Um tema importante que merece consideração
por parte dos pais, educadores e profissionais de saúde relaciona-se a traumas
ocorridos na infância que por sua gravidade podem gerar danos psicológicos
capazes de prolongarem-se por toda a vida.
As consequências
desses traumas quando não corretamente diagnosticados e tratados podem gerar
danos perenes com sérias consequências na vida pessoal.
Muitas vezes essas
situações são mal diagnosticadas e inclusive, tratadas de forma equivocada,
sendo confundidos com hiperatividade ou doença mental, quando na realidade
deveriam ser abordadas como problemas decorrentes de estresse pós-traumático.
É comum nessas
falhas de diagnóstico, que crianças sejam tratadas com uso de drogas que não
precisam, podendo desenvolver devido á situação sofrida, alto nível de
ansiedade, agitação, depressão, problemas cardíacos e até mesmo um câncer.
As pesquisas
científicas têm demonstrado que o abuso de crianças ao ser negligenciado pode modificar
sua estruturação cerebral e tal fato relaciona-se ao nível de hormônio que pode
subir perigosamente nos processos de abuso. O alto nível de cortisol (relacionado
á situações de estresse) pode afetar o controle de impulsos e a memória.
As situações
capazes de elevar o nível de estresse e se prolongarem podem afetar o córtex pré-frontal,
região cerebral ligada a regulação do foco, autocontrole e tomada de decisões. Níveis
altos de substâncias estressoras podem persistir mesmo após a retirada da
criança da situação traumática, o que nos leva a concluir que o tratamento é
bem mais complexo que apenas retira-la da situação problema para um ambiente
estável. É necessário uma avaliação de seu desenvolvimento físico, emocional,
devendo ser bem analisado o grau e severidade do abuso sofrido e o nível do
comprometimento, para que se instituam terapêuticas combinadas que incluam a
atuação de médicos, psicólogos e educadores.
A crianças que
sofrem abusos sexuais, morais ou de negligência, podem apresentar sinais típicos
que são a chave para os pais identificarem o momento de buscar ajuda
profissional. Entre esses sinais estão:
·
Comportamento autodestrutivo ou
agressivo.
· Comportamento hiperativo, falta de
atenção e concentração para tarefas cotidianas.
·
Depressão e passividade.
·
Uso de álcool e drogas ou distúrbios
alimentares.
·
Conduta sexualizada ou
conhecimento incomum para a idade sobre determinados assuntos.
·
Ferimentos inexplicáveis ou
explicações pouco plausíveis para a situação.
A adoção de tratamentos que muitas
vezes incluem o uso de substâncias psicotrópicas, quando equivocados, causam
mais dano á criança que a auxiliam na resolução de seu trauma, pois atuam num
distúrbio mental e não sobre as manifestações produzidas posteriormente ao
trauma.
Estudos
indicam que anormalidades neurológicas decorrentes de trauma em crianças,
quando não tratadas, tornam-se preocupação com a saúde até a idade adulta. Identificar
e corretamente diagnosticar esses problemas torna-se fator fundamental para o
tratamento e recuperação da criança abusada, devolvendo-lhe qualidade de vida e
equilíbrio emocional.
Fonte: matéria publicada no
caderno saúde do Jornal Super Notícias de domingo, 2 de dezembro de 2012 por Leo Fontes sob o título:TRAUMA NA INFÂNCIA
GERA DANOS POR TODA A VIDA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário