ESTUDO DA FACULDADE DE MEDICINA DA USP MOSTRA QUE CINIZARINA
PODE MELHORAR A VERTIGEM EM MULHERES CLIMATÉRICAS.
São Paulo, 27 de Abril de 2012
Estudo da
Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) mostra que em prazos mais prolongados, o
medicamento industrial cinarizina pode atuar no sistema termorregulador do
organismo (que mantém a pessoa a uma temperatura interna quase constante). A
substância também se mostrou eficaz no tratamento de sintomas como insônia,
irritação, vertigem e ondas de calor de mulheres no período climatérico — fase
de transição do período reprodutivo para um período não fértil — que não podem
receber tratamento hormonal, entre elas pessoas que já apresentaram câncer de
mama. De acordo com o ginecologista Pérsio Yvon Adri Cezarino, autor da
pesquisa, "a vertigem foi o sintoma climatérico que durante a pesquisa
teve a melhora mais significativa entre as pacientes que receberam o medicamento".
A droga já
é utilizada em tratamentos de vertigem e dores de cabeça por otorrinos,
oftalmos e neurologistas atua como um vasodilatador, ou seja, promove a
dilatação de vasos sanguíneos e auxilia no tratamento da circulação sanguínea
insuficiente em casos de acidente vascular cerebral (AVC). O estudo de mestrado
Cinarizina no tratamento dos sintomas climatéricos foi apresentado na
FMUSP, sob a orientação do professor Renato Vicente Bagnoli.
O estudo
analisou 62 pacientes atendidas no Setor de Ginecologia Endócrina e Climatério
do Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP, com idade entre 45 e 60 anos e
predomínio da manifestação de fogachos no período climatérico, ondas de calor
que variam de três a seis minutos e causam súbita vermelhidão do rosto da
mulher, além de uma intensa sensação de calor no corpo e transpiração.
"Este sintoma acontece porque durante o climatério, caem as taxas de
estrogênios no organismo da mulher o que provoca um descontrole do sistema
termorregulador podendo haver aumentos súbitos de temperatura, seguidos de
calafrios. As manifestações acontecem com maior frequência durante a noite,
ocasionando insônia, fadiga e perda da qualidade de vida da mulher",
descreve o médico.
Grupos
As pacientes foram divididas em dois grupos. Um deles foi denominado grupo "S" e composto por 27 mulheres com faixa etária média de 53,9 anos, sendo 51,9% brancas e 48,1% negras. O outro, chamado "M", com 35 pacientes que tinham em média 54,7 anos e era formado por 51,4% brancas e 48,6% negras. O grupo S recebeu 25 miligramas (mg) de Cinarizina a cada 12 horas, via oral e por 6 meses. Por sua vez, ao grupo M foi ministrado um comprimido de placebo — comprimido de placebo — substância inerte ou inativa, a que se atribui certas propriedades (como as de cura de uma doença) e que, ingerida, pode produzir um efeito que suas propriedades não possuem — a cada 12 horas, via oral e também por seis meses. A escolha do tratamento foi feita pela metodologia de estudo duplo cego comparativo placebo controlado, ou seja, por sorteio. Nem o médico, nem a paciente saberia indicar até o fim da pesquisa quem recebeu o medicamento ou o placebo.
As pacientes foram divididas em dois grupos. Um deles foi denominado grupo "S" e composto por 27 mulheres com faixa etária média de 53,9 anos, sendo 51,9% brancas e 48,1% negras. O outro, chamado "M", com 35 pacientes que tinham em média 54,7 anos e era formado por 51,4% brancas e 48,6% negras. O grupo S recebeu 25 miligramas (mg) de Cinarizina a cada 12 horas, via oral e por 6 meses. Por sua vez, ao grupo M foi ministrado um comprimido de placebo — comprimido de placebo — substância inerte ou inativa, a que se atribui certas propriedades (como as de cura de uma doença) e que, ingerida, pode produzir um efeito que suas propriedades não possuem — a cada 12 horas, via oral e também por seis meses. A escolha do tratamento foi feita pela metodologia de estudo duplo cego comparativo placebo controlado, ou seja, por sorteio. Nem o médico, nem a paciente saberia indicar até o fim da pesquisa quem recebeu o medicamento ou o placebo.
Todas as
mulheres envolvidas na pesquisa foram submetidas a um exame físico geral em que
foram extraídos dados como peso, altura e pressão arterial. Além disso, para
obtenção de outras informações o médico utilizou como base o Índice Menopausa
de Kupperman (IMK) que verifica a intensidade de 11 sintomas proporcionados à
mulher neste período, como fadiga, fraqueza, dores de cabeça, insônia e
nervosismo, mas não considera, no entanto, como ele mesmo explica, "uma
análise da vida sexual da paciente como secura vaginal e diminuição da
libido". Neste sistema a própria mulher atribui uma pontuação que pode
variar entre leve, moderada e acentuadas para cada uma das manifestações. O
questionário foi aplicado por duas vezes, no começo e após seis meses do início
do tratamento.
A análise
dos resultados demonstrou que houve melhora significativa, em ambos os grupos,
de todos os sintomas climatéricos com exceção da altragia (dores nas
articulações) e da mialgia (dores musculares) no grupo S e da vertigem no grupo
M. O ginecologista, entretanto, diz que "um estudo mais prolongado do
efeito da droga em pacientes em climatério seria adequado para a verificação de
resultados em um prazo mais longo, uma vez que, apenas entre o quarto e o sexto
mês da pesquisa foi possível notar melhoras das pacientes em relação às
vertigens.
Mais informações: email: persiocezarino@gmail.com,
Pérsio Yvon Adri Cezarino.
Cinizarina melhora
vertigem em mulheres climatéricas - Agência USP de Notícias
FONTE:
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