

Importante matéria publicada na página www.abc.med.br, faz referência à importância do aleitamento materno, seus benefícios e os cuidados da alimentação infantil. O texto abaixo, reproduz a matéria publicada e vale conferir pela sua relevância.



O que é a amamentação?
A amamentação, ou aleitamento, é o período de tempo durante o qual o recém-nascido se alimenta total ou parcialmente do leite materno. Em geral, a criança o suga diretamente do seio materno, mas em condições especiais ela pode recebê-lo de uma mamadeira, um copinho ou de uma colher. O leite materno deve ser o único alimento do bebê nos seis primeiros meses de vida e ser complementado com outros alimentos daí em diante, até os dois anos de idade. O pediatra deve orientar a mulher sobre quando e o que deve associar ao leite materno após esta fase.
Por que amamentar?
A amamentação deve começar já dentro da primeira hora após o nascimento. A Organização Mundial da Saúde aconselha que as mulheres amamentem seus filhos exclusivamente com leite materno em seus seis primeiros meses de vida. Por quê? Porque o leite materno é o alimento mais perfeito para as necessidades nutricionais do bebê, além de conter uma série de defesas orgânicas que o bebê só adquirirá depois do contato com os estímulos agressores, inclusive com certos elementos patogênicos (que geram doenças). O leite materno contém anticorpos contra as infecções mais comuns e diminui, assim, o risco de doenças e mortes infantis. Inicialmente, os bebês não possuem essas defesas e precisam recebê-las da mãe, através do leite. O colostro, primeira secreção láctea produzida pela mãe, já transfere anticorpos para o sistema imunitário do recém-nascido e assim o protege de muitas doenças. Nenhuma fórmula alimentar artificial se mostra igual ou superior ao leite materno, tanto nutricionalmente como em relação à prevenção de doenças. No entanto, há algumas situações em que a criança tem de ser alimentada artificialmente: a mãe tem algum impedimento para amamentar, a criança tem necessidades nutricionais especiais ou é adotada, etc. Mesmo assim é importante que a mãe assuma uma posição face a face com a criança e a olhe nos olhos, mantendo-a próxima de si de forma a fazê-la sentir-se segura.
Com relação à alimentação artificial devem ser observados cuidados como usar sempre água potável para lavar os utensílios usados, ferver as vasilhas, descartar todo o leite que não seja usado, dar o leite à temperatura ambiente ou ligeiramente aquecido, evitar a entrada de ar na boca durante a mamada, colocar o bebê para "arrotar" quando terminar de mamar.
Quais são os outros benefícios da amamentação?
A amamentação estreita os laços emocionais entre mãe e filho. Por isso, ao alimentar a mulher deve estar tranquila, relaxada e sem pressa. Alguns bebês mamam mais rapidamente, enquanto outros são mais demorados e intercalam algumas sucções com intervalos de sono. A mãe deve respeitar esses ritmos. As crianças alimentadas com o leite materno se desenvolvem melhor que as outras e adoecem e morrem em menor número. Além disso, há evidências que sugerem que adultos que foram amamentados quando crianças têm menor propensão à obesidade e ao diabetes mellitus.
Amamentar também traz benefícios para a mulher. A amamentação favorece a involução do útero, agiliza o retorno ao peso anterior à gravidez, previne sangramentos pós-parto, câncer de mama e de ovário, além de aumentar a produção de endorfinas pelo cérebro, substâncias que produzem relaxamento e bem-estar. As mães que amamentam têm também menores índices de depressão pós-parto e de doenças cardíacas.
Quais são os cuidados que deve ter a mulher que amamenta?
  • A mulher que amamenta deve certificar-se de estar em boas condições de saúde, porque muitas doenças são transmitidas pelo leite materno.
  • Deve tomar bastante líquido (3 a 4 litros por dia) e não usar medicações sem orientação médica porque algumas delas são eliminadas pelo leite materno e podem prejudicar o bebê.
  • Não fumar, tomar bebida alcoólica ou usar drogas.
  • Com relação aos horários, é preferível que sejam geridos pela fome que o bebê manifesta, a chamada livre demanda. Esses horários se modificam com a idade do bebê e geralmente são maiores à noite que durante o dia.
  • Ao amamentar, a mulher deve estar confortavelmente assentada, colocar o bebê junto ao seu corpo, tórax a tórax, ajustar a boca do bebê à sua mama de jeito a não entrar ar, manter seu olhar em direção aos olhos do bebê e respeitar o ritmo dele.
E como fazer o desmame?
Quando desmamar o bebê? Algumas mães escolhem, elas mesmas, o momento para parar e outras deixam que ele demonstre seu desinteresse pelos seios. Essa última atitude parece mais natural e é mais fácil de manejar. A mãe deve procurar observar os sinais emitidos pelo seu filho de que está pronto para isso. Se ele não mostrar sinais de que chegou a hora de parar de mamar, o desmame enfrentará resistências. O importante é que o desmame não seja o fim da intimidade que se estabeleceu entre ambos. Os especialistas aconselham a não interromper abruptamente a amamentação. Algumas providências podem ajudar nisso: só ponha o bebê para mamar se ele demonstrar interesse. Não faca isso rotineiramente; se ele deixar rapidamente o peito, não insista para ele voltar a pegá-lo; pule ou adie uma mamada e veja o que acontece; ofereça o leite em um copinho ou na mamadeira.
sexta-feira, 15 de agosto de 2014 - Atualizado em 20/08/2014
ABC.MED.BR, 2014. Amamentação ou aleitamento materno: o que é? Por que amamentar? Quais os benefícios? Quais os cuidados necessários a uma boa amamentação? Como fazer o desmame?. Disponível em: <http://www.abc.med.br/p/saude-da-mulher/561947/amamentacao-ou-aleitamento-materno-o-que-e-por-que-amamentar-quais-os-beneficios-quais-os-cuidados-necessarios-a-uma-boa-amamentacao-como-fazer-o-desmame.htm>. Acesso em: 20 dez. 2014.