quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O TRATAMENTO DO EX-PRESIDENTE LULA E O TRATAMENTO DO SUS.


A matéria abaixo publicada no site da BBC – Brasil na data de hoje, fala do tratamento do ex-presidente Lula em hospital particular, e cita afirmativa de vários médicos que o atendimento do SUS, hoje, como por exemplo no INCA-RJ, nada deixa a desejar comparado aos hospitais particulares.
Em contraste com esses dados é afirmado que os hospitais especializados dão conta somente de pouco mais de 5% da demanda nacional.
Outro diferencial importante é que na rede privada o atendimento é imediato, enquanto na rede pública o paciente acaba caindo numa dificuldade burocrática que termina por atrasar o atendimento.
Ainda segundo a reportagem, levantamento do TCU diz que, em 2010, cerca de 35% dos pacientes que necessitariam de radioterapia nas unidades públicas ficou sem atendimento. Segundo o médico, isso acontece porque o Brasil tem um déficit de 200 equipamentos de radioterapia.
A reportagem mostra ainda que muitos pacientes que necessitam de radioterapia para cura mais rápida, ficam sem tratamento ou fazem quimioterapia por tempo mais prolongado,como tratamento paliativo, ou ainda cirurgias desnecessárias.
Um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), divulgado na última segunda-feira, diz que o tempo de espera médio para o início do tratamento de quimioterapia na rede pública é de 76,3 dias e somente 35% dos pacientes são atendidos após 30 dias, dentro do prazo recomendado pelo Ministério da Saúde.
Conforme mostra a reportagem, segundo o DATA-SUS, o governo brasileiro nos últimos 12 meses, gastou menos 25% com radioterapia que os gastos com quimioterapia, ou seja: 366milhões com radioterapia, contra 1,3 bilhões com quimioterapia.
Estes dados demonstram claramente que por mais o ex-presidente Lula tenha todo o direito de tratamento particular, até porque pode pagá-lo, não se pode querer comparar o atendimento que está recebendo com a atenção que receberia no SUS se o procurasse apenas como um torneiro mecânico.  
Não há nada errado que seja atendido no SUS ou em hospital particular. A diferença está no fato de que se for atendido no SUS, por uma questão de justiça, teria que se submeter aos mesmos protocolos e burocracias que o demais pacientes, para cumprir a determinação de um atendimento universal e  igualitário, e com certeza, nesse caso, não haveria a presteza no inicio do tratamento como ocorreu na clínica particular.
Concluindo, podemos afirmar que a realidade do atendimento pelo SUS em todo o Brasil, incluindo o tratamento de câncer, ainda está muito longe de ser ao menos satisfatório, e completamente divergente da realidade que os políticos procuram apresentar em suas campanhas ou propagandas de governo.
Slrm – 02/novembro/2011

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