quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

ESTUDO RELATA QUE TUMORES DA PELE PODEM SER INDUZIDOS POR BACTÉRIAS.

O câncer da pele provocado por uma ferida pode ser estimulado por bactérias


Pesquisadores do King's College London identificaram um novo mecanismo mediante o qual o dano cutâneo desencadeia a formação de tumores, o qual poderia ter importantes impactos terapêuticas em pacientes que sofrem úlceras crônicas ou doenças bolhosas da pele.

O estudo, publicado no Nature Communications, ressalta uma detecção inata das bactérias pelas células imunológicas na formação de tumores da pele. Este processo molecular poderia inclinar o equilíbrio entre a reparação normal da ferida e a formação de tumores em alguns pacientes, conforme revelam os investigadores.

Embora esteja bem estabelecida uma relação entre o dano aos tecidos, a inflamação crônica e o câncer, é pouco o que se sabe sobre a causa fundamental. A epidermólise bolhosa (EB), por exemplo, é um de vários transtornos cutâneos hereditários que se relacionam com as feridas crônicas e com um aumento no risco de tumores.

No entanto, este estudo -financiado principalmente pelo Conselho de Pesquisa Médica (MRC) e Wellcome Trust- é o primeiro a demonstrar que as bactérias presentes na pele podem contribuir para a aparição de tumores da pele.

Os investigadores descobriram que quando os ratos com inflamação crônica da pele eram lesados, apresentavam tumores no local da ferida, e que eram necessárias células do sistema imunológico para que ocorresse este processo. Eles descobriram que o mecanismo de sinalização fundamental envolve uma proteína bacteriana, a flagelina, que é reconhecida pelo receptor (receptor de tipo Toll 5) na superfície das células imunológicas.

Embora ainda não tenha sido avaliada a relevância direta para os tumores humanos, os investigadores demonstraram que uma proteína chamada HMGB1 -que se expressa em alto grau em ratos com inflamação crônica da pele- aumenta em pacientes humanos com epidermólise bolhosa (EB). O estudo revelou uma redução das concentrações de HMGB1 em ratos quando era eliminado o receptor TLR-5 das células imunológicas. Isto aumenta a possibilidade de futuros tratamentos dirigidos a reduzir as concentrações da proteína bacteriana flagelina na superfície da pele, ou de modificar especificamente o receptor TLR-5.

A professora Fiona Watt, autora principal e diretora do Centro para Células-Tronco e Medicina Regenerativa no King's College London, disse: «Estes achados têm grande impacto em diversos tipos de tumores malignos e sobretudo para o tratamento de tumores que se originam em pacientes que padecem úlceras crônicas ou doenças bolhosas da pele».

«No contexto da inflamação crônica da pele, a atividade de um receptor específico nos leucócitos, TLR-5, poderia inclinar a balança entre a reparação normal da ferida e a formação de um tumor».

A Professora Watt acrescentou: «Nossos achados apresentam a possibilidade de que a utilização de antibióticos específicos dirigidos a bactérias nos tumores malignos provocados por feridas poderia representar um caminho clínico interessante».

Referências:

http://www.kcl.ac.uk/index.aspx

Fonte: Medical News Today

http://www.medicalnewstoday.com/releases/287850.php

FONTE: medcenter

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